Agronegócio

Endividamento e alto custo da produção preocupam produtores de soja no Maranhão

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, José Carlos Oliveira de Paula, 80% dos produtores no estado estão endividados

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Lavoura no Sul do estado, região que é a maior produtora da oleaginosa
Lavoura no Sul do estado, região que é a maior produtora da oleaginosa

O produtor de soja no Maranhão, além do clima, que nem sempre ajuda, e da volatilidade do preço da oleaginosa, inicia a atual safra com duas preocupações: aumento nos custos de produção e endividamento. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Maranhão), José Carlos Oliveira de Paula, hoje 80% dos produtores no estado estão endividados e, por conseguinte, com dificuldade de obter crédito investir na lavoura.

“O grande problema dos produtores de soja no Maranhão é o endividamento. Se o produtor não conseguir crédito, não consegue plantar e diante disso está com sua propriedade em risco. E se o produto quebra, o estado não produz e não gera riquezas”, ressalta José Carlos Oliveira de Paula.

Segundo ele, a Aprosoja Brasil e todas seccionais nos estados estão mobilizadas para buscar com o Governo Federal, com uma ponte com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para tratar dessa questão. “O BNDES elaborou um projeto, mas os juros ainda estão muito elevados. Estamos buscando firmar um pacto do agronegócio que dê condições ao produtor de pagar suas dívidas e produzir”, disse o presidente da Aprosoja Maranhão.

Outro problema que tem preocupado os produtores no Maranhão é aumento no custo da produção, que nesta nova safra cresceu 18%, sendo os preços do frete e do fertilizante o que mais contribuem para essa alta, sem falar também no valor das sementes. “O preço do frete dobrou, devido ao aumento no valor do óleo diesel, e o fertilizante registra aumento de 12% no preço em relação ao ano passado”, enfatiza José Carlos Oliveira de Paula.

Também é motivo de apreensão por parte dos produtores, a questão do clima, que não está regular, chovendo em áreas localizadas e em outras apresentando falta de chuvas. Quem plantou mais cedo, por exemplo, no início de novembro, de olho na safrinha (segunda safra de milho), ainda que tenha se preparado, com solo propício, enfrentou um veranico de 15 dias.

Segundo José Carlos Oliveira de Paula, apesar desse espaçamento de chuvas, há expectativa de que o clima seja mais favorável, até porque já há áreas com precipitações elevadas (Batava – 35mm; Rio Coco - 25 mm), e a safra possa alcançar 3,120 milhões de toneladas de soja.

“Acreditamos no que sabemos fazer, temos fé em um clima melhor para todos os produtores brasileiros e maranhenses que estão todos os dias ajudando os municípios e os estados a serem mais desenvolvidos e produtivos, gerando empregos e serviços em geral, porque onde tem soja todos ganham”, declarou o presidente da Aprosoja Maranhão.

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