Terrorismo

Relatório dos EUA alerta sobre ameaça remanescente do EI

Texto é o resultado de uma investigação de quatro meses sobre as operações militares dos EUA que visaram o grupo Estado Islâmico;o presidente Trump anunciou no dia 6 de outubro a retirada de mil militares estacionados no nordeste da Síria

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Segundo relatório, o grupo terrorista Estado Islâmico ainda pode ter capacidade de atacar o ocidente
Segundo relatório, o grupo terrorista Estado Islâmico ainda pode ter capacidade de atacar o ocidente (Reuters)

Relatório dos EUA alerta sobre ameaça remanescente do EI

Texto é o resultado de uma investigação de quatro meses sobre as operações militares dos

EUA que visaram o grupo Estado Islâmico;o presidente Trump anunciou no dia 6 de outubro a retirada de mil militares estacionados no nordeste da Síria

Legenda/Reuters

Segundo relatório, o grupo terrorista Estado Islâmico ainda pode ter capacidade de atacar o ocidente

ESTADOS UNIDOS - Um relatório do Departamento de Defesa dos Estados Unidos adverte que o grupo militante Estado Islâmico ainda pode ter capacidade de atacar o ocidente, apesar da morte de seu líder Abu Bakr al-Baghdadi, durante uma investida militar dos Estados Unidos realizada em outubro.

Dados do relatório, foram reunidos em um documento pelo Escritório do Inspetor Geral, do Departamento de Defesa, para serem submetidos ao congresso. O relatório é o resultado de uma investigação de quatro meses sobre as operações militares dos Estados Unidos que visaram ao grupo Estado Islâmico .

O relatório observa que a morte de Baghdadi foi um golpe significativo no grupo, mas provavelmente não vai acabar com a ameaça que ele representa. O relatório acrescenta que o grupo se aproveitou da incursão turca na Síria no mês passado, cujo alvo eram as forças curdas, e da retirada de soldados dos Estados Unidos que se encontravam posicionadas no norte da Síria.

O relatório acrescenta que essa situação estaria ajudando o Estado Islâmico a reconstituir a capacidade e os recursos dentro da Síria, e fortalecendo sua habilidade para planejar ataques em outros países.

O grupo Estado Islâmico (EI) aproveitou a ofensiva turca na Síria e a saída das forças americanas do nordeste do país para se reagrupar e preparar novos ataques no Ocidente. "O EI aproveitou a incursão turca e a consequente redução das forças norte-americanas para reconstituir seus recursos na Síria e reforçar sua capacidade para planejar ataques no exterior", destaca um relatório publicado pelo Escritório do Inspetor Geral do Pentágono.

Retirada de militares

O presidente Donald Trump anunciou no dia 6 de outubro a retirada de mil militares estacionados no nordeste da Síria, abrindo caminho a uma ofensiva militar turca contra os combatentes curdos na Síria, aliados da coalizão internacional na luta contra os jihadistas do EI. A Agência de Inteligência de Defesa (DIA), entidade independente responsável pelas investigações internas do departamento de Defesa, avaliou que o EI terá mais tempo e espaço para preparar ataques e apoiar seus 19 braços em todo o mundo.

Segundo a agência, a morte do líder do EI, Abu Bakr al Baghdadi, liquidado por comandos dos EUA na Síria em 26 de outubro, "provavelmente terá pouco efeito na capacidade do EI para se reconstituir". A longo prazo, "provavelmente tentará recuperar o controle de alguns povoados sírios e ampliar sua digital no mundo", acrescentou o Inspetor Geral, citando o relatório da DIA.

O EI tem "ativado células adormecidas para aumentar os ataques" contra os combatentes das Forças Democráticas Sírias (SDF), lideradas pelos curdos e que apoiaram os EUA na luta contra os jihadistas. O relatório destaca que as forças americanas na Síria continuam armando os combatentes das SDF, mas deixaram de treiná-las. No final do terceiro trimestre, as SDF tinham 100 mil combatentes, segundo o documento.

Talibã supera o EI

O Talibã, organização que atua no Afeganistão, é o grupo terrorista mais violento do planeta e seus ataques se tornaram mais mortais do que aqueles conduzidos pelo Estado Islâmico (EI), ativo na Síria e no Iraque. É a primeira vez em seis anos que os terroristas do EI são destronados dessa posição.

A constatação é do Índice Global do Terrorismo (Global Terrorism Index 2019), divulgado na quarta-feira,20. O relatório é produzido todos os anos pelo Instituto para Economia e Paz, centro de pesquisas que estuda os impactos macroeconômicos da violência e da paz. Na análise, a atividade de afiliados não é considerada na avaliação de um grupo, mas sim separadamente.

Em 2018, as mortes decorrentes de ataques por militantes do Talibã responderam por 38% do total de fatalidades em atos terroristas no mundo (6.103 mortes), um aumento de 71% na comparação com o ano anterior.

No caso do Estado Islâmico, as mortes caíram 69% (1.328) e o número de ataques despencou 63%. Os dados refletem o enfraquecimento das atividades do grupo em razão do combate realizado pela coalizão liderada pelos Estados Unidos. O estudo estima que, atualmente, há 18.000 militantes do EI no Iraque e na Síria. Em 2014, esse número chegou a 70.000.

Grupos afiliados

Apesar no aparente enfraquecimento das atividades do Estado Islâmico, o estudo alerta para um fortalecimento no nível de atividades terroristas por grupos afiliados, baseados em outros países, como é o caso do chamado Estado Islâmico Província de Khorasan, ativo no Afeganistão e no Paquistão.

O impulso nas atividades do Talibã e do afiliado do Estado Islâmico fez do Afeganistão o país que mais sofreu com ataques terroristas em 2018, posto ocupado pelo Iraque desde 2003. Palco de uma intensa guerra civil entre militantes do Talibã e governo, situação agravada pela atividade de outros grupos terroristas, o país registrou 7.379 mortes em 2018, aumento de 59% ante 2017.

Os quatro grupos terroristas mais violentos do mundo, revelou o índice, foram responsáveis por 9.223 mortes em todo o planeta e representaram 58% de todas as fatalidades decorrentes desse tipo de ataque. Há dez anos, o único grupo significativamente ativo no mundo era o Talibã.

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