Atividades

Para ressaltar a negritude em festival na Ilha

Festival Cabeça de Nêgo acontece hoje e amanhã, às 18h, no Centro Cultural Vale Maranhão, com roda de conversa, moda, baile e discotecagem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Banda Canal Raja é uma das convidadas do evento
Banda Canal Raja é uma das convidadas do evento (Canal Raja)

São Luís - Com o objetivo de refletir sobre a importância do povo e da cultura africana no Brasil, o Festival Cabeça de Nêgo, projeto aprovado pelo Edital Ocupa CCVM 2019, acontece hoje e amanhã, às 18h, no Centro Cultural Vale Maranhão (Praia Grande). Idealizado pela Acordes Produções, com produção do jornalista Pedro Sobrinho, o festival promoverá roda de conversa, moda, baile e discotecagem.

Hoje, haverá roda de conversa com o tema “A difícil arte de ser negro e ter autoestima”, com as participações da fotógrafa Louise Mendes; da militante e ativista feminina Meire Rabelo, Erik Moraes, advogado e presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB-MA; a historiadora e pesquisadora Mariana Sulidade; da arte arte-educadora e cantora e ex-backing vocal da Natiruts, Luciana Oliveira (DF). Haverá, também, além a mostra de coleção de roupas autorais do estilista João Belfort e discotecagem de Gabriella Leão e Brunoso.

Amanhã, haverá o baile “Somos todos black”, com o objetivo de transformar o espaço do CCVM em uma grande kizomba, tendo como base a diversidade musical com influência negra. Quem abre a festa é o DJ Joaquim Zyon e sua discotecagem no vinil. Tem ainda o DJ Pedro Sobrinho, com um setlist de “loops” e tambores. A banda Canal Raja encerra a programação da noite, com show autoral e "featuring" da cantora brasiliense Luciana Oliveira.

De acordo com o idealizador do evento, o jornalista Pedro Sobrinho, o Festival Cabeça de Nêgo surge, também, para agregar às celebrações do Dia da Nacional da Consciência Negra em São Luís. O festival foi pensado para somar na agenda da cidade, no mês da Consciência Negra, para celebrar a resistência da luta do negro no país e relembrar a memória de Zumbi dos Palmares, líder quilombola que morreu dia 20 de novembro, há mais de três séculos, além de todos os
panteras negras que fizeram mudar o curso da história e estimular para nunca deixarmos de resistir.

“O festival chega em sua primeira edição, de maneira singela, não só com proposta do entretenimento, mas repleto de representatividade, debatendo tema como o racismo, questões políticas, agenda informativa e formativa, em que nós devemos protagonizar os nossos problemas e buscar soluções, através da imersão qualificada do negro na sociedade, tendo como quesitos essenciais a autoestima, a determinação, a perseverança, percebendo, que apesar dos obstáculos, haverá sempre uma luz no fim do túnel”, enfatiza.

Para a convidada do evento, a cantora brasiliense Luciana Oliveira, que participa de dois momentos da programação, trazer o tema autoestima do negro como poder de fala é enriquecedor. “Trazer o tema da autoestima é inevitável quando falamos de questões raciais, sobretudo no Brasil, onde a autoestima das pessoas negras foram extremamente afetadas pelos processos históricos e isso se reflete na forma em que nossa sociedade é organizada. A exclusão racial, social e econômica da população negra, se deu muito pela desconstrução da autoestima. Por um olhar que inferiorizava e assim não permitia a mobilidade. Por isso, hoje é tão importante temas como o empoderamento e a representatividade. Isso só potencializa ainda mais a criação e o poder revolucionário, não só da arte, mas de toda atuação social”.


Serviço

O quê

Festival Cabeça de Nêgo

Quando

Hoje e amanhã

Onde

Centro Cultural Vale Maranhão (Praia Grande)

Programação

Hoje

18h – Roda de Conversa : A Difícil arte de ser negro e ter autoestima, com
Mariana Sulidade, Meire Rabelo, Erik Moraes, Louise Mendes e Lucinana Oliveira (DF)

Amanhã
18h – Baile Somos Todos Black

Discotecagem: DJ Joaquim Zyion (vinil), DJ Pedro Sobrinho; show com a banda Canal Raja (MA) e participação de Luciana Oliveira (DF), ex-backing vocal da Natiruts

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