Poluição

Maré protege o estuário do Rio Anil de ser uma "fossa negra" em São Luís

Afirmativa é de ambientalista; em vários trechos do rio, na área do Centro há pontos que despejam e água poluída e lixo; movimento de maré acaba diminuindo a poluição e mantendo o local com animais vivos

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

[e-s001]Ambientalistas afirmam que o estuário do Rio Anil ainda não foi transformado em uma “fossa negra” devido à maré, que reduz a poluição da água. O rio possui uma extensão de mais de 13 quilômetros, percorre 55 bairros de São Luís e, ao longo do percurso, é possível constatar vários tipos de crime ambiental cometidos contra ela, principalmente, na região de beira-mar, no Centro. Nesta área, dezenas de pontos que despejam água poluída para o rio, além de grande quantidade de lixo.

No trecho do rio, que passa nas proximidades do porto do Jenipapeiro, ainda se pode constatar sinais de degradação ambiental, com muito lixo descartado na água.

Nesse local, há vasos sanitários, várias garrafas de pet, móveis velhos, bolsas e pneus. As folhas de uma das árvores estavam cobertas de sacos plásticos e até mesmo roupas rasgadas. Luciano da Silva, de 50 anos, disse que a maioria desses objetos foram deixados por moradores, que foram retirados há cinco anos desse trecho.
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Ele também comentou que muitas pessoas, que passam de carro, acabam jogando lixo nas margens do rio, inclusive, durante o período da noite e madrugada. “Tem manhã que é possível encontrar várias sacolas de lixo, animal morto, latas,
fezes e entulho nesse local”, disse o morador.

Segundo Amélia Cristina Almeida, de 34 anos, a primeira vista do local é uma paisagem bonita e bem próximo da Baía de São Marcos, mas ao olhar para o leito do rio se depara com outra realidade, na qual existe a presença de muito lixo e água de esgoto.

Fossa negra
O cientista ambiental Márcio Vaz informou que o estuário do Rio Anil ainda não foi transformado em uma “fossa negra”, em que há predominância do mau cheiro, água escura, mortandade de peixes e de outros animais marinhos, por causa da presença da maré que consegue diminuir a poluição.

Ainda segundo o cientista, há duas entradas de maré por dia no estuário do Rio Anil. Somente uma das entradas consegue despejar para o rio a mesma quantidade de água que é consumida no decorrer de um mês pelos moradores da capital. Uma capacidade de aproximadamente 10 milhões de metros cúbicos de água.
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Márcio Vaz frisou que no estuário do rio ainda é possível encontrar o mangue vivo com mais de 50 espécies de peixes, caranguejos, garças, pescadores e vários outros animais marinhos, mas afirmou que existem vários pontos de despejos de esgoto doméstico e até mesmo com a presença de elementos químicos.

Ele comentou que não é recomendado comer moluscos provenientes desse trecho do rio, pois, há uma grande possibilidade de contrair algum tipo de enfermidade. “Os animais, que são considerados como filtradores, provenientes de local onde há muita poluição não é recomendado ingeri-los devido à possibilidade de contrair doença”, alertou o cientista ambiental.

[e-s001]Rede de esgoto
A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou, por meio de nota, que não há registros atuais de problemas em sua rede de esgoto nas proximidades do local. Esclarece ainda que, mantém em funcionamento na área, ao longo de toda a Av. Beira Mar, uma rede coletora de mais de 4,5 quilômetros que intercepta todo o esgoto das ligações domésticas existentes e três elevatórias de esgoto que bombeiam os volumes coletados para tratamento adequado na ETE Bacanga.

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