Memória

Passeata é realizada em comemoração ao Dia da Consciência Negra

Atividade percorreu várias ruas do Centro Histórico, passando pela Praça Pedro 2. A concentração aconteceu ao lado da Casa do Maranhão, na Praia Grande

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Grupo de pessoas saiu em passeata ontem pelas ruas da cidade
Grupo de pessoas saiu em passeata ontem pelas ruas da cidade (De Jesus)

SÃO LUÍS - Instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, o Dia Nacional da Consciência Negra foi comemorado, ontem, 20, em várias partes da Região Metropolitana de São Luís, com roda de capoeira e homenagens a Zumbi, que foi líder do Quilombo dos Palmares.

O momento serviu para reflexões sobre a importância do povo e da cultura africana no Brasil. No Centro Histórico de São Luís, um grupo de pessoas celebrou a data com uma grande passeata por várias ruas da região.

A concentração aconteceu ao lado da Casa do Maranhão, na Praia Grande, por volta das 9h30. No local, movimentos de valorização da cultura negra se reuniram e convocaram os pedestres e comerciantes da região para participarem da caminhada. Antes da passeata, que seguiu o embalo da “Semana da Consciência Negra”, houve discurso em tom de combate ao racismo e resgate das lutas pelos direitos e espaços da população negra no estado. Houve danças de origem africana, sob o ritmo contagiante de tambores e outros instrumentos musicais.

Exibindo faixas com teor da resistência negra, a multidão saiu em cortejo pelas ruas do Centro Histórico, seguindo o trio elétrico. O grupo subiu em direção à Praça Pedro 2, onde ficam os palácios dos Leões e La Ravardière, sedes do Governo do Estado e Prefeitura de São Luís, respectivamente. No logradouro, também aconteceram apresentações culturais. Alguns integrantes de movimentos negros discursaram ao microfone, momento em que contaram um pouco do engajamento da militância em prol da luta pelos direitos das minorias.

Além de pessoas engajadas nesses movimentos, participaram da passeata estudantes e turistas que estavam visitando o Centro Histórico. Muitos desses estrangeiros registraram a caminhada em fotos batidas de celulares.

Semana da Consciência

A “Semana da Consciência Negra” começou no dia 18 de novembro e será encerrada no próximo dia 22, no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, região central da capital. Nesses três dias, aconteceram a abertura da Exposição Terreiros e Quilombos, mostra de produtos da agricultura familiar, atrações culturais, formação de professores e lideranças da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e colóquios.

No Dia da Consciência Negra, ocorreram atos políticos e sociais, entrega de títulos de terra e anúncio da arrecadação de quatro territórios quilombolas.

Consciência Negra

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de “Zumbi”, o então líder do Quilombo dos Palmares, que ficava entre os estados de Alagoas e Pernambuco, no Nordeste do Brasil. Ele foi morto em 1695, na referida data, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho.

Atualmente, existe uma série de estudos que procuram reconstituir a biografia desse personagem da resistência à escravidão no Brasil. A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou membros do Movimento Negro Unificado contra a discriminação racial, em um congresso realizado em São Paulo, no ano de 1978, a elegerem a figura de “Zumbi” como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam.

Com isso, o 20 de novembro tornou-se a data para celebrar e relembrar a luta dos negros contra a opressão no Brasil. A data serve para uma análise do impacto que tiveram no desenvolvimento da identidade cultural brasileira. A música, a política, a religião e a gastronomia, entre várias outras áreas, foram profundamente influenciadas pela cultura negra.

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