Artigo

Duplas de ontem e de hoje

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

Mudaram as duplas ou mudei eu? Nem precisa parodiar Machado de Assis para concluir que, sem saudosismo, as duplas mudaram para pior. Certo, a maioria era pura ficção, mas de tão boas perduram até hoje: Batman e Robin, Zorro e Tonto etc. etc.

Hoje, as duplas cresceram em tamanho e pioraram em qualidade. A ponto de as mais celebradas terem se especializado em atazanar os nossos ouvidos. Quantas serão as duplas sertanejas? Vinte, cinquenta, mil? Não dá para saber, porque não dá para distinguir uma da outra.

Recordemos então as duplas do passado em busca de suas equivalentes atuais.

1. Batman e Robin. Só muito depois que surgiram é que se descobriu que os heróis da nossa infância eram gays. Isso mostra o quanto eram, além de valentes, espertos, pois deve ser coisa de sabido isso de só sair do armário depois que o preconceito arrefeceu e ninguém mais se importa com isso.

O curioso é que as duplas de heróis homossexuais de ontem eram masculinas, ao contrário das de hoje, que são femininas. Estas, depois de celebrizadas decidiram sair do armário na hora oportuna, tornando-se ainda mais admiradas e exibindo como coragem o fato de assumirem amorosa e publicamente suas parceiras: Daniela Mercury e Malu Verçosa, Bruna Gonçalves e Ludmila e, a mais recente, Camila Pitanga e Beatriz Coelho.

E foi assim que, hoje em dia, comer Pitanga virou coisa de mulher!

2. Pelé e Coutinho. A dupla fenomenal do futebol era um fenômeno tão à parte que Ronaldo, o Fenômeno deveria ter pudor de ser chamado assim, com seu futebol rastaquera, perto da dupla. Ser narrador dos jogos do Santos era um deleite! Bastava decorar o nome dos dois para qualquer criancinha poder narrar metade dos gols do time, já que a ladainha começava com: Pelé para Coutinho, Coutinho para Pelé etc. etc. e nem precisava gritar gol porque todo mundo já sabia onde a história ia acabar.

Hoje não há sequer uma equivalente! Na pobreza do futebol atual qualquer insinuação de Bruno Henrique e Gabi Gol, a mais badalada hoje, dá vontade de chorar.

3. Zorro e Tonto. Um era mascarado, o outro era índio. Dizem que um dia estavam perseguidos pelos apaches e foram encurralados. Zorro disse ao companheiro: “Tonto, estamos perdidos.” Com a cara de paisagem que lhe era peculiar Tonto respondeu: “Nós, quem, cara pálida?”

A dupla de hoje mais parecida, na determinação (Moro) e na máscara (Bolsonaro), só poderia ser Bolsonaro e Sergio Moro. Embora Bolsonaro só lembre o índio no nome (Tonto) dá para imaginar seu papel no diálogo acima. Depois de entregar Sergio Moro para as cascavéis da política Moro poderia pedir solidariedade ao amigo: “Bolsonaro, que vamos fazer? O STF acabou de soltar tudo quanto é bandido, estamos perdidos”. Bolsonaro com a indiferença característica, quando lhe convêm, responde: “Nós quem, cara pálida?”

4. Pafúncio e Marocas. Era de morrer de rir. Pafúncio dava suas escapadelas, sua mulher, Marocas, utilizava um rolo de pastel, com o qual cobria o marido de porrada.

A dupla equivalente teria tudo para ser Lula e Janja. Reportagens dão conta de que Janja deita e rola com Lula (menos na cama) determinando sua agenda, xingamentos, e até a hora de tomar uma pinga.

Uma coisa é certa, se Lula escapar definitivamente da cadeia, jamais escapará do rolo de pastel de Janja.

José Ewerton Neto

Autor de O ABC bem humorado de São Luís

E-mail: ewerton.neto@hotmail.com

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