Editorial

Demissão em massa na saúde

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

O início de uma demissão em massa tem deixado em pânico profissionais do sistema estadual de saúde. A nova onda de cortes, que deve tornar o atendimento aos pacientes ainda mais precário, começou semana passada nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Ainda não se sabe o alcance da drástica medida adotada pelo governo estadual, via Secretaria de Estado da Saúde (SES) e Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH), mas uma série de desligamentos já foi confirmada em UPAs da região metropolitana de São Luís. E como se não bastasse a perda do emprego, os profissionais demitidos não estão recebendo suas rescisões e outros direitos trabalhistas.

Na UPA do Araçagi, cujos servidores são vinculados ao Instituto de Apoio ao Desenvolvimento da Vida Humana (IADVH), a nova leva de demissões teve início no último dia 13 e continuou no dia seguinte. Até então, haviam sido mandatos embora dois motoristas, um agente de limpeza, um maqueiro, três recepcionistas e um porteiro. A previsão é que mais desligamentos ocorram nos próximos dias, ameaça que deu ensejo a um clima de pavor nas unidades médicas. A informação é de que todos os motoristas da UPA Araçagi serão demitidos e só ficarão os vinculados a uma única empresa terceirizada.

Como se não bastasse a perda do emprego, profissionais que prestavam serviço às UPAs e foram demitidos ano passado ainda não receberam as indenizações as quais têm direito devido à rescisão do contrato de trabalho. Revoltados e em situação de penúria, os trabalhadores desempregados denunciam o calote e alguns já procuraram a Justiça do Trabalho para tentar receber os valores.

Não só as UPAs têm sua rotina afetada pelo pânico que se instalou com o início da demissão em massa de profissionais. Na Maternidade Maria do Amparo, no Anil, alguns trabalhadores já foram mandados embora. Para agravar a situação, os servidores da unidade de saúde estão com os salários atrasados, sem previsão de pagamento. Até a semana passada, 10 funcionários já haviam sido desligados da unidade, entre motoristas e maqueiros. A justificativa é a falta de recursos, já que o Governo do Estado deixou de fazer os repasses de outrora, o que obrigou a direção da maternidade a realizar um corte nos custos. E, ao que tudo indica, a solução financeira viabilizada pela Câmara Municipal junto à Prefeitura de São Luís, em fevereiro deste ano, não tem sido suficiente para manter a maternidade em pleno funcionamento.

Em pronunciamento no plenário do Legislativo municipal, no último dia 30 de outubro, o vereador Dr. Gutemberg Araújo (PRTB) alertou para o risco de fechamento definitivo da Maria do Amparo. Segundo ele, um grupo de médicos insatisfeitos com o atraso dos seus salários o procurou para denunciar o problema.

Diante das dificuldades financeiras, a ameaça de novas demissões é real e o clima de pavor continua na maternidade, que é responsável por nada menos do que 11% dos partos realizados na capital.

Nem a SES nem a Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH) vieram a público, até o momento, se pronunciar sobre as demissões e informar quais providências serão tomadas para que o corte de pessoal não prejudique o atendimento aos pacientes.

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