Desemprego

Maranhão tem maior percentual de trabalhadores sem carteira assinada

Dados referentes ao 3º trimestre de 2019, da PNAD Contínua, revelam ainda que o estado possui a maior taxa de subutilização da força de trabalho

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Maranhão tem a oitava maior taxa de desocupados, revela pesquisa
Maranhão tem a oitava maior taxa de desocupados, revela pesquisa

A PNAD Contínua do 3º trimestre de 2019, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra o Maranhão em situação negativa, ao registrar o maior percentual de trabalhadores sem carteira assinada, maior taxa de subutilização da força de trabalho, segundo maior número de desalentados (pessoas procurando trabalho há dois anos ou mais) e o menor rendimento médio.

De acordo com os dados da PNAD Contínua, o Maranhão (50,1%) tem maior percentual de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, quase o dobro da média do Brasil (26,4%), seguido do Piauí (49,9%). As menores taxas registram-se no Rio Grande do Sul (18,1%) e Santa Catarina (12,3%).

No mesmo rumo negativo para o estado é a taxa de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada), que no Maranhão chega a 41,6%, a maior no país.

Em termos de Brasil, no 3º trimestre de 2019, a taxa composta de subutilização da força de trabalho foi de 24,0%. As menores taxas foram observadas em Santa Catarina (10,6%), Mato Grosso (14,7%), Rio Grande do Sul (16,3%) e Mato Grosso do Sul (16,3%).

Já em relação ao número de desalentados, o Brasil, no 3º trimestre, registrou 4,7 milhões de pessoas de 14 anos ou mais, sendo que destes 592 mil vivem esta situação no Maranhão de procurar trabalho há dois anos ou mais. O primeiro lugar, em números absolutos é a Bahia, com 781 mil desalentados. Mas em percentual de pessoas desalentadas (em relação à população na força de trabalho ou desalentada), o Maranhão lidera com 18,3%, seguido de Alagoas (16,5%).

Desocupação
Quanto à taxa de desocupação do país, foi de 11,8% no 3º trimestre deste ano, redução de 0,2 ponto percentual (p.p.) frente ao 2° trimestre (12,0%) e estabilidade em relação ao mesmo trimestre de 2018 (11,9%). Considerando-se as variações estaticamente significativas em relação ao trimestre anterior, a taxa recuou em São Paulo (-0,8 p. p.) e aumentou em Rondônia (1,5 p. p.), permanecendo estável nas demais 25 unidades da federação.

As três maiores taxas de desocupação foram observadas na Bahia (16,8%), Amapá (16,7%), e Pernambuco (15,8%). No caso do Maranhão, foi de 14,1%. As menores, foram registradas em Santa Catarina (5,8%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Mato Grosso (8,0%).

Para o economista José Cursino Raposo Moreira, “a posição desconfortável do Maranhão, no retrato apresentado, é compatível com a realidade estrutural que ainda vivemos, pois as economias mais fracas são evidentemente as mais afetadas em conjunturas de crise como a que o país vive há três anos. Nestas circunstâncias até os investimentos feitos nestas custam mais a dar resultados. Então, a estratégia é persistir na adoção de medidas estruturantes que elas inevitavelmente irão mais à frente transformar a realidade de constrangimento hoje constatada”.

Ele lembra que os dados das pesquisas oficiais mostram os problemas que a economia tem a luz dos aspectos formais ou passíveis de aferição por pesquisas. Contudo, para o economista, isso não é toda a realidade, tendo em vista que iniciativas, estratégias e arranjos de produção, trocas e consumo que as camadas da base da pirâmide social adotam para superar dificuldades não são “apuráveis” nas estatísticas.

Mais

Rendimento mensal

O rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, foi estimado em R$ 2.298. Este resultado apresentou estabilidade tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.297) quanto em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.295).

Entre as unidades da federação, apenas Rondônia apresentou variação (4,8 p. p.), passando de R$ 1.941 no 2° trimestre de 2019 para R$ 2.035 no 3° trimestre. As demais unidades da federação tiveram estabilidade nesse indicador. O maior valor foi registrado no Distrito Federal (R$ 3.887) e o menor no Maranhão (R$ 1.333).

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.