Reforma

Obra do telhado da rodoviária de São Luís ainda não foi iniciada

Reforma deveria ter começado ontem,18, o que pode acarretar em multa; a área foi interditada em abril deste ano pela Defesa Civil

Ismael Araújo/Da Equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Defesa Civil interditou área do Terminal Rodoviário onde deverão ser executados os serviços de reforma do telhado
Defesa Civil interditou área do Terminal Rodoviário onde deverão ser executados os serviços de reforma do telhado (Paulo Soares)

São Luís - A obra de reforma do telhado do Terminal Rodoviário de São Luís, no bairro Santo Antônio, ainda ontem não havia começado e pode resultar em multa aplicada pelo Poder Judiciário. A área do desembarque foi interditada em abril deste ano a pedido da Defesa Civil e, no último dia 4, ocorreu uma audiência de conciliação no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau. Nessa sessão, ficou firmado um acordo entre as empresas RMC Comércio e Serviço Ltda e a Sinart para que a partir do dia 18 deste mês começaria a reforma do teto da rodoviária.

Na manhã de ontem, nenhum operário estava no local como também não havia placa informando sobre a obra. A área estava isolada com tapumes de madeira e havia aviso grafado de vermelho de interdição feita pela Defesa Civil. Também era possível constatar uma parte do telhado apoiada por andaimes, vigas de ferro corroídas pela erosão e a fiação elétrica estava exposta.

Um homem, que não quis se identificar, disse que foi até o local a procura de emprego já que a obra deveria ser iniciada nesta semana. “A reforma estava prevista para começar nesta segunda-feira, então, vim com a esperança de conseguir uma vaga de pedreiro. Geralmente quando uma obra começa sempre pinta uma vaga”, declarou o operário.

O Estado esteve ontem na sede da RMC Comércio e Serviço Ltda, localizada na rodoviária, e foi informada que o diretor da empresa, identificado como Ricardo Medeiros, que poderia falar sobre a reforma, não estava no local. Ele tinha ido participar de uma reunião em um órgão no Centro da cidade.

Já o juiz titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da capital, Douglas Martins, que mediou a audiência de conciliação, disse que em caso de descumprimento do acordo será aplicada uma multa, mas não divulgou o valor. “O Poder Judiciário precisa ser informado desse descumprimento formalmente. Geralmente é feito pelo Ministério Público. Em seguida, as partes são ouvidas e imposta uma multa de um determinado valor”, explicou o magistrado.

Audiência
Participaram da audiência de conciliação, ocorrida no último dia 4, o presidente da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), Lawrence Melo; representantes da Secretaria de Infraestrutura do Maranhão (Sinfra), do Ministério Público e Defensoria Pública do Estado, além de advogados da RMC Comércio e Serviços e da Sinart.
Ficou firmado na presença do juiz Douglas Martins que as obras da reforma deveriam começar a partir do dia 18 deste mês. Ficou estabelecido que a MOB deveria assinar contrato com a concessionária que obtiver decisão favorável da Justiça.

Por sua vez, a concessionária poderá contratar empresa especializada para realizar as obras da rodoviária e a interdição do local vai seguir até a conclusão total dos reparos. Também ficou acordado na audiência que caso uma nova decisão judicial mude a empresa vencedora do processo licitatório, a concessionária que iniciou as obras emergenciais deverá ser ressarcida pelas despesas já efetuadas pela outra empresa que assumir a gestão do Terminal Rodoviário.

Prejuízo
Os proprietários de boxes localizados nas proximidades da área interditada disseram que estão tendo prejuízos diários desde o mês de abril deste ano. Uma delas é Lúcia Sousa. Ela disse que trabalha na rodoviária há 12 anos e precisa pagar uma taxa mensal no valor de R$ 250 para a administração da rodoviária, mas, no momento, não consegue obter lucro diário acima de R$ 100.

Já Aldimere Moraes disse que antes da interdição da rodoviária chegava a obter um lucro diário acima de R$ 400, mas, atualmente, não chega a R$ 150. “A clientela caiu demais e muitos comerciantes estão fechando os seus pontos”, comentou.
Vários estabelecimentos comerciais foram fechados neste ano, como também o posto de Juizado de Menores, órgão da 2ª Vara da Infância e Juventude. A área onde estava funcionando o juizado foi interditada pela Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros por conta de risco de desabamento após vistoria, ocorrida no dia 25 de março deste ano.

Rodoviária
O Terminal Rodoviário de São Luís, no Santo Antônio, foi inaugurado em fevereiro de 1988 durante o governo de Epitácio Cafeteira. Antes, a antiga rodoviária funcionava no bairro da Alemanha. As empresas de transporte intermunicipais e interestaduais possuem guichê no terminal. Aproximadamente, 20 empresas na rodoviária atuam para diferentes destinos e mais de 100 mil pessoas circulam por mês no local.

Nas dependências da rodoviária funcionam serviços de papelaria, táxi 24h, praça de alimentação, perfumaria, banca de revista, salão de beleza, posto policial, farmácias, lojas, estacionamento rotativo e caixas eletrônicos. No momento, a RMC Comércio e Serviço Ltda, é responsável pela administração do termina

Fala, povo

O que você acha das condições da estrutura da rodoviária?

“É um descaso grande, pois a obra da reforma do teto deveria ser realizada no começo do ano e até agora nem previsão para iniciar”

Maria Pereira, de 72 anos – aposentada

“A rodoviária precisa de uma reforma total e não somente do telhado”

Raimundo Barbosa Filho, de 34 anos – autônomo

“É muito mal para a imagem da nossa cidade. O turista chega a São Luís e encontra a rodoviária nessas condições, com tapumes e uma área interditada”

Raimunda Coelho, de 50 anos - doméstica

Saiba mais

Em julho deste ano ocorreu uma reunião com os representantes da Defensoria Pública do Estado e do Governo do Maranhão em que foi apresentado um cronograma de obras da reforma da rodoviária, mas, até o momento, não foi concretizado. O início do serviço ficou previsto entre 20 a 30 dias e tendo a estimativa para conclusão de cinco meses.

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