Artigo

Estou com medo de Alcântara

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

Residindo há 30 anos no Calhau em frente da Associação do IPEM, eu e todos os moradores que habitam no entorno daquele espaço de lazer pertencente aos funcionários do Estado, anualmente somos incomodados pelo foguetório e barulho de toda a natureza, provocados pela festa junina. A barulheira começa com o grito do locutor ao microfone anunciando as atrações, dai em diante começa o inferno dos pandeirões, matracas, orquestras, foguetório, isso tudo durante 15 dias.

Hoje olhando para o céu na direção de Alcântara avistei um objeto voador vindo no sentido de São Luis, trazendo na cauda um rastro de luz ou de fumaça que logo me despertou um sentimento de medo e pavor, ao pensar o que será Alcântara e São Luís daqui a alguns anos, com seus céus cortados de foguetes, luzes e poluídos de fumaça, por conta de lançamento de foguetes, de forma ininterrupta e eterna. Deus nos livre dessa realidade que estou imaginando, cujos pensamentos alcançam até acidentes aéreos e de colisão de foguetes com nossa cidade.

Praias, prédios, rios, mar, espaço, tudo sujeito a danos eternos, visto estarmos convivendo com uma obra danosa de vida infinita, que aparenta para os pobres subdesenvolvidos uma redenção no campo econômico e social. Entretanto, submetendo-se a uma análise mais profunda esse projeto e com maior acuidade, verifica-se que estamos permitindo a inauguração do inferno no Maranhão. Não deveríamos aceitar a implantação dessa base espacial, sem discutir profundamente os riscos que causará tanto no seu entorno quanto à ilha de São Luís, tendo em vista a proximidade e fragilidade desta bonita e maravilhosa ilha.

Foguetes riscando nossos céus, poluição visual e sonora, acidentes terrestres e aéreos, doenças provocadas por esses poluentes, enfim será uma transformação infernal em nossas vidas. Terra, ar, mar, tudo poluído e degradado pela força da modernidade, que vai dominar nossos espaços, com reflexos em todos os biomas, que ainda sobrevivem às custas do cuidado inocente praticado por todos os maranhenses, o significa a preocupação com a natureza. Confesso minha aflição por residir na orla marítima de São Luís e por todos que residem na capital ludovicense defronte de Alcântara, portanto alvo fácil para a depredação por parte desses alienígenas capitalistas.

Ainda falta muito a ser esclarecido para a população que só ouve o lado positivo do projeto entretanto ninguém ainda explicou o que acontecerá se um foguete perder a rota e vir se chocar com nossa cidade. Essas e outras questões precisam ser esclarecidas para a população maranhense, a fim de que todos fiquem conscientes dos ônus e bônus dessa difícil empreitada. Em resumo, seremos cobaia de um grande projeto espacial que as grandes potências estão implantando e acima de tudo se aproveitando da nossa vergonhosa pobreza.

Não é atoa que o Maranhão tem mais de cinquenta por cento de miseráveis, portanto mais da metade da sua população vivendo abaixo da linha da pobreza, sob a égide de um governo enganosamente comunista. Isso tudo serve para demonstrar a causa do interesse dos ricos em infestarem de coisas ruins os nossos espaços, considerando-se que por falta de educação ainda vivemos submetidos a uma pobreza vergonhosa, capaz de fazer festa e tocar foguetes pra Lula.

Valdemir Verde

Ex-prefeito e atual vereador de Humberto de Campos, aposentado do Banco do Brasil

E-mail: valdemirverde@yahoo.com.br

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