O presidente da República, Jair Bolsonaro (APB) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), trocaram farpas indiretas e divergiram nas redes sociais ontem (18), ao defenderem teses distintas quanto aos investimentos da União nas estradas.
Enquanto o chefe do Executivo federal rebateu reportagem da Folha de São Paulo que comprovaria queda nos investimentos na infraestrutura rodoviária, o comunista – por sua vez – distribuiu postagem do portal UOL acerca do assunto.
Apesar das postagens, nem um nem outro gestor se referiu nominalmente ao outro. Um fator que chamou a atenção foi o intervalo entre as divulgações. Enquanto Dino retuitou matéria às 7h43, o presidente da República distribuiu o conteúdo referente ao tema às 9h do mesmo dia.
A recuperação das estradas federais é uma das pautas consideradas mais positivas pelo Governo Federal nos últimos meses de gestão. Apesar dos questionamentos do governador acerca da possível falta de recursos para a recuperação da malha viária, dados do Siga Brasil (sistema de informações orçamentárias do Senado Federal) apontam que a Região Nordeste foi a maior beneficiária de recursos para aplicação em estradas. Somente nos últimos meses, foram destinados R$ 776,5 milhões em investimentos.
Questionado sobre investimentos no Maranhão, o Governo Federal informou que o objetivo é transmitir o máximo de ativos para a iniciativa privada para que os investimentos aconteçam de forma mais rápida. Por enquanto, não há prazos para essa realocação.
Ainda de acordo com dados do Siga Brasil e divulgados pela Folha, o Governo Federal investiu R$ 5,4 bilhões em transporte rodoviário nos primeiros dez meses de 2019, entre recursos pagos do orçamento deste ano e restos a pagar de anos anteriores.
Dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) apontam que, desde a posse do presidente, o órgão investiu em obras em 7,3% das estradas de responsabilidade da União. Das 149 rodovias federais existentes, há novas intervenções em 11 delas.
Considerando o período de janeiro a outubro de 2014 para cá, em valores atualizados, o montante este ano é o mais baixo em investimento nos últimos anos, incluindo as gestões dos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT).
Correlata – “É um equívoco sustentar políticas de concentração de riquezas”, afirma Dino nas redes sociais
Ontem (18), o governador Flávio Dino (PCdoB) voltou a criticar o que, segundo ele, é definidio como “concentração de riquezas nas mãos de poucos” no país. De acordo com o gestor, é “um grave equívoco de parcelas da elite brasileira continuar a sustentar projetos” como este.
Ainda de acordo com o comunista, sem citar nomes, o incentivo à concentração de renda “aniquilaria” o mercado de consumo. Apesar de citar a expressão “riqueza” em sua postagem, o governador não citou, por exemplo, as razões para o terceiro ano seguindo de elevação no índice de maranhenses abaixo da linha da pobreza.
O discurso nacionalista e com cunho social reforça a tese de que o gestor não abandonou a ideia de se legitimar como candidato a presidência em 2022. Recentemente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o PT – ao contrário das pretensões de Dino – não é partido para compor base de apoio, e sim para ter o protagonismo no debate eleitoral e ser cabeça de chapa.
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