Novo dia de protestos

Novos atos de protestos ocorrem em Hong Kong

Agentes usaram bombas de gás lacrimogêneo para conter ato em universidade; do campus da Universidade Politécnica de Hong Kong, em Kowloon, e também impediram o acesso a um túnel importante

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Manifestantes e policiais entram em confronto em Hong Kong
Manifestantes e policiais entram em confronto em Hong Kong (Reuters)

HONG KONG - Um novo protesto que tomou as ruas de Hong Kong acabou em violência ontem,17. A polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que revidaram com bombas de gasolina e flechas. Os confrontos explodiram durante a noite e continuaram pela manhã.

Os ativistas bloquearam as entradas do campus da Universidade Politécnica de Hong Kong, em Kowloon, e também impediram o acesso a um túnel importante. Os protestos dos últimos dias paralisaram as principais universidades da região. Várias aconselharam, inclusive, seus alunos a deixar rapidamente o local e a voltar ao seu países.

No sábado,16, soldados chineses saíram por alguns minutos do quartel em Hong Kong para ajudar a limpar escombros e barricadas deixadas pelos manifestantes pró-democracia, confirmou o Exército Popular de Libertação (EPL). As saídas do exército chinês em Hong Kong são excepcionais, e os militares permanecem em um discreto segundo plano.

Violência

Autoridades confirmaram, na última sexta-feira,15, a 2ª morte registrada em uma semana após o agravamento da onda de violência durante as manifestações. Um homem de 70 anos, que trabalhava como faxineiro, morreu depois de ter sido atingido por um tijolo. Ele tentava, com outras pessoas, remover as pedras colocadas pelos manifestantes em um bloqueio de rua.

O anúncio da morte acontece uma semana depois de um estudante morrer após cair de um prédio, em uma área em que ocorriam tumultos entre ativistas e a polícia. As circunstâncias da morte não foram esclarecidas, mas ativistas responsabilizam agentes da polícia.

Na segunda-feira, um policial atirou à queima-roupa contra um manifestante de 21 anos, ferindo-o gravemente na barriga. O jovem está hospitalizado e seu estado de saúde apresenta melhora.

Onda de protestos

Os protestos antigovernamentais vêm ocorrendo há mais de cinco meses na região administrativa especial chinesa. Os manifestantes criticam, entre outras coisas, a crescente influência da China na antiga colônia britânica. Desde o retorno à China, em 1997, Hong Kong é governada de forma autônoma sobre o princípio "um país, dois sistemas".

Os manifestantes pedem eleições livres, uma investigação independente da violência policial, além de liberdade para os mais de 4 mil presos. Entre as reivindicações está também a renúncia da chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, que acusada de ser pró-China.

Policial ferido

Um policial de Hong Kong foi ferido neste domingo na perna por uma flecha lançada por um manifestante durante confrontos em uma universidade na área de Kowloon, que virou o principal local de protestos do movimento pró-democracia na ex-colônia britânica.

As fotografias divulgadas pela polícia mostram uma flecha na panturrilha de um agente que participava em uma operação nas proximidades da Universidade Politécnica (PolyU) de Hong Kong. O policial foi hospitalizado.

As forças de segurança usaram jatos de água e gás lacrimogêneo contra os manifestantes que ocupavam o campus da PolyU.

Após a semana mais violenta desde o início dos protestos em junho, a situação parecia mais calma na sexta-feira e sábado. Mas novos distúrbios foram registrados neste domingo. Os manifestantes defendem a estratégia de paralisar a cidade para asfixiar a economia do território.

Hong Kong é cenário de um movimento sem precedentes contra a interferência de Pequim no território semiautônomo de 7,5 milhões de habitantes, que sofre uma crise política mais grave desde que retornou, em 1997, à soberania chinesa.

A crise entrou em uma nova fase esta semana, mais radical, com adoção pelos manifestantes da estratégia batizada como "Blossom Everywhere" (Eclosão em todos os lugares), que consiste em multiplicar os bloqueios e os atos de vandalismo, com o objetivo de testar a capacidade da polícia.

As ações provocaram o caos em Hong Kong: o metrô ficou quase completamente parado, enquanto escolas e centros comerciais permaneceram fechados.

Um texto publicado em um fórum on-line convocou manifestantes para uma ação durante a madrugada de segunda-feira.

O governo anunciou que os centros de ensino continuarão fechados, por medida de segurança.

A mobilização pró-democracia começou em junho com a rejeição a um projeto de lei que autorizaria extradições para a China continental, onde a justiça está sob a influência do Partido Comunista.

O texto foi retirado em setembro, mas os manifestantes ampliaram suas reivindicações, que incluem o sufrágio universal para a escolha do chefe do Executivo de Hong Kong.

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