Lançamento

Livro traz história de aventura, amor e política para falar de liberdade

Em seu romance mais engajado, autora best-seller Jojo Moyes convida leitores a refletir sobre o poder de transformação da literatura

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Capa do livro "Um caminho para a liberdade"
Capa do livro "Um caminho para a liberdade" (Joyo Moraes)

São Paulo - Livros dão perspectiva, expandem universos, e compartilhar a leitura é espalhar conhecimento. Autora best-seller de quinze títulos, entre eles "Como eu era antes de você", Jojo Moyes apresenta uma nova faceta em "Um caminho para a liberdade". O romance chega às livrarias do país este mês, publicado pela Intrínseca.

"É, por um lado, uma história de aventura e, por outro, uma história de amor, mas é provavelmente o livro mais político que já escrevi", afirma Moyes sobre a história que destaca a força da união feminina e o poder revolucionário dos livros. Situado nos anos 1930, pós-Grande Depressão, em uma zona rural dos Estados Unidos, "Um caminho para a liberdade" acompanha a jornada de cinco mulheres que decidem trabalhar em um programa nacional de bibliotecas itinerantes para as populações mais desassistidas.

Em tempos sombrios, qualquer iniciativa que estimule o desenvolvimento do pensamento crítico e ameace minimamente subverter a “ordem natural” da sociedade, os valores morais e os privilégios do status quo, representa uma transgressão grave. Não seria diferente com moças que deixam diariamente seus lares asfixiantes para cavalgar sozinhas por áreas remotas do Kentucky carregando livros para famílias de camponeses e mineradores. “Cidadãos de bem”, defensores dos bons costumes, temem não apenas o péssimo exemplo de Margeary, Alice, Betty, Izzy e Sophia, mas principalmente as ideias erradas e impuras, “inapropriadas”, que elas espalham.

Pouco a pouco, as bibliotecárias vencem a desconfiança inicial, e as portas que se fechavam viram sorrisos ansiosos. De Mark Twain e Louisa May Alcott, de revistas femininas a quadrinhos, elas sempre encontram algo para seus leitores. A demanda cresce: o desempenho das crianças na escola melhora, trabalhadores aprendem sobre seus direitos. Quando a biblioteca ameaça não apenas manchar o nome da família de um dos todo-poderosos da cidade, mas também prejudicar seus interesses econômicos, os ânimos ficam exaltados e tem início uma guerra pela deslegetimação do projeto.

Inspirado na história real do Pack Horse Library Project, do presidente Roosevelt, "Um caminho para a liberdade" é uma obra que ressoa nos dias de hoje, quando ainda proliferam tentativas de controlar a circulação de ideias. Com uma trama envolvente, protagonistas complexas e multifacetadas, Jojo Moyes chama atenção também para a importância das redes de apoio de mulheres na busca por sua voz e espaço. As cinco bibliotecárias pagam um preço alto por não aceitarem o lugar de submissão que lhes é imposto: suas vidas são escrutinadas e elas sofrem uma série de abusos físicos e verbais. Mas, à medida que enfrentam inúmeras dificuldades, descobrem mais sobre si mesmas e veem nascer uma amizade então improvável entre pessoas de origens, histórias e personalidades tão diferentes. É no refúgio da biblioteca, nos laços ali forjados, que encontram a força para lutarem por sua liberdade.

Os leitores mais fiéis de Jojo Moyes, mais uma vez, não vão se decepcionar. Um caminho para a liberdade apresenta pitadas de romance no estilo que fizeram dela uma das autoras mais lidas do mundo. Mas, diferentemente de seus outros livros, inova ao apresentar uma trama que não gira em torno de histórias de amor – senão o amor pelos livros. É, acima de tudo, uma ode ao poder de transformação da literatura frente à intolerância e preconceito, com potencial para conquistar os mais diversos públicos.

Jojo Moyes já escreveu quatorze romances e uma coletânea de contos. "Como eu era antes de você", seu livro de maior sucesso, ocupou o topo da lista dos mais vendidos em nove países e foi adaptado para o cinema. Com mais de 35 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Jojo Moyes é uma das poucas escritoras e ter emplacado três livros ao mesmo tempo na lista de best-sellers do The New York Times. A autora mora em Essex, na Inglaterra, com o marido e os três filhos.

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