Crítica

Papa compara a Hitler políticos que discursam contra gays e judeus

Em audiência com advogados criminalistas no Vaticano, o papa Francisco demonstrou preocupação com uso de símbolos nazistas na Europa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Em encontro com advogados, Papa Francisco diz que quer incluir ''pecado ecológico'' na doutrina da Igreja
Em encontro com advogados, Papa Francisco diz que quer incluir ''pecado ecológico'' na doutrina da Igreja (Reuters)

VATICANO - O papa Francisco comparou a Adolf Hitler políticos que proferem discurso de ódio contra judeus, ciganos e população LGBT. "Confesso que quando ouço alguns discursos de responsáveis pela ordem ou pelo governo, vem à minha mente as declarações de Hitler em 1934 e 1936", disse a advogados no Vaticano na sexta-feira,15.

"São ações típicas do nazismo que, com sua perseguição contra os judeus, os ciganos e as pessoas de orientação homossexual, representa o modelo negativo da cultura do descarte e do ódio", afirmou o papa.

Na audiência, o papa também se disse preocupado com o uso de símbolos nazistas na Europa. "Não é coincidência que nestes tempos há um ressurgimento dos símbolos típicos do nazismo", afirmou. Ele já havia externado preocupação com o antissemitismo em discurso na quarta-feira.

"Hoje, o hábito de perseguir judeus começa a renascer. Irmãos e irmãs: isto não é humano nem cristão, e os judeus são nossos irmãos e irmãs e não podem ser perseguidos. Entenderam?"

Pecado ecológico

Quase duas semanas após o encerramento do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, o Papa Francisco revelou que pretende incluir oficialmente o conceito de "pecado ecológico" na doutrina da Igreja. Na audiência, ele disse que "se está pensando em introduzir no Catecismo da Igreja Católica o pecado contra a ecologia".

O Catecismo é o livro que resume todo o pensamento e a doutrina da Igreja, especialmente em questões de fé e moral. A inserção desse tipo de pecado no Catecismo faz com que a ideia deixe de ser uma visão pessoal de Francisco e passe a ser oficialmente ensinada pela Igreja.

O conceito de "pecado ecológico" foi definido pelo documento final do Sínodo, aprovado em 26 de outubro, como uma "ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o ambiente" e o chamado à conversão e o cuidado da "casa comum", isto é, o planeta Terra.

O texto final foi votado por 181 participantes que têm direito a voto, os chamados "padres sinodais". Durante a votação do documento, todos os parágrafos receberam maioria de dois terços de aprovação.

"Propomos definir o pecado ecológico como uma ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o meio ambiente. É um pecado contra as gerações futuras e se manifesta em atos e hábitos de contaminação e destruição da harmonia do ambiente, transgressões contra os princípios da interdependência e a ruptura das redes de solidariedade entre criaturas e contra a virtude da justiça." – Documento Final do Sínodo da Amazônia

Frase

"Hoje, o hábito de perseguir judeus começa a renascer. Irmãos e irmãs: isto não é humano nem cristão, e os judeus são nossos irmãos e irmãs e não podem ser perseguidos. Entenderam?"

Papa Francisco

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