Temperatura

Onda de calor atinge o MA; região dos Cocais, com máxima de 40º

Nesta quinta-feira, 14, a temperatura máxima girou em torno de 40º em Caxias e Codó, segundo o Inmet; forte calor aumenta o risco de incêndios

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Para Caxias e Codó, a temperatura máxima era de 38º ontem e pode atingir até 40º durante este feriado
Para Caxias e Codó, a temperatura máxima era de 38º ontem e pode atingir até 40º durante este feriado (alta temperatura)

A região dos Cocais, localizada na parte leste do Maranhão, está passando por um momento considerado crítico, quando as temperaturas ficam elevadas, podendo chegar a 40º durante o dia. Nesta quinta-feira, 14, a previsão era de 40º na máxima para as cidades de Caxias e Codó. Esse período é conhecido como “B-R-O bró” (sigla que faz referência à última sílaba dos últimos meses do ano), marcado pelo forte calor e baixa umidade relativa do ar.

O relatório diário do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) mostrou que, para Caxias e Codó, a temperatura mínima para ontem era, respectivamente, de 24º e 25º. Esta temperatura ocorreria à noite. Já a máxima era de 38º para as duas cidades da região dos Cocais, cuja vegetação característica (predomínio de palmeiras, entre as quais se destacam o babaçu, a carnaúba e os buritis) abrange os estados do Maranhão, Piauí e norte do Tocantins. Para esses dois municípios maranhenses, os meteorologistas esperavam céu parcialmente nublado e ausência de chuvas.

O professor Gunter de Azevedo Reschke, chefe do Laboratório de Meteorologia (Labmet), do Núcleo Geoambiental da Uema, já disse que, para esta época do ano, as altas temperaturas no Maranhão são comuns, por causa da estiagem. Segundo ele, a vegetação fica muito seca, e o solo passa por um fenômeno que é conhecido como estresse hídrico, ou seja, não há água. Além disso, a radiação atinge o estado em vários momentos, do nascer ao pôr do sol.

Temperaturas altas
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura de 40º também atingirá a cidade de Caxias neste feriado da Proclamação da República. Já no sábado, 16, domingo, 17, e segunda-feira, 18, ficará, respectivamente, em seu nível máximo, em 35º, 36º e 37º. Para Codó, a previsão para hoje, 15, também é de 40º. No sábado, domingo e segunda, a temperatura máxima chegaria a 38º, 39º e 39º, respectivamente.

Período do ‘B-R-O bró’
O “B-R-O bró” compreende os meses de setembro, outubro e novembro. É conhecido como o período mais quente na parte leste do Maranhão e também no Piauí. Nessa época, a sensação térmica é alta, e a umidade relativa do ar é baixa. Em Caxias, em anos anteriores, a temperatura de 40º atingiu a cidade durante vários dias. Em 2019, a temperatura variou, em média, de 23º a 37º, na região dos Cocais.

Segundo Josafá Felinto, técnico do Instituto Nacional de Meteorologia de Caxias, a tendência é que a temperatura aumente nesses últimos meses do ano naquela região. “Em junho e junho deste ano, não teve chuva em nenhum dia em Caxias. O tempo está mais seco. A tendência é que agora fique mais quente do que nos demais meses do ano”, explicou ele.
De acordo com Josafá Felinto, a temperatura mais alta registrada em Caxias em 2019 ficou em 39,4º. Isso aconteceu no dia 20 de agosto, às 15h.

Outros fatores
De acordo com o mestre em Climatologia, José Amâncio, as elevadas temperaturas em Caxias são explicadas, para esta época do ano, por vários fatores, dentre os quais a latitude, a altitude, a continentalidade, a maritimidade e a vegetação.

“A cidade está a 5º de latitude sul. Está a 70 metros de altitude. E a uma distância de cerca de 300 quilômetros do mar. Tudo isso influencia para o tempo quente. Os corpos hídricos, riachos e rios, igualmente contribuem para esse fenômeno”, comentou o especialista.

Perigo de queimadas
Como a vegetação fica seca, o risco de incêndios florestais aumenta, não somente na região dos Cocais, como em outros lugares do Maranhão. Conforme o professor Gunter de Azevedo, a radiação no estado é intensa, ou seja, não para. Parte desse calor, que é chamado pelos meteorologistas de calor sensível, é utilizado para aquecer o ar. A temperatura do ar, então, tende a aumentar, nesse cenário.

Nesse período de estiagem, as áreas cobertas pelo mato ficam vulneráveis às queimadas. “Uma garrafa de vidro jogada em terreno baldio, com vegetação rasteira seca, gera combustão. Tem a luminosidade solar. Não é preciso bituca de cigarro para isso. Com o vento, o fogo se alastra muito rápido”, observou Reschke.

Com o solo em estresse hídrico, toda a água do solo vai para atmosfera na evaporização, como o professor explicou. Segundo ele, qualquer faísca pega fogo nesses ambientes quentes.

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