Surto

MA: 76 municípios sob o risco de dengue, zika e chikungunya

Governo Federal alerta para a necessidade de intensificar as ações de combate ao mosquito; até setembro, 994 municípios brasileiros estavam em risco de surto

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
O mosquito Aedes aegypti é o transmissor de dengue, zika e chikungunya
O mosquito Aedes aegypti é o transmissor de dengue, zika e chikungunya (Ministério da Saúde)

BRASÍLIA - Setenta e seis municípios do Maranhão estão em situação de risco de surto de dengue, zika e chikungunya, segundo o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). Diante desse contexto, o Governo Federal alerta a necessidade de intensificar, nessas localidades, as ações de combate ao mosquito.

Até setembro deste ano, são 994 municípios brasileiros.Essas cidades apresentaram índices de infestação predial maiores de 4% - taxa considera alta pelo Ministério da Saúde. Ao todo, 4,9 mil realizaram o LIRAa, que aponta, ainda, outros 2,1 mil municípios em situação de alerta (com índices de infestação predial entre 1% a 3,9%).

Minas Gerais é a Unidade da Federação com o maior número de municípios em risco. São 129 cidades com altos níveis de infestação. Junto ao estado mineiro, Bahia (104), Rio Grande do Norte (97), Maranhão (76) e Rio Grande do Sul (75) encabeçam a lista. Cerca da metade das cidades em risco (489) está no Nordeste.

Combate ao Aedes

O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lembra que o mosquito não escolhe vítima. Por isso, ele reforça que a vigilância é a melhor forma de combater o Aedes aegypti.

“É preciso monitoramento, não tem nenhuma cidade que possa dizer ‘eu não vou ter, eu estou imune’, e não é só uma coisa coletiva, esse mosquito é domiciliar. Ele é da casa e vive em torno da casa.”

De acordo com o Ministério da Saúde, até agosto deste ano, o Brasil registrou um aumento de quase 600% no número de casos de dengue em todo país, em comparação ao ano passado. Um salto de 180.239 casos para mais de um milhão e 230 mil casos. Os registros de zika e chikungunya também aumentaram em 37,5% e 15,3%, respectivamente, no mesmo período.

Chikungunya

Febre, dor de cabeça, mal-estar, dores pelo corpo e muita dor nas juntas, como joelhos, cotovelos e tornozelos. É assim que a chikungunya, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, se manifesta. As dores são intensas e afetam a rotina de quem contraiu a doença. O quadro agudo dura até 15 dias. Algumas pessoas podem sofrer por anos com dores crônicas, como explica o médico sanitarista da Fiocruz, Cláudio Maierovitch.

“Tanto dor na articulação, como no corpo, que tornam até difícil de andar. Há uma característica típica dessa doença em que as pessoas andam curvadas porque é a posição que dói menos para se locomover. Há uma particularidade da doença causada pelo vírus chikungunya, é que essas dores, essa inflamação nas articulações, podem durar um bom tempo. Podem durar várias semanas e em alguns casos, que não são tão frequentes, podem até durar vários anos e serem incapacitantes, impedindo a pessoa de se movimentar e trabalhar", afirma.

Segundo o Ministério da Saúde, todas as faixas etárias são igualmente propensas a contrair chikungunya. Os idosos têm maior risco no desenvolvimento de dores nas juntas e a gravidade aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada. Nesses casos, a chikungunya pode matar. A melhor forma de prevenção é evitar a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Elimine água armazenada dentro de casa e nos quintais. Ralos, vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo recipientes pequenos, como tampas de garrafas, podem virar criadouros do mosquito. Para mais informações, acesse.

Brasil lidera na AL

O Brasil concentrou em 2019 o maior número de casos de dengue da América Latina, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A região teve, nesse ano, um recorde histórico. Em relatório divulgado ontem,14, a entidade alertou também para a alta incidência da infecção em países da América Central.

Entre janeiro e outubro, período levado em conta pelo estudo, foram mais de 2,7 milhões de casos de dengue registrados no continente latino. Do total, ao menos 22.127 foram registrados como casos graves e 1.206 mortes.

As maiores taxas de incidência, que relacionam o número de casos por 100.000 habitantes, ficaram concentradas em países da América Central.

Segundo o relatório, Nicarágua (2.271), Belize (1.021), Honduras (955,5) e El Salvador (375) apresentaram índices preocupantes. Com maior número de casos absolutos, o Brasil registrou uma incidência de 711,2 casos a cada 100.000 habitantes.

Dado o aumento dos casos de dengue e dengue grave, a Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (), solicitou aos países que intensificassem a vigilância da doença, bem como o controle dos mosquitos que a transmitem.

"Dada a alta infestação por Aedes aegypti e a presença de Aedes albopictus na região, recomenda-se que medidas de prevenção e controle tenham como objetivo reduzir a densidade do vetor, com a aceitação e colaboração da população local" – Boletim epidemiológico da Opas.

A dengue, típica das áreas tropicais e subtropicais, se concentra principalmente nos países do sudeste da Ásia e do Pacífico Ocidental.

Porém, nos últimos anos, a incidência e a gravidade da doença aumentaram rapidamente na América Latina e no Caribe, segundo a OMS, que atribui o aumento mundial à urbanização, aos movimentos rápidos de pessoas e bens, às condições climáticas favoráveis e à falta de pessoal capacitado.

Mais

Lembre-se que você é responsável pela sua casa. Portanto, fiscalize possíveis criadouros como ralos, pneus, garrafas, vasos de flores e caixas d’água. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/combateaedes.

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