Visita de negócios

Empresas americanas vão conhecer a Base de Alcântara

O grupo terá a presença da Space X, de Elon Musk, dona de incríveis foguetes e que almeja, cada vez mais, a liderança na indústria espacial. Também participam da missão privada TriSept, KBR, OneWeb, SAIC e GeoShare

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Equipe da SpaceX, de Elon Musk, conhecida pelo lançamento de satélites, conhecerá o CLA
Equipe da SpaceX, de Elon Musk, conhecida pelo lançamento de satélites, conhecerá o CLA (Divulgação)

BRASÍLIA - Um grupo de empresas dos Estados Unidos inicia uma visita de negócios ao Brasil na semana que vem. Participam de um evento do setor em São José dos Campos, em São Paulo, nos dias 19 e 20 de novembro. Dias depois, os mesmos empresários seguem para Alcântara, no Maranhão, onde vão ao Centro de Lançamento e querem discutir como acelerar os negócios, agora que o principal entrave legal está desfeito, com aprovação do Acordo de Salvaguarda Tecnológica (AST) entre Brasil e Estados Unidos pelo plenário do Senado.

O grupo de empresas americanos conta com a presença da SpaceX, de Elon Musk, dona de incríveis foguetes e que almeja, cada vez mais, a liderança na indústria espacial. Também participam da missão privada TriSept, KBR, OneWeb, SAIC e GeoShare.

Na terça-feira, 12, o Ministério da Defesa comemorou os resultados da atuação do Brasil perante à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em Quito, no Equador. Lá, o Brasil se defendeu da denúncia, oferecida por associações de comunidades quilombolas no distante ano de 2001, que relata supostas violências cometidas contra as comunidades por integrantes do programa espacial para a concretização do centro.

Por todos os lados, há notícias positivas para que Alcântara comece a viver dias melhores, depois de anos e mais anos de notícias frustrantes ou mesmo trágicas naquela região. É preciso, no entanto, dar respostas práticas aos desafios de infraestrutura, de ampliação do CLA e de estímulo à economia local. Agora, entra em cena um novo componente: o risco financeiro para quem apostará no CLA. O jogo, de verdade, começará a ser jogado.

O Congresso Brasileiro concluiu a análise do tão aguardado Acordo de Salvaguarda Tecnológica (AST) entre Brasil e Estados Unidos, ponto de partida para a exploração do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Com a aprovação do AST estão dadas as condições para que o CLA atenda ao mercado mundial de satélites e faça valer sua privilegiada condição geográfica, que permite lançamentos com custo menor em comparação com os demais centros do planeta.

Bolsonaro no CLA

O primeiro passo será dado nos próximos dias. Da parte do governo, uma comitiva interministerial vai ao Maranhão com o claro objetivo de frear as históricas resistências das comunidades quilombolas que povoam a vizinhança do futuro centro espacial. É esperada — e tem tudo para se confirmar — a presença do presidente Jair Bolsonaro à frente do grupo. A visita estava programada para dezembro. Porém, diante da velocidade com que o AST tramitou (mais rápida do que a previsão dos técnicos do setor), a viagem pode ser até mesmo antecipada.

A comitiva pretende se encontrar com os quilombolas e anunciar a titulação de terras para moradores que foram deslocados há mais de duas décadas. Há uma dívida histórica com esses moradores, que habitam hoje as chamadas agrovilas. Essa dívida precisa ser paga para que exista uma relação de confiança entre as partes. Resumidamente, os quilombolas deslocados perderam à época o acesso ao mar e ficaram a quilômetros de suas plantações. A pesca e a agricultura são o modo de vida dessas comunidades. E elas não pretendem abrir

Satélites da SpaceX

A SpaceX lançou na manhã de segunda-feira, 11, a bordo de um foguete Falcon 9, mais 60 satélites de sua constelação Starlink. Foi o quarto vôo do foguete, que já foi usado para lançar três outros satélites para clientes comerciais, e o primeiro vôo da SpaceX com uma carenagem, peça que protege a carga na ponta do foguete, reutilizada.

Atualmente há 62 satélites Starlink em órbita, e o lançamento de segunda,11, se bem sucedido, irá dobrar o tamanho da constelação. Ainda assim, é apenas 1% do total de 12.000 satélites na configuração inicial do sistema, projetado para levar acesso à internet em alta velocidade para todo o planeta.

Em Outubro, Elon Musk enviou o primeiro Tweet através de uma conexão via Starlink. A expectativa é que a Starlink comece a oferecer serviços comerciais em 2020, e a SpaceX está confiante no sucesso de seu sistema: a empresa pediu autorização para lançar mais 30 mil satélites, além dos 12 mil iniciais, para aumentar ainda mais a cobertura.

Os planos da Starlink estão sendo criticados pelos astrônomos, já que os satélites refletem a luz do sol e aparecem no céu como estrelas muito brilhantes que se movem rápido, o que pode prejudicar as observações astronômicas.

Para mitigar o problema, a SpaceX moveu os satélites para óbritas mais altas, onde não podem ser vistos pela maioria da população, mas ainda assim são visíveis em locais com céus escuros.

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A SpaceX

Space Exploration Technologies Corp., cujo nome comercial é SpaceX, é uma empresa estadunidense de sistemas aeroespaciais e de serviços de transporte espacial sediada em Hawthorne, Califórnia. Foi fundada em 2002 pelo empresário Elon Musk com o objetivo de reduzir os custos de transporte espacial e permitir a colonização de Marte. A SpaceX desenvolveu desde então a família de veículos de lançamento Falcon e a família de nave espacial Dragon, que atualmente entregam cargas úteis na órbita terrestre.

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