Editorial

Enem passará por mudanças

Ensino Médio

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

No último domingo, 10, milhões de estudantes participaram da última etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que passará por uma série de mudanças nos próximos anos, entre elas, passará a ser aplicado por computador e terá que ser reformulado para avaliar estudantes de um novo modelo de ensino médio. Mesmo assim, de acordo com especialistas, o Enem não perderá força, e continuará sendo porta de entrada para o ensino superior do Brasil e de universidades estrangeiras.

Diante de algumas incertezas, o presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave) e integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Joaquim Soares Neto. Diz que mesmo com as mudanças estruturais não vê dificuldade conceitual. Para ele, tudo é questão de adaptação que, em breve, todas as instituições estarão adaptadas à nova estrutura do ensino médio e como consequência, ao exame. No entendimento dele, o Enem é um instrumento muito poderoso e a juventude vê o Enem como excelente caminho em busca de vaga em instituição de ensino superior no Brasil e no exterior.

O ensino médio, deverá, de acordo com lei promulgada em 2017, passar por mudanças. Os estudantes de todo o país passarão a ter uma parte do conteúdo comum a todas as escolas e, parte que poderá ser escolhida por eles. As escolas deverão ofertar itinerários formativos em linguagens, ciências da natureza, ciências humanas, matemática e ensino técnico.

O Enem terá então que ser reformulado para melhor avaliar esses estudantes. Confiante, Joaquim Neto, acha que o Enem vai se adaptar à questão do itinerário formativo e um desafio para ele. Ele lembra que algumas propostas foram feitas em gestões anteriores, de que a prova avaliasse apenas a parte comum do currículo ou mesmo que um dia avaliasse a parte comum e o outro, o itinerário escolhido pelo estudante. Ainda não há uma definição, mas há a sinalização, por parte da atual gestão do Ministério da Educação (MEC), de que haverá vários modelos de prova.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não revela quantas questões há nesse banco. Segundo Fernandes, tanto para possibilitar a elaboração de várias versões de prova quanto para viabilizar o Enem digital, esse banco precisa crescer e ter de 20 a 30 mil itens e gente fazendo isso a todo tempo. Fernandes presidia o Inep quando o Enem foi reformulado, em 2009, para se tornar hoje porta de entrada para o ensino superior. Até então, a prova criada em 1998 servia para avaliar o ensino médio. Ele acha, entretanto, que, atualmente, ninguém mais pensaria em voltar atrás.

Para evitar fraudes e vazamentos, como o que ocorreu em 2009, na primeira aplicação, e levou ao cancelamento e posterior reagendamento da prova, Fernandes defende que é importante que cada aplicação tenha vários modelos de prova. O sistema de elaboração e de correção de provas pela teoria de resposta ao item (TRI) faz com que as provas tenham um mesmo nível e que os estudantes sejam avaliados da mesma forma. Ele defende ainda que o Enem seja aplicado mais de uma vez por ano.

O Enem é hoje uma das principais formas de ingresso no ensino superior. Todas as universidades federais do país usam o Enem de alguma forma, seja como processo seletivo único, seja como uma das formas de admissão. O exame cresceu também entre as universidades privadas.

O Enem é uma prova que coloca todos os alunos na mesma régua, segundo a Associação Nacional das Universidades Particulares A Anup reúne atualmente 247 instituições de ensino particulares associadas com mais de 2 milhões de alunos de graduação. Vale lembrar que os alunos com notas superiores no Enem geralmente são aceitos com bolsas de estudos, muitas vezes integrais, e são disputados pelas particulares. Porque a correlação entre um Enem alto e um aluno proativo, inteligente, capacitado é muito relevante.

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