Editorial

Novembro Azul

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

Pelo menos 68.220 novos casos de câncer de próstata no Brasil são diagnosticados a cada ano, sendo a segunda causa de morte entre os homens, com 14 mil óbitos anuais. A estimativa é do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Os números, correspondem a um risco 66,12 novos casos a cada 100 mil homens. Pelo menos um em cada nove homens será diagnosticado com a doença durante a sua vida.

Durante todo o mês de novembro serão realizadas campanhas de conscientização sobre a necessidade de prevenção e tratamento. É o Novembro Azul, de combate ao câncer de próstata. A intenção é desmistificar, reduzir ou acabar com o preconceito que existe contra o exame realizado para detectar a doença. O machismo é o principal entrave no combate a este câncer.

O câncer de próstata acomete principalmente homens mais velhos, a média de idade, atual, é de 66 anos. Cerca de seis, em cada 10 casos diagnosticados, são de homens nesta faixa de idade, sendo raro, mas não impossível, casos antes dos 40. Na maioria dos casos, o câncer cresce de forma lenta e não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem. Já em outros casos, ele pode crescer rapidamente, se espalhar para outros órgãos e até causar a morte.

Pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), indica que 21% do público masculino acredita que o exame de toque retal, eficaz na identificação do câncer de próstata, "não é coisa de homem". Considerando aqueles que fazem parte do grupo de risco, com mais de 60 anos, 38% disse não achar o procedimento relevante.

Os números mostram a realidade preocupante, que coloca o preconceito e o machismo como os principais entraves para o diagnóstico precoce e combate ao câncer de próstata.

Padrões de comportamento que já começam a ser quebrados, mas que ainda estão muito enraizados na sociedade, de que homens não choram, não cuidam da aparência, reforçam que a força é tudo e sentimentos são fraquezas. Denominado de masculinidade tóxica, esse conjunto de normas sociais tira dos homens um direito: o de se sentir vulnerável e o joga em uma vala comum, na qual os homens morrem muito mais cedo do que as mulheres, porque não se cuidam e não podem se mostrar fragilizados.

É fato que diagnosticar a doença em fase inicial possibilita que o tratamento tenha êxito em nove entre 10 casos. Isso, aliado a uma terapia individualizada com ênfase em redução de sequelas e complicações com o máximo de resultados, porém, os homens ainda são reticentes, por achar que sua masculinidade é colocada à prova com o exame clínico que pode detectar a doença, o toque retal.

É indispensável, ao diagnóstico precoce, que homens a partir dos 50 anos e 45 anos, para quem tem histórico da doença na família, façam o exame clínico - é feito pelo médico, que avalia tamanho, forma e textura da próstata -, e o teste de antígeno prostático específico (PSA) - um exame de sangue que identifica o nível dessa proteína que, quando elevada, pode indicar câncer ou doenças benignas da próstata -, anualmente para rastrear o aparecimento da doença.

Um dos objetivos do Novembro Azul é transmitir aos homens que não é necessário esperar o aparecimento de um sintoma para procurar um especialista. Ao contrário, em seus estágios iniciais, o câncer de próstata não costuma apresentar sintomas. Portanto, o fato de não sentir nenhum desconforto não deve ser visto como fator limitador para a realização de exames.

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