Dados do IBGE

Aumento da pobreza no Maranhão repercute entre deputados na AL

Oposição criticou governo Dino pelo aumento da extrema pobreza; governistas dizem que avanços no Maranhão contradizem os dados oficiais do IBGE

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Wellington do Curso diz que IBGE trouxe dados do Maranhão real e Rafael Leitoa culpa Governo Federal
Wellington do Curso diz que IBGE trouxe dados do Maranhão real e Rafael Leitoa culpa Governo Federal (Wellington do curso)

Os dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada na quarta-feira, 6, pelo IBGE – e que apontam o Maranhão como o estado brasileiro com a maior proporção da população vivendo abaixo na linda de pobreza extrema – foram tema de debate na Assembleia Legislativa na manhã de ontem.

De acordo com o relatório, 20% dos maranhenses sobrevivem com até R$ 145 de renda domiciliar per capita por mês. Levando-se em consideração a chamada situação de pobreza (com rendimento domiciliar per capita mensal de até R$ 420), esse percentual salta a mais de 50% – bem próximo do já registrado em 2018.

Para o deputado estadual Wellington do Curso (PSDB), os números “desmascaram” a gestão estadual.

“O governo da mentira é desmascarado para todo o Brasil. O IBGE traz dados, informações, números de um Maranhão real, diferente do Maranhão da propaganda, do Maranhão da mentira de Flávio Dino, do Maranhão da hipocrisia de Flávio Dino, do Maranhão da enganação de Flávio Dino. Esse é o Maranhão que o Flávio Dino tenta vender para o Brasil, é o Maranhão da propaganda mentirosa, é o Maranhão da propaganda enganosa, é o Maranhão totalmente distante da realidade”, destacou.

Segundo ele, o IBGE acaba por contradizer um governo que se elegeu com a promessa de “erradicar a pobreza e a miséria no Maranhão”.

“Um Maranhão que tem um governador que diz que ia acabar com a miséria e com a pobreza no Estado do Maranhão, mas é um governo que gasta dinheiro com propaganda enganosa, tentando de todas as formas ludibriar os maranhenses acerca de um Maranhão que não existe. Nós lamentamos, é muito triste a situação na qual se encontra o Estado do Maranhão, quebrado. O Governador Flávio Dino quebrou o Estado do Maranhão. Os dados do IBGE mostram a proporção de pessoas em condições de pobreza, extrema pobreza. O Estado do Maranhão é o Estado mais pobre da Federação”, completou.

Contraponto

Num longo discurso, o líder do governo na Casa, deputado Rafael Leitoa (PDT), fez um contraponto ao discurso do tucano, e contestou dados do IBGE com informações sobre obras e ações da gestão Flávio Dino.

Os números do Executivo, segundo ele, confirmam os avanços sociais em vários setores e demonstram que o Maranhão, ao contrário do que foi divulgado na imprensa, tem diminuído o índice da pobreza e não aumentado.

“São pontos importantes que, infelizmente, não foram colocados em questão nessa veiculação de matéria que coloca o Maranhão como o estado mais pobre da federação”, afirmou Leitoa.

O primeiro avanço destacado pelo líder do governo foi na educação. Segundo ele, em 2011, o Maranhão tinha 21,6% da população, com idade a partir de 15 anos, que não sabia ler e nem escrever. Hoje, esse índice é 16,3% devido ao alto investimento que tem sido feito no setor pelo governador Flávio Dino.

“É esse o Maranhão que o Brasil conhece. É o Maranhão da Escola Digna, o Maranhão do ‘Sim, Eu Posso’, articulado inclusive com o Movimento Sem Terra, que fez essa taxa vergonhosa de 21,6% cair para 16%”, disse Rafael Leitoa.

O líder governista chamou atenção para a situação das escolas encontradas por Flávio Dino quando assumiu o governo, situação que, de acordo com o pedetista, hoje é nova realidade com a implantação do programa Escola Digna. Rafael Leita também destacou a nota do IDEB que mostra que o Maranhão avançou de 3.8 para 4.5 nos anos iniciais; de 3.4 para 3.7 nos anos finais; de 2.8 para 3.4 no Ensino Médio.

“E não adianta colocar inverdades, porque a população que está sendo atendida sabe o que é a realidade do Programa Escola Digna. As quase mais mil escolas reformadas, ampliadas ou construídas. A população matriculada no ensino superior, que sai de 19 para 21,8”, afirmou.

Mais números

Em 2018, o país tinha 13,5 milhões pessoas com renda mensal per capta inferior a R$ 145, ou U$S 1,9 por dia, critério adotado pelo Banco Mundial para identificar a condição de extrema pobreza.

Pobreza é culpa do Governo Federal, diz deputado

Rafael Leitoa afirmou que a política que o Governo Federal vem adotando fez com que a pobreza no Brasil e no Nordeste tenha aumentado. Em 2016, a taxa era 24,6 e o país finalizou 2017 com 24,3, a uma linha é decrescente. “Ou seja, enquanto a pobreza no Brasil e no Nordeste cresceram significativos dois pontos percentuais, o Maranhão caiu 0,3 décimo”.

Nós estamos trabalhando todos os dias para reduzir este índice. E isso alguns não falam, não reconhecem, mas são dados oficiais. Essas políticas, essas reformas agora implementadas pelo Governo Federal irão aumentar, ainda mais, a pobreza no Brasil, não tenho dúvida disso. E o Maranhão fica no Brasil, não fica na Europa, não fica nos Estados Unidos”, complementou o líder.

O discurso de Rafael Leitoa foi aparteado por deputados da base. O primeiro a se manifestar foi Antonio Pereira, que reconheceu os avanços do atual governo nas diversas áreas sociais.

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