Poluição

12 pontos do litoral maranhense estão afetados por óleo

Operação de limpeza das manchas foi realizada na sexta-feira, 1º, na Ilha dos Poldros, divisa com o Piauí

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Já foram encontrados focos de óleo na orla da Avenida Litorânea e na Ilha de Caçacueira
Já foram encontrados focos de óleo na orla da Avenida Litorânea e na Ilha de Caçacueira (óleo no nordeste)

Já são 12 os pontos do litoral maranhense afetados pelas manchas de óleo espalhada no mar, conforme atualização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Um desses locais é a Avenida Litorânea, em São Luís. O outro é a Ilha Caçacueira, que fica no Arquipélago de Maiaú, na Reserva Extrativista de Cururupu, na Baixada Maranhense. Um Centro de Ope­rações de Incidentes de Poluição por Óleo, sob a coordenação da Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA), foi criado para agilizar o combate ao problema.

Segundo o Instituto, oito desses pontos foram classificados como “não observado na última revisita”, o que significa que, embora alguns estejam sem nenhuma mancha, podem sofrer novamente com o problema, pois o fluxo das marés leva e traz a substância, em um movimento contínuo. De acordo com a chefe de Divisão Técnico-Ambiental do Ibama, Ciclene Maria Silva de Brito, ocorre muito de a equipe fazer a patrulha, aérea ou marítima, e não encontrar vestígios do material tóxico. Mas, em outra ronda, o óleo é localizado.

Outros três pontos do Maranhão foram categorizados como “oleada – vestígios esparsos”, que possuem uma quantidade menor do material. E apenas um está classificado como “oleada – manchas”, que é o nível mais avançado da presença do petróleo bruto no mar e nas praias. Esse único trecho é a Ilha dos Poldros, no Delta do Parnaíba, na divisa com o estado do Piauí, como o Ibama mostrou em seu novo relatório.

Sobre a Avenida Litorânea, está classificada como “não observado”. Significa, segundo o Ibama, que a praia está limpa, mas o material pode retornar a qualquer momento, devido ao movimento das marés.

Primeiro caso
De acordo com o capitão de Mar e Guerra Marcio Ramalho Dutra e Mello, comandante da CPMA, o primeiro caso no Maranhão ocorreu no dia 18 de setembro, quando a substância foi encontrada na Ilha dos Poldros, na divisa com o Piauí. Ali, só foram recolhidos cerca de 1kg do material, ou seja, em pouca quantidade. Naquele momento, a Capitania do Portos do Piauí acionou a Capitania dos Portos do Maranhão, para alertar sobre a presença das manchas de óleo no Del­ta do Rio Parnaíba.

No dia 23 de setembro, ocorreu o segundo caso, na Praia de Itatinga, em Alcântara, onde uma tartaruga foi encontrada suja de óleo na faixa de areia. Um universitário achou o animal quando fazia uma caminhada. “Ali, já tínhamos uma ideia de que era o mesmo óleo que apareceu na Ilha de Poldros. Começamos a agir para coleta e recolhimento. A partir dali, surgiram novos pontos. O Ibama, o ICMBio, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e Corpo de Bombeiros se uniram aos esforços”, comentou o capitão Marcio.

Centro de Operações
A criação do Centro de Operações de Incidentes de Poluição por Óleo foi anunciada nessa quinta-feira, 31, em uma entrevista coletiva na Capitania dos Portos do Maranhão. O objetivo é agilizar o fluxo de informações e a coleta das manchas de óleo no litoral maranhense. De acordo com a Marinha do Brasil, desde o início do primeiro caso em nosso estado, já foram retirados 1.230kg da substância. Foi dito que a região dos Lençóis Maranhense já foi totalmente limpa do material tóxico.

Conforme informou o capitão de Mar e Guerra Marcio, desde o primeiro surgimento das manchas, na Ilha de Poldros, na área do Delta do Parnaíba, já havia um esforço conjunto para combater o problema ambiental. Com o segundo caso, que aconteceu em Alcântara, na Praia de Itatinga, os trabalhos se intensificaram, pois envolveu outros órgãos, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O oficial da Marinha pontou que, no dia 6 de outubro, foi montado o Grupo de Monitoramento e Avaliação, em âmbito nacional. Mas, agora, tornou-se necessária a criação de uma coordenação setorizada e local. Segundo Marcio Ramalho, isso aconteceu porque a contaminação se alastrou no litoral maranhense, embora em pouco intensidade quando comparado aos outros estados do Nordeste. “O objetivo da centralização é colher as informações e nivelar os conhecimentos. É colocar todo o apoio logístico para canalizar os dados o mais rápido possível, a fim de remover e analisar as manchas de óleo”, frisou o comandante da CPMA.

Ele disse que Centro de Operações foi criado após reunião ocorrida no Palácio dos Leões, sede do Poder Executivo estadual, momento em que a coordenação foi anunciada.

Limpeza de manchas
Conforme o capitão Marcio, já foram retirados das praias do litoral maranhense 1.230 kg das manchas de óleo. O ponto de maior remoção foi na Praia de Travosa, em Santo Amaro do Maranhão, onde as equipes limparam 700kg da substância tóxica. Nesta sexta-feira, 1º, estava prevista, pela Marinha do Brasil, uma ação de limpeza na Ilha dos Poldros, juntamente com o Exército, Corpo de Bombeiros Militar, Ibama e ICMBio. No entanto, a operação foi adiada para a próxima semana, segundo o oficial.

Até o momento, quatro tartarugas foram encontradas no litoral do Maranhão desde o surgimento das primeiras manchas, mas, segundo Ciclene Maria Silva, apenas dois casos estão relacionados ao material tóxico, sendo um ocorrido na Ilha dos Poldros e outro na Praia de Itatinga, em Alcântara. Com relação a essa situação do Delta do Parnaíba, inclusive, o animal estava morto.

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