Medalha no peito

Maranhense comemora feito histórico com medalha olímpica

José Carlos Moreira, o "Codó", recebe medalha das Olimpíadas de Pequim 11 anos depois e fala com exclusividade a O Estado sobre a emoção do feito histórico

Eduardo Lindoso / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Codó comemora feito, com medalha no peito
Codó comemora feito, com medalha no peito (CODÓ MEDALHA )

SÃO LUÍS - Depois de 11 anos de espera, o Maranhão, enfim, recebeu a sua terceira medalha olímpica. Isso porque, nesta quinta-feira (31), na Suíça, o maranhense José Carlos Moreira, o “Codó”, recebeu a medalha de bronze referente à conquista dos 4x100 masculino no atletismo das Olimpíadas de Pequim 2008. A medalha, que já havia sido reconhecida em janeiro de 2017, veio após comprovação de doping do velocista Nesta Carter, da equipe da Jamaica, que levou o ouro na competição. Com a reclassificação, o ouro ficou com Trinidad e Tobago e a prata com o Japão. Em entrevista exclusiva a O Estado, o atleta falou sobre esse momento histórico, reconheceu a angústia pela espera e disse que acredita que esse feito pode abrir portas para novos talentos do esporte do Maranhão.

Codó se juntará no esporte local a Tânia Maranhão, que faturou duas pratas no futebol feminino em Atenas (2004) e Pequim (2008). Em Pequim, o Brasil terminou no atletismo na quarta colocação. No entanto, herdou o terceiro posto com a desclassificação do time jamaicano. O maranhense herdou a medalha de bronze dessa prova, junto com Bruno Lins, Vicente Lenílson e Sandro Viana.

Codó afirmou que a espera foi longa, até certo ponto angustiante, mas se mostrou bastante feliz. “A emoção é única. É única. Uma felicidade que não tem tamanho. Estou muito feliz. Foram 11 anos de espera, angústia, mas chegou ao fim de uma maneira espetacular. Foi brilhante essa emoção aqui no mu­seu. Foi surreal. A energia, o carinho que receberam a gente aqui...”.

“Agora posso falar que sou um medalhista olímpico. Sentir o peso dessa medalha no pescoço, no coração”, desabafou o atleta.

O maranhense ressaltou, também, que espera que esse feito histórico abra portas para novos atletas. “Agora espero que esse feito, histórico, na minha vida, na minha carreira, possa abrir portas para os novos talentos que vão surgir no Maranhão. A gente tem que olhar para os nossos atletas futuros, do nosso estado, do nosso interior. Para que eles possam se inspirar, e ver que eles também são capazes de chegar, com algum apoio, muito treino, dedicação”, desabafou o atleta.

Terceira medalha para o MA

Codó se juntou no esporte maranhense a Tânia Maranhão, que faturou duas pratas no futebol feminino em Atenas (2004) e Pequim (2008).

Esta é a segunda medalha do atletismo dos Jogos de Pequim 2008 que o Brasil herda. No revezamento 4x100m feminino, as brasileiras Lucimar Moura, Rosangela Santos, Rosemar Coelho Neto e Thaissa Presti também levaram o bronze após a desclassificação da Rússia.
O bronze do revezamento 4x100m rasos masculino é a 17ª medalha olímpica da história do atletismo brasileiro, ficando atrás apenas do Judô (22 medalhas) e da vela (18). É também a 129ª do país nos Jogos. Agora, o Brasil conta com 372 atletas medalhistas olímpicos em quase cem anos de participação em Olimpíadas.

Entenda o caso

Ao refazer os testes de doping do jamaicano Nesta Carter, o Comitê Olímpico Internacional (COI) descobriu que a amostra do atleta testou positiva para a substância proibida Dimetilamilamina, um vaso­constritor que aumenta a capacidade pulmonar. Com isso, o Comitê Disciplinar do COI decidiu retirar o ouro da Jamaica: além de Carter, Usain Bolt, Asafa Powell e Michael Frater perderam as suas medalhas.

Com a punição, a medalha de ouro passou para o quarteto de Trinidad e Tobago (38s06), a prata ficou com a equipe do Japão (38s15) e o Brasil, quarto colocado, ganhou o bronze (38s24).

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