Repercutiu fortemente no Maranhão a reportagem do Jornal Nacional sobre depoimento de um porteiro do condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem casa no Rio apontando suposto envolvimento dele com o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco.
De acordo com esse depoimento, no dia do crime, o ex-policial militar Élcio Queiroz, suspeito de envolvimento na morte, disse na portaria do condomínio que iria à casa de Bolsonaro, na época deputado federal.
A versão foi posteriormente contestada pelo presidente, e a promotora Simone Sibilio, do Ministério Público do Rio de Janeiro, afirmou em entrevista a jornalistas na tarde de ontem, que o porteiro deu uma informação falsa.
Antes disso, contudo, o caso movimentou a classe política local, que usou as redes para comentar o assunto durante toda a manhã de ontem. A maioria defendeu apuração rigorosa da denúncia.
“É preciso apuração, imediatamente. A República não pode carregar o peso dessa questão sem o devido esclarecimento”, apontou o deputado federal Bira do Pindaré (PSB).
Principal aliado do governador Flávio Dino (PCdoB), em Brasília, o também deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) afirmou que o presidente excedeu-se numa transmissão ao vivo para e defender das acusações,
“Na live de hoje se excedeu mais uma vez em absoluta falta de compostura. Quando mais ele deprecia a Presidência da República mais se revela incapaz do cargo”, disse. E completou: “Fato: Jair Bolsonaro deu sinais fortes de que começou a se sentir acuado pelos cometimentos de sua família!”.
O deputado Zé Carlos (PT) questionou o que considerou “desespero” do presidente. “Por que esse desespero todo de Bolsonaro?”. E cobrou: “O Brasil precisa de mais esclarecimentos, presidente!”, cobrou.
Federalização
Na única manifestação sobre o assunto, o governador Flávio Dino (PCdoB) preferiu não tratar diretamente da acusação contra Bolsonaro, limitando-se a comentar o pedido para que a Polícia Federal entrasse no caso. Para ele, essa “federalização” seria inconstitucional.
“Conforme a Constituição Federal, só quem pode federalizar um processo é o STJ. Está no artigo 109, parágrafo 5º, da Constituição. No mesmo preceito, há os requisitos necessários. Portanto, não é uma questão de mera discricionariedade”, destacou.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, no entanto, informou que remeterá para o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro um pedido feito pelo ministro Sergio Moro (Justiça) para que se investiguem as circunstâncias em que o porteiro do condomínio de Bolsonaro citou o nome do presidente em depoimento à polícia do Rio.
Garcês:“Querem destruir um presidente honesto?”
Também nas redes sociais, o médico Allan Garcês (PSL), aliado do presidente e membro do Ministério da Saúde, questionou os motivos da publicação da reportagem.
“Querem destruir a PAZ? ...a ESTABILIDADE SOCIAL? ...a ORDEM? ...a FAMÍLIA? Querem destruir a MORAL? ...o RESPEITO?...os VALORES CRISTÃOS? ...a ÉTICA? ...a VERDADE? Querem destruir um PRESIDENTE HONESTO?”, postou.
Maura Jorge
Já a superintendente da Funasa no Maranhão, ex-prefeita Maura Jorge, postou logo cedo imagens de Bolsonaro presente à sessão da Câmara dos Deputados no mesmo dia da suposta visita de um dos envolvidos na morte de Marielle ao condomínio onde o presidente tem uma casa.
“Da última vez em que estive com o presidente Bolsonaro, o perguntei: ‘Presidente, seu semblante está abatido, triste, o que está acontecendo?’. E ele respondeu: ‘Maura, são as perseguições que tão demais, são muitas investidas caluniosas contra o nosso governo, contra a minha família’. Diante dos recentes ataques da mídia, falo hoje o que falei naquele dia ao nosso presidente: as investidas do inimigo sempre virão. Eles se alimentam do caos. Tenha fé em Deus, continue forte e determinado, porque tu fostes o escolhido para organizar o nosso país”, escreveu.
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