Conhecimento

Professor chileno aborda saúde mental em palestra na UNDB

Alejandro Jardel é coordenador acadêmico do curso de Psicopedagogia da Universidade Vale Viña del Mar e abriu a "III Semana de Psicologia" da UNDB, na segunda-feira, 28; evento será encerrado hoje, com vasta programação

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

[e-s001]Abrindo a “III Semana de Psicologia – saúde mental e qualidade de vida”, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco (UNDB), em São Luís, o professor chileno Alejandro Javier Rojas Jardel, coordenador acadêmico do curso de Psicopedagogia da Universidade Vale Viña del Mar, no Chile, palestrou, na noite de segunda-feira, 28, e discorreu, para um público diversificado, sobre como desfrutar uma vida melhor, diante de um mundo cada vez mais imediatista e estressante.

A palestra do professor Alejandro Jardel começou por volta das 19h30 e abriu a “III Semana de Psicologia”. No Centro Universitário, o chileno foi apresentado pela professora Ilara Nogueira da Cruz, coordenadora do curso de Psicologia da UNDB. Em seu discurso, Jardel esclareceu alguns pontos sobre o conceito de saúde mental, uma vez que muitas pessoas pensam que isso significa apenas ausência de doenças ou problemas emocionais graves.

“As pessoas precisam construir uma vida mais relaxada neste mundo tão estressante, tão exigente. O ser humano precisa recuperar essa missão de controle das nossas decisões mais elementares. Os valores desse tempo são de competitividade. Isso, de certa forma, contribui para que a saúde mental seja comprometida”, disse Alejandro Jardel. Na visão do professor chileno, o individualismo é outro fator que se torna um obstáculo na busca de uma qualidade de vida, em todas as faixas etárias.

Segundo ele, é necessário que sejam analisados os problemas por vários aspectos. De um lado, como o professor, o ser humano se volta muito para fora, ou seja, para as mídias sociais, as redes sociais, a realidade virtual. “Nesse sentido, as pessoas têm pouco contato com suas emoções, seus sentimentos, seus interesses. É importante ter esse diálogo com nosso lado interno, porque é onde está o nosso ser, o que temos de valor intrínseco e profundo”, comentou o palestrante.

“Hoje em dia, o sujeito está muito influenciado por tudo isso, pelas exigências sociais, para sermos alguém que não somos, para sermos aceitos. A gente tem medo de ser espontâneo. Isso pode afetar bastante a saúde mental”, ponderou o professor Alejandro Jardel.

[e-s001]Expectativa de crescimento
A palestra do professor chileno, assim como toda a programação da “III Semana de Psicologia” da UNDB, foi recebida com muita expectativa pelos discentes e docentes do Centro Universitário. Para Sirley Portela Meneses, que estuda no 3º período de Psicologia da instituição, o crescimento profissional e o aprendizado são fatores fundamentais para esse intercâmbio. “É um conhecimento para a faculdade, para o corpo científico, para os alunos e professores, tendo em vista que nós vamos aprimorar nossos horizontes”, analisou a jovem.

Sirley Meneses disse que a expansão das visões é algo que, com certeza, ocorrerá a partir da palestra de Alejandro. “O que espero é que as informações sejam para a vida e que nos enriqueçam, aumentem nossa percepção social. Isso é bom, porque não ficamos com apenas um ponto de vista, que é o da nossa realidade, aquilo que já conhecemos. Nós vamos aumentar nossas ideias. A UNDB trabalha em cima disso. Quanto mais conteúdo recebermos, maior será nossa possibilidade de fazermos um atendimento de qualidade”, enfatizou a acadêmica.

Projeto de internacionalização
A coordenadora do curso de Psicologia da UNDB enfatizou que a palestra do professor Alejandro Jardel abriu, além da “III Semana de Psicologia”, o projeto de internacionalização da UNDB. De acordo com Ilara Nogueira, essa iniciativa atua em quatro frentes, sendo uma delas a mobilidade acadêmica, que se refere ao envio e recebimento de docentes e discentes estrangeiros. A segunda é a formação de professores e alunos, por meio, por exemplo, dos cursos de extensão.

“A outra frente é o intercâmbio de pesquisa, que nós chamamos de cooperação científica, por meio de parceria entre instituições internacionais. Por fim, a outra frente é o de eventos. Dentro desse contexto que estamos vivendo, não apenas no Brasil, como mundialmente, tornou-se importante trazer o professor Alejandro, até mesmo para contribuir para essa discussão dentro da academia”, pontuou Ilara Nogueira.

Outras palestras
Ainda segundo a coordenadora do curso, o objetivo é promover uma reflexão, a partir do debate acerca dessa temática da saúde mental e qualidade de vida. Ilara Nogueira frisou que o evento terminará nessa quarta-feira, 30. Nesses três dias da “Semana de Psicologia”, houve outras palestras, mesas-redondas e muita interação entre alunos e professores. “É uma temática que interessa a todos. Por isso, o evento foi aberto à comunidade, para estudantes de qualquer área”, assinalou a coordenadora.

Para os três dias de evento, a estimativa de público era de mais de 200 pessoas, entre alunos e professores, conforme a coordenadora Ilara Nogueira.

SAIBA MAIS

SAÚDE MENTAL

Para a professora do curso de Psicologia da UNDB, Sílvia Vale, saúde mental é um conceito que remete a um conjunto de características que nos dão, de maneira geral, um equilíbrio emocional. “Saúde é um estado completo de bem-estar biopsicossocial. Se é biopsico, então isso se refere ao mental, no sentido de como nos consideramos emocionalmente, de como nos vemos”, comentou ela.
A professora Sílvia ponderou que, talvez, seja o momento de o ser humano parar e fazer alguns questionamentos sobre como está vivendo, para que se tenha respostas mais pertinentes sobre os problemas que o afligem. “Todas as variáveis que nos circundam têm a ver com o nível de saúde mental que apresentamos. Isso pode levar à qualidade positiva ou negativa. Os contextos nos quais estamos inseridos favorecem ou prejudicam a nossa saúde mental. Somos imediatistas, mas isso é uma configuração da nossa sociedade. A gente precisa, coletivamente, parar um pouco e pensar: ‘por que estamos indo com tanta pressa?’. São indagações importantes”, observou Sílvia Vale.

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