Estudantes de Medicina da UFMA

Pró-vacina e contra as notícias falsas; todo foco na pesquisa

Grupo de estudantes vai a campo pesquisar sobre a importância do ato de se vacinar e os impactos das "fake news" na promoção da saúde

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Estudantes Camilo Mendes, Natália Galvão, Paulo Simões, Fernanda Azevedo, Thiago Muniz, Letícia Freitas, Thais Abreu, Roberta Cutrim, Anderson Costa
Estudantes Camilo Mendes, Natália Galvão, Paulo Simões, Fernanda Azevedo, Thiago Muniz, Letícia Freitas, Thais Abreu, Roberta Cutrim, Anderson Costa (Estudantes de medicina em pesquisa sobre fake news)

SÃO LUÍS - Muitas doenças comuns no Brasil deixaram de ser um problema de saúde pública por causa da vacinação massiva. O problema é que, nos últimos anos, parte da população ficou reticente sobre o fato de aderir, principalmente pelo bombardeio de notícias falsas na internet: as chamadas “fake news”. Preocupado, um grupo de acadêmicos do terceiro período do curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) foi a campo investigar e buscar respostas.

Antônio Camilo, Natália Galvão, Thiago Muniz, Roberta Ribeiro, Anderson Costa e mais oito estudantes debruçaram-se sobre o tema “A importância da vacinação e os impactos das fake news na promoção da saúde”, escolhido dentro da disciplina “Eixo Integrado”, ministrada pela professora Flávia Fernandes.

Os futuros médicos visitaram postos de saúde de bairros como Cohab, Anil e Anjo da Guarda. Entre outras coisas, descobriram vários mitos sobre a vacinação, a partir das visitas e, também, vasculhando diferentes sites na internet. “Poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche são apenas alguns exemplos de doenças comuns no passado e que as novas gerações só ouvem falar. O resultado da vacinação não se resume a evitar doença, pois as vacinas salvam vidas”, frisa Antônio Camilo.

Estudo

Segundo Natália Galvão, um estudo realizado pelo instituto Gallup, por encomenda da organização britânica Wellcome Trust, ouviu mais de 140 mil pessoas e verificou que, no caso dos brasileiros, 73% desconfiam da ciência e no que ela produz.

“Nessa perspectiva, surgem, também, os pesquisadores que desvirtuam a ciência e promovem falsas informações para a população, geralmente motivados por questões econômicas. A divulgação dessas informações, sem antes verificar a sua veracidade, são fatores que levaram, no caso da saúde pública, ao retorno de algumas doenças antes erradicadas”, alerta Natália Galvão.

O Brasil, que em 2017 não contabilizou nenhum caso de sarampo, entre janeiro e junho de 2018 já registrou 1.686 casos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Quanto ao sarampo, a cobertura do tríplice viral chegou a 100% em 2003. Desde 2015, no entanto, os números começaram a cair até cobrir 85,2% da população em 2017 (OMS). O sarampo é uma doença viral muito contagiosa e, no mundo, é uma das maiores responsáveis pelos altos números de mortalidade infantil.

Mitos

Os estudantes elencaram alguns mitos referentes ao assunto, entre eles, “para vacinas que nem sempre são severas, como a catapora, a vacinação não é necessária”, “gestantes, bebês e pessoas imunodeprimidas (pacientes com Aids, que passaram por transplante, em tratamento oncológico, entre outros) nunca devem ser vacinados”, “quanto mais fortes os efeitos colaterais da vacina, mais o indivíduo estará imunizado”, “Tomar vacina duas vezes faz mal”, “vacinas podem levar o indivíduo a adquirir a doença”, “vacinas causam autismo” e “as vacinas que contêm mercúrio são perigosas e devem ser evitadas”.

O trabalho ainda será apresentado em sala de aula e, depois, ficará disponível. O objetivo maior é mostrar a importância da vacinação e alertar a população para a existência das “fake news” associadas ao movimento antivacina, que vem crescendo em todo o mundo e é apoiado por alguns profissionais da área da saúde. O Ministério da Saúde elencou a recusa em se vacinar como uma das 10 ameaças à saúde em 2019.

Saiba Mais

Canal na área

Para combater as fake news na área, o Ministério da Saúde, disponibilizou um número de WhatsApp para envio de mensagens da população.

O canal não é um SAC ou tira dúvidas dos usuários, mas um espaço exclusivo para receber informações virais, que serão apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira.

Qualquer cidadão pode enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando.
O número é (61)99289-4640. Todas as ocorrências respondidas poderão ser encontradas no site saude.gov.br/fakenews.

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