Reconhecimento

Fernando Py e seu livro Raízes

Poeta e crítico literário carioca dedicou resenhas sobre o livro "Impressões sobre Nauro Machado" e em seu livro "Raízes", escreveu uma crônica sobre o livro "O quintal" de Arlete Nogueira da Cruz

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
No livro "Raizes" escritor dedicou texto também sobre a maranhense Arlete Nogueira da Cruz Machado
No livro "Raizes" escritor dedicou texto também sobre a maranhense Arlete Nogueira da Cruz Machado (livro fernando py)

SÃO LUÍS- O crítico literário carioca, Fernando Py, também poeta e contista, lançou recentemente “Raízes”, de “jornalismo literário”, editado pela Ibis Libris/RJ, reunindo 45 artigos, que o autor escreveu para jornais sobre significativos nomes da literatura brasileira e universal, entre eles Elizabeth Barrett Browning, Guimarães Rosa, Pedro Lyra, Carlos Drummond de Andrade, Robert Burns, Ivo Barroso, Machado de Assis e Fábio Lucas.

Fernando Py é um importante autor que prestou valiosa colaboração a respeitáveis enciclopédias, principalmente à Grande Enciclopédia Delta Larousse (1966-1969), sendo também um competente tradutor brasileiro de Marcel Proust, Marguerite Duras, Saul Bellow, Honoré de Balzac, Alexandre Dumas, Isaac Asimov, Edgar Wallace, e outros.

Autor de muitos títulos, entre eles “Os limites da criação: jornalismo literário”, “Vida paixão amor e morte” (contos) e “Confissão Geral” (poesia reunida), Fernando Py publicou em jornal carioca seis resenhas sobre a poesia de Nauro Machado, comparecendo para cumprimentá-lo por ocasião da entrega ao nosso poeta, que ali não pôde estar, do prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras, em 1982.

Republicamos, a seguir, a resenha de Fernando Py sobre Nauro, publicada na Tribuna de Petrópolis (8-2-2019) em torno de “Impressões sobre Nauro Machado”, coletânea com mais de 600 páginas recentemente organizada e lançada pela esposa do poeta, Arlete Nogueira da Cruz, que está no seu livro “Raízes”, com crônica sobre “O quintal”, poema da escritora maranhense.

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O poeta Nauro Machado

Fernando Py

O poeta maranhense Nauro Machado (1935-2015) deixou uma obra poética de imenso vulto. Desde “Campo sem base” (1958) até o póstumo “Canções de roda nos pés da noite” (2016), publicou mais de 50 volumes, fora uns poucos em prosa, quase só crítica e ensaios. A essa quantidade enorme de poesia correspondeu um bom número de prêmios, além de notável quantidade de cartas, poemas, artigos críticos, resenhas e ensaios, cujo número chega a quase meio milhar. Recentemente sua viúva (também escritora) Arlete Nogueira da Cruz Machado reuniu tais textos, que considera “uma espécie de fortuna crítica do poeta”, numa edição de mais de seiscentas páginas, “Impressões sobre Nauro Machado”. (Teresina: Halley S.A. Gráfica e Edito-ra, 2018).

É um livro que compreende 264 artigos de 131 autores diversos e, é claro, de valor crítico e estético bem diferenciado. Alguns, como Jorge Nascimento, falam dos primeiros arroubos do poeta, então com vinte anos de idade, quase sempre defendendo-o de malquerenças e irritações, outros mais desenvoltos abordam sua obra com maior critério e análise. De todo modo, cabe aqui a relação de cerca de quarenta nomes dos mais conhecidos, como Bandeira Tribuzi, Jorge Tufic, Antonio Olinto, Walmir Ayala, José Chagas, Wilson Alvarenga Borges, Fábio Lucas, Cassiano Ricardo, Fausto Cunha, Armindo Trevisan, Manoel Caetano Bandeira de Melo, Lago Burnett, Assis Brasil, Temístocles Linhares, Otávio de Faria, Jorge de Sá, Anderson Braga Horta, Nelly Novaes Coelho, Hildeberto Barbosa Filho, Pedro Lyra, Ferreira Gullar, Adonias Filho, José Louzeiro, Cláudio Murilo Leal, Ubiratan Teixeira, Ivo Barroso, Franklin de Oliveira, José Sarney, Fernando Mendes Viana, José Mario da Silva, Ângelo Monteiro, Carlos Nejar, Marcus Accioly, Fernando Mendes Viana, Henriqueta Lisboa, Moacyr Félix, Donaldo Schüler, Francisco Carvalho, Janilto Andrade, Ivan Junqueira, exemplos de seriedade crítica e conhecimento de poesia.

Por outro lado, podemos verificar que alguns nomes, não relacionados acima, são importantes não somente pela quantidade de textos coligidos, mas também pelo valor da crítica, por vezes apenas indicada. São os casos, por exemplo, de José Guilherme Merquior, Fritz Teixeira Salles, Alexey Bueno, José Paulo Paes, Pascoal Mota e outros. Devemos igualmente registrar aqueles que publicaram monografias e dissertações sobre a poesia de Nauro, cabendo destacar Ricardo Leão (“Tradição e ruptura: a lírica moderna de Nauro Machado”, 2002) e Antônio Aílton (“Humanologia do eterno empenho”, 2003).

Além de traduzida em alguns idiomas, a poesia de Nauro Machado já foi estudada em livros sobre a literatura brasileira, dos quais se distinguem: “Uma história da poesia brasileira” (2007), de Alexei Bueno, “História da literatura brasileira” (2011), de Carlos Nejar e “História da literatura brasileira” (1997) Luciana Stegagno Picchio (tradução do italiano). Este livro, “Impressões sobre Nauro Machado”, organizado com bastante critério, é uma referência obrigatória para estudantes e estudiosos da nossa literatura.

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