Coluna

Cidades Históricas Mineiras

Por que continua valendo à pena conhecer cidades como Ouro Preto, Mariana, São João del Rey e outras

Sheila Dureles, personal travel

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

Mesmo depois de passar por dois grandes acidentes ambientais, as cidades mineiras continuam encantando.

O povo mineiro, sempre acolhedor e simpático, a beleza de suas montanhas, sua rica história, permeada de heróis nacionais e sua arquitetura única.

Vamos falar um pouquinho sobre cada uma delas só para te deixar com água na boca e vontade de, nas férias ou em seu próximo feriado, ir conhecê-las.

TIRADENTES

É a mais moderninha de todas elas. Seus casarões foram transformados em pousadas boutique, ateliês de artesanato, restaurantes com chefs renomados. Seus casarões bem pintados e festivais que convidam a juventude pulsante e moderninha.

Uma vez na cidade não deixe de ir conhecer o Museu da Liturgia e o Instituto Mário Mendonça. Entre as igrejas, a principal é a Matriz de Santo Antônio, com sua fotogênica fachada amarela e branca e um opulento interior com mais de 480 kg de ouro. O ateliê mais legal dos muitos da cidade é o do Sérgio Ramos.

No centro histórico o movimento flutua ao sabor dos feriados, que enchem e desenchem o Largo das Forras, praçona principal da cidade, com charretes. O artesanato mineiro presente: cerâmicas, telas, enfeites de madeira, de ferro, de pedra-sabão, cachaças, geleias, biscoitos, queijos e doces de leite.

Percurso de Maria Fumaça até São João del Rey

Aos sábados, às 13h e às 17h, e aos domingos, às 11h e às 14h, sai o trenzinho maria-fumaça até São João del Rey. O percurso de 12km é parte da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, é feito numa maria-fumaça e tem vista para a Serra de São José da janelinha. Na estação de São João, um museu conta a origem e crescimento das ferrovias no Brasil.

SÃO JOÃO DEL REY

Mais do que as outras cidades históricas de Minas, São João viu seu casario colonial ser envolvido pelo desenvolvimento urbano e econômico. Ainda assim, o patrimônio arquitetônico, cultural e religioso persiste. Não perca a Igreja Nossa Senhora do Carmo, com o interior todo branco, e a Igreja de São Francisco de Assis. Não perca a missa de domingo, às 9h15, é acompanhada por música barroca. No cemitério, está o túmulo do ex-presidente Tancredo Neves.

Vá visitar também a cidade de Bichinho, a 6km de Tiradentes. Distrito da vizinha Prados, entrou no mapa turístico graças a iniciativa de Antônio Carlos Bech, conhecido como Toti, que chegou por ali em 1991 e fundou a Oficina de Agosto com o objetivo de ensinar o ofício e gerar renda para a comunidade. Hoje, em uma única avenida de terra estão enfileirados uma porção de lojas e ateliês, como a Oficina de Artes e Decoração Anjos Astrais, que faz luminárias com bambu, cabaça e cipó, e os objetos de decoração feitos com terras coloridas de Alex Terra.

No caminho de Tiradentes para Bichinho, no pé da Serra de São José, fica o restaurante Pau de Angu, que serve panelões de frango com quiabo a preços em conta. Para o jantar, o chiquezinho Tragaluz (Rua Direita, 52) tem ambiente romântico e bons pratos com galinha d’angola.

CONGONHAS

Uma vez na cidade é parada obrigatória ir conhecer o conjunto da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Ali está a obra-prima de Aleijadinho: no total, são 78 esculturas. 66 são feitas de cedo, distribuídas pelas seis capelas do complexo, marcando os passos da Via Sacra. E 12 são de pedra-sabão, representando os profetas, do lado de fora de igreja.

OURO PRETO

Prepare-se para caminhar e subir e descer infindáveis ladeiras. Estudantes e turistas transitam entre o monumento ao mártir que dá nome à praça e o imponente Museu da Inconfidência, que explica o desenvolvimento da cidade. De suas laterais escorrem ladeiras de paralelepípedo que abrigam um dos mais proeminentes conjuntos arquitetônicos do país, com casas e igrejas barrocas e rococós moldadas por mestres como Aleijadinho e Athaíde. Pousadinhas históricas, ateliês, feiras de artesanato e uma vibrante cena de festivais completam o destino. Visite o Museu da Inconfidência, a Igreja São Francisco de Assis e garimpe artesanato na Feira do Largo de Coimbra, em frente. Faça uma pausa na Cafeteria e Livraria Cultural e siga para a Rua Brigadeiro Musqueira, onde estão a Igreja Nossa Senhora do Carmo, o Museu do Oratório e o Teatro Municipal. Conheça também a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, uma das mais bonitas do Brasil. Não deixe de conhecer a feirinha de artesanato que fica no Largo do Coimbra, lá encontrará muitas obras em pedra sabão.

Trem da Vale

O passeio tem início na estação, onde uma maquete e painéis contam sobre a ferrovia. Depois, cumpre-se o trajeto de 18km até Mariana com montanhas e cachoeiras passando na janela. Pode-se optar pelo vagão convencional ou o panorâmico, climatizado e com janelas maiores. Praça Cesário Alvim, s/n, sextas, sábados e domingos.

Mina du Veloso

O que fazer em Ouro Preto: No bairro de São Cristóvão, é a antiga propriedade do Coronel José Veloso do Carmo, que chegou a ter mais de 200 escravos na região. Ela tem 500 metros de extensão (300 metros deles abertos ao público), com salões com poços d’água e diversas galerias. Rua Platina, 34, diariamente das 9h às 18h.

Restaurante Contos de Réis

Parte da Pousada Vila Mineira, fica na antiga senzala de um casarão do século XVIII. Tem um bom e farto bufê mineiro (paga-se preço fixo, para comer à vontade) para almoçar: galinha ao molho pardo, pastel de angu, torresmo, tutu; está tudo ali. Não deixe também de provar a cerveja artesanal de produção local a Ouropretana.

MARIANA

Vá visitar o centro histórico de Mariana, que continua intacto mesmo depois do acidente no Rio Doce. Veja Praça Minas Gerais, que traz um combo de atrações uma ao lado da outra. Ali ficam as igrejas de São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Carmo, construídas no século XVIII. Logo em frente está o Pelourinho, onde eram castigados os infratores da época. E do outro lado da rua fica a Casa de Câmara e a Cadeia, atual Câmara de Vereadores, que tem na fachada um medalhão de pedra-sabão com o símbolo da coroa portuguesa. Dê uma passadinha na Casa dos Artistas Mestre Ataíde: as salas de um casarão antigo são ocupadas por diversos ateliês – é só entrar que você dá com alguns artistas trabalhando. Nos andares superiores as obras estão expostas e à venda.


Não fazendo parte das cidades históricas, mas que vale muito a pena colocar no seu roteiro é o Instituto Inhotim, mesmo após o acidente de Brumadinho.

Instituto Inhotim

Maior centro de arte contemporânea a céu aberto do mundo, Inhotim é um destino por si só. Tudo ali é absolutamente impecável e único no Brasil e no mundo. O jardim botânico com mais quase 5 mil espécies de plantas conversa perfeitamente com as obras – são 23 galerias e mais 22 instalações pelos 140 hectares do parque, representando alguns dos mais importantes artistas dos séculos XX e XXI, nacionais e estrangeiros. O lugar, moldado a partir da coleção do empresário mineiro Bernardo de Mello Paz a partir de meados da década de 1980, abriga ainda loja de plantas, restaurantes e várias áreas de convivência e descanso com lagos, gramados, bancos e até piscinas. Para ver tudo com propriedade são necessários três dias de visita: o parque é divido em três circuitos principais.

São obras e jardins convivendo harmoniosamente. Muitas delas inseridas na natureza que não conseguimos em primeira mão identificar.

Minas tem muito a te oferecer, trate este destino com carinho vai te deslumbrar e ainda vai comer muito bem. Desvende seus mistérios.

Boa viagem.

sheila@dureles.com.br

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