Editorial

Malha viária crítica

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

Relatório da Pesquisa CNT Rodovias 2019, divulgada na última terça-feira (22) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), apontou que 70,7% das rodovias estaduais do Maranhão estão em condições “regular”, “ruim” ou “péssima”, ou seja, apresentam algum tipo de problema. O levantamento, que apresenta informações colhidas entre maio e junho deste ano, é a constatação de que o programa “Mais Asfalto”, executado pelo governo comunista de Flávio Dino como forma de melhorar a malha rodoviária estadual, não trouxe tantos benefícios, como tem sido propagandeado.

De acordo com a pesquisa, que classifica os quase 1.500 quilômetros de rodovias estaduais como “ótimo”, “bom”, “regular”, “ruim” e “péssimo”, só 29,3% da malha rodoviária estadual maranhense tiveram avaliação positiva, ou seja, receberam a qualificação “ótima (apenas 1,5%) e “bom” (27,8%). Chama atenção o percentual irrisório de trechos de estradas jurisdicionadas ao Governo do Estado com a classificação “ótimo”.

A qualificação “regular” foi dada a apenas 34,5% de toda a malha, o que corresponde a pouco mais de 500 quilômetros. A classificação “ruim” foi atribuída a 15% da malha rodoviária estadual, o que corresponde a algo próximo de 220 quilômetros da extensão somada das estradas. Nada menos do que 300 quilômetros de rodovias estaduais receberam a avaliação “péssimo”, equivalente a 21,2% de toda a extensão rodoviária, dado que escancara todos os transtornos aos quais estão sujeitos os condutores que trafegam pelas rodovias estaduais maranhenses, como acidentes, congestionamentos e até assaltos.

Em sua propaganda oficial, o governo comunista de Flávio Dino informa que de 2015 a 2018, investiu R$ 2 bilhões em obras de ruas, avenidas e estradas. O montante, segundo a publicidade palaciana, foi aplicado em construções, melhorias e reformas de vias urbanas e rodovias, por meio do programa “Mais Asfalto”. Ainda de acordo com a comunicação governista, dezenas de trechos rodoviários estão em obras atualmente. Confrontados com o resultado da Pesquisa CNT de Rodovias, os números divulgados pelos canais de informações do governo são se mostram consistentes.

Somada toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, também pavimentados, a pesquisa analisou 4.633 quilômetros no Maranhão. O pavimento apresenta problemas em 64,5% da extensão avaliada. Outros 35,5% têm condição satisfatória, enquanto em 8,2% dos trechos, o pavimento está totalmente destruído. Quanto à sinalização, em 74,6% de toda a extensão da malha, é considerada regular, ruim ou péssima. Em outros 25,4%, é avaliada como ótima ou boa. A faixa central é inexistente em 22,5% da extensão e as faixas laterais são inexistentes em 24,3%.

Em relação à geometria da via, 59,3% da malha é deficitária e 40,7%, ótima ou boa. As pistas simples predominam em 98,5%. A falta de acostamento foi constatada em 40,6% dos trechos avaliados. Nos trechos com curvas perigosas, em 57,5% não há acostamento nem defensa. A pesquisa identificou 231 críticos no Maranhão, sendo 10 erosões na pista, duas quedas de barreira e 201 trechos com buracos grandes.

Outra constatação foi de que as condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte de 36,5%, o que reflete na competitividade e no preço dos produtos. Diante de tantos problemas, o valor estimado que seria necessário para recuperar as rodovias no Maranhão, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, gira em torno R$ 2,22 bilhões. Um desafio tanto.

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