"Estação Saúde" traz informação e cuidados sobre hanseníase

Projeto realizado pela Fundação Vale em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde realiza palestra sobre a doença e testes dentro do trem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
População recebe orientações quando percorre a estação e no vagão social do trem
População recebe orientações quando percorre a estação e no vagão social do trem (hanseníase)

A viagem de trem entre São Luís e Açailândia pela Estrada de Ferro Carajás está sendo mais informativa nesta quinta (24) e sexta-feira (25). O Vagão Social do Trem de Passageiros da EFC traz nova edição do projeto Estação Saúde, agora com ação de conscientização sobre hanseníase, doença hiperendêmica no Maranhão. Durante dois dias, os passageiros participam de palestra, esclarecimentos sobre sintomas, prevenções e tratamento da doença. A iniciativa da Fundação Vale, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, vai também realizar testes e encaminhamentos clínicos, se necessário.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, a parceria com a Fundação Vale amplia o alcance das ações desenvolvidas em prol da prevenção em saúde. “Ofertamos serviços de educação em saúde, avaliação e testes, que tem como principal objetivo a prevenção de doenças evitáveis. Para o Governo do Maranhão, a assistência sempre deve ir além da oferta de serviços dentro das unidades de saúde, por isso estamos no Vagão Social do Trem de Passageiros, estamos onde nosso povo está, mas sem a parceria da Fundação seria inviável”, disse.

A expectativa é levar informação e atendimento para cerca de três mil pessoas nos dois dias de campanha. Para a gerente de Saúde da Fundação Vale, Lívia Zandonadi, o Projeto Estação Saúde é o resultado de uma efetiva articulação intersetorial para promoção da saúde. “Durante estes seis anos de parceria, verificamos que a utilização do trem foi essencial para garantir agilidade, abrangência e capilaridade às ações de saúde e uma forma inovadora de transmitir informações e prestar atendimento em saúde”, explica.

“Isso é muito importante pela forma como fomos abordados, como foram feitas as explicações com muitas coisas que as pessoas não conhecem, a exemplo das maneiras de contaminação. Realmente, as doenças têm se alarmado, crescido. E o conhecimento pode ajudar no combate a elas. Eu estou com meu filho, o Igor, de 10 anos, e quanto mais cedo ele adquirir esses conhecimentos, melhor para a saúde dele e de todos do nosso convívio”, disse Lidiane Lopes, corretora de imóveis que embarcou no trem de passageiros.

O Projeto Estação Saúde é desenvolvido desde 2013 e tem entre os objetivos desenvolver ações de saúde e contribuir para o fortalecimento da Atenção Básica nos municípios que ficam ao longo da EFC: São Luís, Santa Inês, Arari, Alto Alegre do Pindaré, Vitória do Mearim, Buriticupu, Bom Jesus das Selvas, São Pedro da Água Branca e Açailândia.

Ciclo Saúde
Entre os meses de outubro e dezembro a hanseníase também será tema do Ciclo Saúde na área Itaqui-Bacanga, em São Luís. As ações de mobilização e de educação comunitária serão conduzidas pelas equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região e de jovens que moram na localidade. O projeto é uma iniciativa da Fundação Vale, em parceria com a PLAN Internacional, o Hospital Aquiles Lisboa e a Secretaria Municipal de Saúde de São Luís.

A doença
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada por infecção pelo Mycobacterium leprae. Apresenta manifestações neurológicas e dermatológicas de longa duração e é capaz de provocar incapacidades físicas e deformidades, quando não diagnosticada e tratada precocemente. Os sintomas incluem manchas claras ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés.

A transmissão acontece pelo ar e cerca de 10% da população não consegue se defender e acabam adoecendo, especialmente nos bolsões de pobreza. A doença tem tratamento e cura.

Hanseníase no Maranhão
Segundo o Boletim Mundial Epidemiológico sobre a hanseníase, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupou a segunda posição no ranking mundial, com 25.218 (11,7%) registros de novos casos, ficando atrás somente da Índia, com 135.485 (63%) do total registrado.

Em 2018, foram 28.660 registros da hanseníase no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O Maranhão é o segundo no ranking nacional com maior número de notificações da doença e o primeiro da região Nordeste em números absolutos. Também é o primeiro entre a população que tem menos de 15 anos. No ano passado, foram informados 312 doentes, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente da doença.

Os parâmetros da OMS apontam o Maranhão como hiperendêmico para hanseníase tanto na população geral, quanto na faixa etária menor de 15 anos. As taxas de detecção são de de 44,9 e 15, 2 por 100 mil habitantes, respectivamente. São Luís é a cidade do país que mais diagnostica casos em menores de 15 anos.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.