Precariedade

Maranhão tem estradas com maior número de pontos críticos, diz CNT

Relatório da CNT faz um levantamento sobre as condições das rodovias do país; no Maranhão, foram identificados 213 pontos críticos, ou 26,7% de todo o Brasil

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Em abril, a Estrada do Arroz, em Imperatriz, foi mais uma MA que, após ser inaugurada, já estava deteriorada
Em abril, a Estrada do Arroz, em Imperatriz, foi mais uma MA que, após ser inaugurada, já estava deteriorada (Estrada do Arroz)

O Maranhão é o estado do país que concentra o maior número de pontos críticos em rodovias. É o que aponta relatório da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgado ontem. O relatório foi elaborado com base em análise de mais de 108 mil quilômetros de rodovias, em todos os estados da nação, entre os meses de maio e junho deste ano.

De acordo com o levantamento, foram identificados no Maranhão 213 pontos críticos, ou 26,7% do total de todo o país.

Neste quesito, que provoca problemas para a trafegabilidade e graves riscos à segurança de motoristas e pedestres, Maranhão ficou a frente de Ceará, com 106 pontos críticos e Rio Grande do Sul, com 78 pontos críticos identificados.

O CNT classifica como pontos críticos trechos onde há queda de barreiras; ponte caída; erosão na pista e buraco grande. A confederação apontou 797 trechos com esses problemas em todo o país.

Pelo levantamento, apenas 1,5% das rodovias do Maranhão estão na classificação de “em ótimas condições”.

Em “condições péssimas”, estão exatas 21,2% das rodovias maranhenses. É o quarto pior no ranking do país e o segundo pior da região Nordeste, atrás apenas de Acre (38,1%), Amazonas (35,5%) e Sergipe (28,4%).

Os demais trechos de rodovias avaliados no estado foram classificados como 27,8% em “boas condições”; 34,5% em “condições regulares e 15% em “condições ruins”.

A sinalização e a geometria das vias também apresentam avaliações negativas no Maranhão.

O relatório da CNT também apon­ta uma piora nas condições das rodovias de todo o Brasil avaliadas no período de maio a junho deste ano. O estado geral apresenta problemas em 59% da extensão dos trechos avaliados. Em 2018, o percentual foi de 57%.

Também está pior a situação do pavimento (52,4% com problema), da sinalização (48,1%) e da geometria da via (76,3%). No ano passado, a avaliação foi 50,9%; 44,7% e 75,7% com problemas, respectivamente.

O número de pontos críticos identificados ao longo dos 108.863 quilômetros pesquisados aumentou 75,6%. Passou de 454 em 2018 para 797 em 2019. Na pesquisa da CNT, são avaliadas as condições de toda a malha federal pavimentada e dos principais trechos estaduais, também pavimentados.

Além de abordar a situação das rodovias sob gestão pública e sob gestão concedida, o estudo também realizou o levantamento das infraestruturas de apoio, como trechos com postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas mecânicas, restaurantes e lanchonetes disponíveis ao longo das rodovias.

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Nota do Governo

Em nota, a Sinfra afirmou que o “Governo do Maranhão vem, desde o início da atual gestão, requalificando as rodovias estaduais em todas as regiões do Estado. De 2015 a 2018, as equipes atuaram em mais de 1.268 km de rodovias, trabalhando em pavimentação e melhoramento. Foram mais de R$1,5 bi investidos em vários trechos importantes”

Governo anunciou que foram investidos R$ 2 bi em estradas

Apesar de o relatório da Confederação Nacional do Transporte (CNT) apontar o Maranhão como o estado que concentra o maior número de pontos críticos em rodovias, o Governo do Estado utilizou recentemente a estrutura de comunicação para divulgar propaganda institucional com anúncio de investimentos da ordem de R$ 2 bilhões em vias urbanas e rodovias.

O anúncio circulou por alguns dos principais veículos impressos das regiões Sul e Sudeste do país, a exemplo de O Estado de S. Paulo e O Globo.

“Novas rodovias e infraestrutura. É assim que o Maranhão está surpreendendo o país”, destacava frase no bojo da propaganda.

Em dezembro do ano passado, reportagem divulgada pela comunicação institucional do Executivo Estadual, anunciava investimentos de mais de R$ 1,5 bilhão na interligação de 160 cidades.

No material institucional, o Governo destacava a entrega de oito estradas estaduais, com investimento total de mais de R$ 230 milhões. A publicação também assegurava a continuidade de 27 obras de construção e recuperação de vias para a interligação entre as cidades. Ao todo, 1.800 quilômetros de pavimentação, com um investimento de R$ 1 bilhão.

Dentre as “estradas simbólicas”, como definiu o próprio Governo, destacavam-se no material, a “Estrada do Arroz”, na Região Tocantina. A obra incluiu interligações por pontes nos povoados Cinzeiro I e II, no povoado Pequizeiro e São Felix e passagens de concreto sobre os rios Angical, Olho d’Aguinha, Bom Jesus e Domingão.

Na ocasião, o Executivo também informou a recuperação de 70 quilômetros de estradas vicinais do Centro de Imperatriz e da BR-010, ligando comunidades que antes sofriam com as péssimas condições de acesso.

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