Encurtando distâncias

Uma rede social diferente

Em vez de mensagens instantâneas, fotos ou vídeos, o Postcrossing é uma comunidade de troca de cartões-postais entre usuários do mundo inteiro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

[e-s001]Conectar pessoas no mundo inteiro por meio de cartões-postais. Este é o objetivo do projeto Postcrossing, uma rede social diferente que, em vez de bate-papo virtual, faz milhares de pessoas no mundo inteiro interagirem por meio dos Correios.
Tudo começou em 2005, no apartamento de um estudante universitário de Portugal. Paulo Magalhães queria se comunicar com outras pessoas do seu e de outros países, mas queria sentir essa comunicação nas mãos. E, como sempre gostou de cartões-postais, teve a ideia de criar um site em que outras pessoas com o mesmo interesse pudessem trocá-los. Daí surgiu o nome "Postcrossing".

O que ele não esperava era que o projeto crescesse tanto. Hoje são quase 780 mil usuários inscritos, de 209 países diferentes. Em 2008, a plataforma atingiu a quantidade de 1 milhão de cartões-postais enviados. Hoje são mais de 51 milhões de envios, número que cresce a cada minuto. Nos horários de maior movimento, são mais de mil cartões registrados a cada hora.

"Começou com uma brincadeira"
A estudante de Administração Sâmia Jucá mora em São Luís e estava pronta para uma viagem ao Peru. Ao convidar um amigo para ir também, ele negou o convite por não ter gostado do destino. “Ele, então, falou ironicamente: ‘Vai e me manda um cartão-postal de lá!’. Aquilo ficou na minha cabeça”, relembra Sâmia.

Escrever cartões-postais não fazia parte dos hábitos dela, que teve de pesquisar na internet como fazer. Foi então que nos resultados de sua busca apareceu o Postcrossing. “Achei o máximo! A ideia de enviar um cartão para um desconhecido e receber de outro desconhecido, de fazer amizades com pessoas de diferentes culturas. Achei incrível e me inscrevi”, conta.

Ana Beatriz Avelar, também de São Luís, conheceu o projeto quando fez um intercâmbio na Irlanda. Desde então, fez trocas com vários colegas estrangeiros e conheceu histórias como a de uma professora de Taiwan: “Ela me contou que levou o
Postcrossing como um projeto pedagógico para seus alunos na escola, onde eles poderiam aprender com a troca de postais”, revela Beatriz. “É uma oportunidade de conhecer um pouco sobre a vida de tantas pessoas no mundo inteiro.

Quando soube da existência do site, achei a proposta incrível. Não imaginava que a experiência de trocas fosse tão legal!”, completa.

Como funciona
O primeiro passo é criar uma conta gratuita no site (www. postcrossing.com). Ele está em inglês, mas você pode usar o tradutor do seu navegador, caso prefira. Antes de enviar um cartão-postal, é preciso concordar com as diretrizes do projeto, que são as regras de convivência da comunidade.

Ao aceitar as diretrizes, se recebe um código de identificação do cartão-postal, o endereço do destinatário escolhido aleatoriamente por meio de um algoritmo e o perfil escrito por essa pessoa. O código é composto das iniciais do seu país e um número único. O código do Brasil começa com “BR-”.

A partir daí, basta escrever uma mensagem no cartão (muitos usuários dão dicas sobre que tipo de mensagem gostariam de receber), o endereço, o código, e levar a uma agência dos Correios. Há também a opção de selar e deixar em uma caixa de coleta dos Correios.

Assim que o destinatário receber e registrar o postal no site, outra pessoa em algum lugar do Brasil ou do mundo receberá no seu endereço e perfil para lhe enviar um cartão.

[e-s001]Descobertas
Quando era criança, Sâmia Jucá passava férias com a avó no Piauí e de lá mandava cartas para a mãe. Esta foi uma das raríssimas vezes em que ela foi a uma agência dos Correios. “Ultimamente, usava os Correios só para encomendas mesmo, mas agora faço a postagem dos meus postais na agência. Já até comprei selos!”, brinca.

Em menos de um ano como membro do Postcrossing, ela já recebeu postais da Alemanha, Rússia, Bulgária, Japão, Holanda e México, mas nenhum do Brasil.

Apesar de ser o quinto país mais populoso do mundo, o Brasil é apenas o 19º em número de membros no projeto, com cerca de 9,4 mil usuários. O líder do ranking é a Rússia, com mais de 99 mil membros ou 12,8% de todo o site.
“Adoraria receber postais do Brasil para saber um pouco mais sobre outros estados. Seria bom que mais brasileiros fizessem parte do projeto”, conclama Sâmia Jucá.

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