Ações militares

Turquia aceita cessar-fogo em operação contra curdos na Síria

Suspensão das hostilidades por 5 dias foi acordado entre Mike Pence, que se reuniu em Ancara, capital da Turquia, com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
​Imagem do lado turco da fronteira com a Síria
​Imagem do lado turco da fronteira com a Síria (Reuters)

ANCARA - A Turquia vai suspender suas ações militares no norte da Síria para permitir que a milícia curda, o YPG, retire suas forças de uma zona segura de 32 quilômetros, segundo acordo foi feito entre o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.

Pence foi a Ancara ontem, 17, com o objetivo de obter um cessar-fogo na ofensiva turca na Síria contra uma milícia curda.

Os turcos voltarão a empregar suas forças militares quando os curdos saírem dessa região, disse Pence.

Os EUA e a Turquia concordam que têm como objetivo comum derrotar o Estado Islâmico (EI) –os curdos lutaram contra o EI ao lado dos americanos nos últimos anos.

A visita ocorre depois que Erdogan rejeitou qualquer negociação com os curdos da Síria e instou as milícias a deporem suas armas e a se retirarem da fronteira turca.

Uma autoridade do governo turno disse à agência Reuters que eles conseguiram exatamente o que queriam das negociações com os EUA.

Com esse cessar-fogo, os EUA deixarão de aplicar sanções econômicas à Turquia, afirmou Pence, durante uma entrevista coletiva.

Em uma rede social, o presidente Donald Trump, dos EUA, disse que a medida salvará "milhões de vidas".

"Corredor humanitário"

As autoridades curdas na Síria pediram ontem,17, um "corredor humanitário" para remover civis e feridos da cidade de Ras al Ain, no norte do país, cercada por forças da Turquia dentro da ofensiva contra a milícia curda .

O pedido foi feito depois que um hospital da cidade foi atingido por bombardeios, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Os curdos acusaram a Turquia de recorrer a armas não convencionais, como fósforo branco e napalm, em sua ofensiva no norte do país.

Essas alegações a respeito das forças turcas e das milícias rebeldes sírias que as apoiam não foram verificadas de forma independente pelas agências de notícias.

O OSDH, que possui uma ampla rede de fontes no terreno, não pôde confirmar o uso dessas substâncias. A ONG, no entanto, "registrou feridos com queimaduras que chegaram ao hospital de Tal Tamr nos últimos dois dias", disse à AFP seu diretor, Rami Abdel Rahman.

Ofensiva turca

As tropas turcas assumiram o controle de uma faixa terrestre de 120 quilômetros na fronteira norte da Síria. Elas iniciaram sua ofensiva no dia 9 de outubro.

O grupo do Estado Islâmico (EI) anunciou nesta quinta-feira (17) que libertou um certo número de mulheres detidas pelas forças curdas no norte da Síria, segundo comunicado publicado em um aplicativo de mensagens.

Uma unidade "de soldados do califado" atacou a sede das forças curdas perto de Raqa na quarta-feira (16) e diz ter "libertado mulheres muçulmanas sequestradas por combatentes curdos", segundo o comunicado.

Os curdos sírios, confrontados com uma ofensiva turca, relataram nos últimos dias a fuga de centenas de famílias do EI de um campo de deslocados e a fuga de cinco jihadistas de uma prisão.

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