Doença

Seis pessoas morreram em decorrência da dengue este ano, no MA

Números são do Ministério da Saúde; no estado, em 2019, foram registrados 5.268 casos de dengue; Maranhão teve uma morte causada por chikungunya

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, já causou seis óbitos no MA
Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, já causou seis óbitos no MA ( O mosquito Aedes aegypti é o transmissor de dengue, zika e chikungunya)

SÃO LUÍS - No Brasil, já foram registrados 1.469.605 casos prováveis de dengue, sendo 1.235 do tipo gra­ve, segundo novo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde (MS), que se refere à Semana Epidemiológica de 1 a 38, ou seja, do dia 30 de dezembro de 2018 até 21 de setembro deste ano. No Maranhão, fo­ram 5.268 registros. Deste total, seis pessoas morreram, conforme o MS. A quantidade de óbitos no país alcançou patamares preocupantes com 646 confirmados, e
outras 414 mortes ainda em investigação.

Até o dia 24 de agosto, o Maranhão havia registrado cinco óbitos provocados pela dengue. Po­rém, mais um foi registrado após a data, totalizando seis. Até o momento, foram confirmados 646 mortes por dengue no Brasil, sendo 76 por critério clínico epidemiológico.

A taxa de letalidade, segundo o Ministério da Saúde, está sendo maior entre os idosos, atingindo mais quem tem mais de 80 anos, faixa etária mais vulnerável do que as crianças de 1 a 4 anos.
Em 2018, no mesmo período, ocorreram dois óbitos por dengue no Maranhão.

Chikungunya e zika
Com relação à chikungunya e à zika, já foram registrados, em 2019, respectivamente, 704 e 274 caos no território maranhense, conforme o Ministério da Saúde. A chikungunya provocou a morte de apenas uma pessoa no Maranhão neste ano, e as regiões Sudeste e Nordeste apresentam as maiores taxas de incidência da doença.

Nota da SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou, em nota, que desenvolve ações de mobilização, educação em saúde, assessoria técnica e apoio aos 217 municípios maranhenses, estes responsáveis pela execução de atividades de combate ao mosquito Aedes aegypti em cada cidade.

A Secretaria de Saúde oferta, ainda, capacitação técnica e apoio permanente aos profissionais de saúde dos municípios para execução de atividades de campo e vigilância dos casos.

Sobre o número de óbitos, o Maranhão apontou as cinco mortes ocorridas até 24 de agosto, possivelmente ainda não tendo o da­do sido atualizado. Na Grande Ilha, São Luís e Paço do Lumiar registraram um óbito em cada cidade.

SAIBA MAIS

A dengue

Causa: a dengue é causada por um arbovírus (vírus transmitidos por artrópodes) que se apresenta em quatro tipos diferentes: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Atualmente, os quatro sorotipos circulam no Brasil. intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente não atingidas ou alteração do sorotipo predominante.

Transmissão: o vírus é transmitido pela picada de mosquitos da espécie Aedes, que também são responsáveis pela transmissão da chikungunya, febre amarela e Zika.

Sintomas: a dengue pode ter diferentes apresentações clínicas e de prognóstico imprevisível. Os primeiros sintomas aparecem de quatro a 10 dias depois da picada do mosquito infectado. A doença começa bruscamente e se assemelha a uma síndrome gripal grave caracterizado por febre elevada, fortes dores de cabeça e nos olhos, além de dores musculares e nas articulações.

Durante a evolução da doença, destacam-se três fases: febril, crítica e de recuperação. Na fase crítica da dengue (entre o terceiro e o sexto dia após o início dos sintomas), podem surgir manifestações clínicas (sinais de alarme) correspondentes a uma complicação da doença potencialmente letal chamada dengue grave (conhecida anteriormente como dengue hemorrágica), que aparecem devido ao aumento da permeabilidade vascular e da perda de plasma, o que pode levar ao choque irreversível e à morte.

Os sinais clínicos de alarme da dengue grave são: dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; hipotensão postural e/ou lipotimia (tonturas, decaimento, desmaios); hepatomegalia dolorosa (aumento de tamanho do fígado); sangramento na gengiva e no nariz ou hemorragias importantes (vômitos com sangue e/ou fezes com sangue de cor escura); sonolência e/ou irritabilidade; diminuição da diurese (diminuição do volume urinado); diminuição repentina da temperatura do corpo (hipotermia); e desconforto respiratório.

Uma infecção curada de dengue confere ao paciente imunidade contra o tipo de vírus responsável. Por existirem quatro tipos diferentes de vírus, para estar totalmente imunizado, é necessário ter tido contato com todos eles. Caso contrário, a cada contágio com um novo tipo de vírus, os sintomas são mais intensos e o risco de desenvolver a dengue grave é mais alto.

Diagnóstico: o diagnóstico da dengue é feito comumente mediante sorologia para determinar a presença de anticorpos contra o vírus no sangue, mas não determina especificamente qual tipo de vírus é responsável pela infecção. Métodos de biologia molecular mais elaborados podem ser utilizados para detectar as proteínas do vírus.

Prevenção: desde o fim de 2015, a primeira vacina contra dengue foi registrada em diferentes países para ser usada em indivíduos de 9 a 45 anos vivendo em áreas endêmicas ou de risco. A OMS recomenda que os países considerem a introdução da vacina contra dengue apenas em zonas geográficas onde os dados epidemiológicos indicam um alto índice da doença. Outras vacinas com diferentes tipos do vírus se encontram em período de desenvolvimento.

De modo geral as vacinas têm mostrado uma efetividade muito variável (entre 50% e 80%), dependendo do tipo de vírus que causa a infeção, do tipo de indivíduos vacinados e do local onde tem sido implementada. Igualmente, o tempo de duração da proteção está sendo estudado. Atualmente, a principal forma de prevenção é o combate aos mosquitos – eliminando os criadouros de forma coletiva com participação comunitária – e o estímulo à estruturação de políticas públicas efetivas para o saneamento básico e o uso racional de inseticidas.

Cuidados: não deixe água parada, destruindo os locais onde o mosquito nasce e se desenvolve; deixe sempre bem tampados e lave com bucha e sabão as paredes internas de caixas d'água, poços, cacimbas, tambores de água ou tonéis, cisternas, jarras e filtros; entregue pneus velhos ao serviço de limpeza urbana, caso precise mantê-los, guarde em local coberto; mantenha sempre limpo: lagos, cascatas e espelhos d'água decorativos. crie peixes nesses locais, eles se alimentam das larvas dos mosquitos; mantenha o quintal limpo, recolhendo o lixo e detritos em volta das casas, limpando os latões e mantendo as lixeiras tampadas. Não jogue lixo em terrenos baldios, construções e praças. Chame a limpeza urbana quando necessário; sempre que for trocar o garrafão de água mineral, lave bem o suporte no qual a água fica acumulada; permita sempre o acesso do agente de controle de zoonoses em sua residência ou estabelecimento comercial.

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