Editorial

Equívocos desfeitos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

Alento para os comerciantes da Avenida Marechal Castelo Branco. Após incansáveis apelos para que fosse reavaliada a destinação de uma faixa exclusiva para ônibus no corredor que se estende da Ponte Governador José Sarney ao retorno do São Francisco - e no sentido contrário, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) finalmente reconheceu o erro e revisou a medida, que nos últimos anos vinha causando prejuízos a dezenas de empresas instaladas na via, desemprego e perda de arrecadação de impostos. Da mesma forma, na MA-201, mais conhecida como Estrada de Ribamar, o poder público ouviu o clamor popular e da classe empresarial e construirá novos retornos no trecho entre o retorno da Forquilha e o Maiobão.

Implementadas, a princípio, para proporcionar mais segurança e fluidez ao tráfego nas duas importantes vias da região metropolitana de São Luís, as mudanças mostraram-se prejudiciais à economia. Na MA-201, houve um agravante: o fechamento dos retornos em nada resolveu o problema dos congestionamentos. Pelo contrário, em alguns pontos, como o trecho da rodovia estadual próximo a um movimentado shopping e a um cemitério, onde foi projetado um retorno de quadra, o trânsito tornou-se ainda mais lento, principalmente nos horários de pico.

Na Estrada de Ribamar, há outro motivo para que os problemas de tráfego se acentuem: a falta de fiscalização. Sem agentes de trânsito e rara presença de equipes do Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRV), motoristas de táxis-lotação e até condutores do transporte alternativo cometem todo tipo de abuso, os principais deles o estacionamento e paradas para embarque e desembarque de passageiros em locais indevidos, o que obstrui o fluxo por segundos preciosos, tempo suficiente para que o caos se instale.

A flexibilização de horários para circulação na faixa exclusiva para ônibus da Marechal Castelo Branco foi considerada uma vitória importante dos empresários de diversos segmentos que atuam na avenida que dá acesso ao São Francisco, como lojas de móveis e eletrodomésticos, de materiais de construção, farmácias, casa lotérica e outras. As novas alterações de trânsito no corredor urbano têm tudo para restabelecer a viabilidade perdida pelo comércio na área, com retorno dos lucros e das vagas de emprego extintas. De quebra, pode representar aumento da receita tributária, que despencou após a restrição de tráfego imposta pela SMTT.

Da forma como está configurado, o corredor urbano por onde trafegam os ônibus, nos sentidos retorno do São Francisco/Centro e Centro/retorno do São Francisco, funciona o dia inteiro - de segunda a sexta-feira - situação que, de acordo com os comerciantes, dificulta a circulação de consumidores e, consequentemente, contribui para a diminuição das vendas. A partir de novembro, o fluxo na faixa de ônibus, durante a semana, será permitido das 6h às 9h, no sentido rotatória do São Francisco/Centro. No sentido inverso, o funcionamento será das 16h às 20h. Aos sábados e domingos, o corredor urbano ficará aberto.

Ao atender os apelos da população e da classe empresarial, Governo do Estado e Prefeitura de São Luís demonstram sensibilidade e compromisso com o bem-estar coletivo. Mais ainda, reconheceram que a rigidez das medidas adotadas foi um equívoco. E por admitir os erros, além de beneficiar o comércio e tornar o ambiente favorável para a volta dos empregos, fortaleceram a democracia.

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