Artigo

18 lições de São Luís

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

São Luís nos ensina muita coisa, algumas óbvias porque as vivenciamos, outras, nem tanto, porque nos passam despercebidas no cotidiano. Uma coisa é certa: todo cidadão de São Luís aprende, mais cedo ou mais tarde, que sua cidade é única e inesquecível, entre tantos aprendizados.

Começa-se aprendendo que 1. Se “nenhum ser humano é uma ilha”, como dizia John Donne, então morar numa ilha, é cercar-se também de poesia por todos os lados ao invés de apenas de água...

2. Se for mulher apreende-se depressa como atravessar uma faixa de pedestre correndo para não ser atropelada, se não tiver tido a sorte de ter nascido boazuda. 3. A topar com mais academias de letras do que de ginástica por quilômetro quadrado. (Lembrando que os escritores suam mais para publicar seus livros do que os atletas nas academias). 4. Ver o pôr-do-sol da ilha, em qualquer lugar da cidade, pousar no próprio coração. 5. Fazer manifestação coletiva contra a ausência de motivos para manifestar-se. 5. Ficar mais entusiasmado com a quantidade de gente em um show do que com o show em si. 6. Andar pelas ruas do Centro equilibrando-se entre uma Hilux na calçada, uma carroça na frente e um guarda multador para, em seguida, ser tragado por um buraco de rua. 7. Viajar da Atenas Brasileira para a Jamaica Brasileira em poucos segundos. Obs. Da rua da Paz (AML) para uma casa de reggae, na Praia Grande a distância é de poucos metros.

8. Familiarizar-se com Índices típicos de uma Atenas Brasileira tipo, imortalidade por metro quadrado, poesias per capita, e intelectualidade interna bruta 9. Que as escadarias da cidade são uma espécie de altar público. Quando se chega lá em cima tem-se a impressão de que se bate com a cabeça no céu. 10. Minha terra tem palmeiras onde os sabiás cantam reggae. 11. As aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá porque as daqui tem acompanhamento de matraca e pandeirão. 12. É melhor se distrair e ter seu celular roubado por um ladrão na Praia Grande, do que se distrair bebendo um gole por lá e ser pego pelo bafômetro. O primeiro ladrão sai muito mais barato.

13. Os casarões do centro, sem atrapalhar o trânsito, todo dia fazem silenciosamente uma manifestação mais contundente que as useiras e vezeiras, contra o abandono a que fora relegados. 14. O desfile noturno, da Serpente Encantada e de Ana Jansen competindo para levar o troféu de mais bela lenda ainda não foi decidido no Tribunal do Céu. Deus sempre deixa a decisão para os jurados das escolas de samba do próximo carnaval. 15. O melhor português do Brasil e o terceiro melhor Carnaval do Brasil viveram algum tempo aqui, mas depois se mandaram. O português foi ser ator Global e hoje fala errado pra burro, já o Terceiro Carnaval viajou para o Amazonas, onde virou bumba-boi, tornando-se um dos piores do país, porque não se sabe onde termina o carnaval e onde começa o bumba-boi. 16. O brilho da luz dourada (do Hino do Maranhão) passando pelo vento , vindo do passado longínquo, pode ser vista de longe quando se vem de ferry- boat de Alcântara ou de outras cidades, rumo à ilha. 17. A profundidade do vácuo de uma moto no trânsito, na frente, em cima, em baixo e atrás de você, no trânsito é mensurável pelo susto que você toma. Desde que você consiga voltar vivo para casa. 18. Pra cima com o céu, moçada! Ou melhor Prá riba! E viva o Sampaio Correia!

José Ewerton Neto

Autor de O ABC bem humorado de São Luis

E-mail: ewerton.neto@hotmail.com

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