Operação Guinhol

PF faz operação na casa do presidente nacional do PSL

Deputado Luciano Bivar foi alvo da Operação Guinhol, que investiga desvio do dinheiro do fundo eleitoral com candidaturas laranjas; ação veio em meio ao período de turbulência interna da legenda com desentendimento entre Bivar e o presidente Bolsonaro

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Deputado federal e presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, foi alvo da Operação Guinhol da Polícia Federal que investiga desvio de dinheiro do fundo eleitoral no pleito de 2018
Deputado federal e presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, foi alvo da Operação Guinhol da Polícia Federal que investiga desvio de dinheiro do fundo eleitoral no pleito de 2018 (Luciano Bivar)

A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, em Jaboatão dos Guararapes (PE), nesta terça-feira, 15. A operação apura o uso de candidatura laranja pelo partido do presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2018. Também são cumpridos mandados na sede do PSL em Pernambuco e em uma gráfica.

Ao todo, nove mandados foram autorizados pelo Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) para a Operação Guinhol, atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE). Até as 10h, sete deles haviam sido cumpridos.

A ação busca saber se houve fraude no emprego dos recursos destinados às candidaturas de mulheres – ao menos 30% dos valores do Fundo Partidário deveriam ser empregados em campanhas femininas. Segundo a PF, há indícios de que o dinheiro foi desviado e usado por outros candidatos.

O advogado de Bivar e do PSL divulgou nota afirmando estranhar a operação em um momento de "turbulência política" – nos últimos dias, Bolsonaro atacou o PSL, ameaçou deixar o partido e foi criticado por Bivar. A PF em Pernambuco não quis comentar a declaração.

"A defesa enfatiza que o inquérito já se estende há 10 meses, já foram ouvidas diversas testemunhas e não há indícios de fraude no processo eleitoral. Ainda na visão da defesa, a busca é uma inversão da lógica da investigação, vista com muita estranheza pelo escritório, principalmente por se estar vivenciando um momento de turbulência política", diz a nota, assinada pelo escritório de advocacia de Ademar Rigueira.

Mais cedo, Rigueira afirmou que a defesa vai colaborar com as investigações da PF e criticou a busca e apreensão. "É um absurdo completo. Esse inquérito está se arrastando há muito tempo, tudo foi esclarecido, não havia necessidade alguma dessa busca e apreensão. O delegado está fazendo uma pescaria para encontrar alguma coisa", afirmou o advogado.

Os mandados de busca foram emitidos para endereços nos seguintes bairros do Recife: Torre, Rosarinho, Madalena, Ilha do Retiro, Afogados e São José. Em Afogados, fica localizada uma gráfica, enquanto a sede do PSL é no bairro de São José.

Além desses locais, a PF seguiu para o apartamento de Bivar, em Piedade, no Grande Recife, e dois endereços na cidade de Amaraji, na Zona da Mata Sul do estado.

Foram apreendidos celulares, notebooks e pendrives nos endereços no Recife e em Jaboatão. Na gráfica, a PF também recolheu documentos.

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