FeliS

Espaço para literatura, cinema e debates

Feira do Livro de São Luís traz hoje programação com abertura de eventos de biblioteconomia, palestras, exibição de filmes e lançamentos de livros

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
José Louzeiro tem sua trajetória apresentada em documentário exibido na FeliS
José Louzeiro tem sua trajetória apresentada em documentário exibido na FeliS (Louzeiro)

São Luís - A Feira do Livro de São Luís (FeliS), tem movimentado a cena literária da cidade desde a última sexta-feira (11), quando foi aberta. Com uma programação diversificada, traz este ano o tema “O Brasil atemporal na obra de Aluísio Azevedo”. Hoje, o evento segue com o XI Seminário de Políticas Públicas de Bibliotecas, Leitura e Informação e I Simpósio Internacional sobre Trabalho e Organização Profissional, roda de conversa “Dreyfus Azoubel: o Dedé e suas memórias fotográficas”, lançamentos de livros, sessões de cinema e a conversa com a escritora Djamila Ribeiro e alunos do Liceu Maranhense. A escritora proferiu palestra aberta ontem, no Multicenter Sebrae. A FeliS prossegue no Multicenter Sebrae (Cohafuma) até o dia 20 com programação gratuita, das 10h às 22h.

Um dos eventos paralelos da Feira, começa a partir das 8h, o XI Seminário de Políticas Públicas de Bibliotecas, Leitura e Informação e I Simpósio Internacional sobre Trabalho e Organização Profissional. Trata-se de uma iniciativa do Grupo de Estudos e Pesquisas Políticas Públicas de Informação, Leitura e Cidadania em parceria com os professores do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

A conferência de abertura será com a professora e escritora carioca Sonia Rosa que falará sobre sua produção literária na qual busca descolonizar o imaginário dos pequenos leitores por meio de tramas antiracistas. A escritora iniciou carreira em 1995 com o livro “O Menino Nito”. Teve livros apontados com o selo “Altamente Recomendável” pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) sendo entre eles a coleção “Lembranças Africanas”. Alguns livros desta coleção participam do programa “Livros Animados”, do Canal Futura, na série “A Cor da Cultura”. Participam ainda como conferencistas do simpósio e do seminário, nomes como o professor doutor Armando Manuel Barreiros Malheiro da Silva, professora doutora Maria Mary Ferreira e o professor doutor Ed Wilson Ferreira Araújo. O evento segue até quinta-feira.

Entre os objetivos dos eventos estão aprofundar o tema sobre diversidade cultural e o direito à igualdade e à diferença inserindo no contexto da biblioteconomia, visando estimular a reflexão e atualização da temática entre professores, alunos e bibliotecários. Também pretende discutir a importância das políticas públicas, leitura, biblioteca e informação no atual contexto de perda de direitos e retrocessos políticos que reflete no fechamento das bibliotecas e incide sobre o trabalho dos bibliotecários; debater sobre informação e fake news; refletir sobre as relações de trabalho e a organização de classe; entre outros.

Cinema

Hoje também será exibido, às 18h, na Mostra Cine FeliS - Guarnicêzinho o curta-metragem “José Louzeiro: Depois da Luta”, dirigido pela cineasta Maria Thereza Soares. A obra, lançada no ano passado, tem menções honrosas nos festivais Guarnicê de Cinema e Maranhão na Tela. Inicialmente, o projeto de retratar a obra de José Louzeiro seria um livro. A pesquisa teve início em 2013, pela jornalista Bruna Castelo Branco que assina o argumento e pesquisa do filme.

A proposta do filme é mostrar a contribuição do autor de obras como “Pixote: A Lei do Mais Fraco”, “Lúcio Flávio – o passageiro da agonia”, “O Homem da Capa Preta”, entre outras, para o cinema brasileiro. Rodado no Rio de Janeiro, cidade na qual Louzeiro vivia desde 1954, e em São Luís, o filme tem locações na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a casa onde Louzeiro vivia e na Academia Maranhense de Letras. Depoimentos de cineastas como José Joffily, Sérgio Rezende e Jorge Duran compõem o filme que tem duração de 15 minutos.

José Louzeiro faleceu no dia 29 de dezembro de 2017, aos 85 anos de idade. É autor de mais de 40 livros entre os quais “Aracelli, meu amor”, sobre o caso da menina Aracelli Crespo, assassinada, aos 8 anos de idade, em Vitória (ES), no dia 18 de maio de 1973.

Para a jornalista Bruna Castelo Branco, o filme é uma forma de contribuir com a disseminação da obra deste importante maranhense. "O filme, feito em 2018, tem como um dos seus objetivos divulgar a obra de José Louzeiro, um maranhense tão importante para o cinema e a literatura. Além disto, exibi-lo na Feira do Livro tem um significado muito especial por ser este um ambiente que reúne não apenas amantes da literatura, mas das artes em geral. Então, estar em um ambiente que reúne as duas paixões de Louzeiro só reforça a importância deste momento".

A diretora Maria Thereza Soares ressalta a importância do escritor. “José Louzeiro foi um escritor inovador no país. Foi ele quem primeiro se utilizou do estilo vanguardista do romance-reportagem. Tendo sido patrono, em vida, da Felis, fico contente com sua história continuar a ser contada aos seus conterrâneos. Seu legado é de suma relevância, principalmente neste momento que atravessamos. Reforço o convite a conhecer a obra dele”, destacou.

Fotógrafo

O evento terá ainda, na programação de hoje, a roda de conversa “Dreyfus Azoubel: o Dedé e suas memórias fotográficas” com início às 19h, no Auditório Aluísio Azevedo. A mesa terá como convidados membros da família do fotógrafo e o ainda o jornalista Raimundo Borges. A coordenação será do representante da Secretaria Municipal de Cultura, José Ribamar Moraes.

Dreyfus Azoubel, o Dedé Azoubel, como era conhecido pelos familiares, é um dos homenageados da FeliS este ano. Ele foi o primeiro repórter fotográfico do Maranhão. Trabalhou em vários jornais da capital. Na década de 1930, com apenas 12 anos de idade, entrou para o jornalismo fotográfico, profissão que abraçou durante 70 anos.

Além dele, Rosa Mochel, que foi professora, geógrafa, historiadora e engenheira agrônoma, uma mulher que muito contribuiu para o desenvolvimento do Maranhão também está sendo homenageada. Ambos celebrariam, em 2019, o centenário de nascimento.

A 13ª edição da Feira do Livro de São Luís oferece, em 10 dias de evento, mais de 600 atividades com mais de 100 autores locais e ainda nomes nacionais como Djamila Ribeiro, Conceição Evaristo, Lopito Feijó, Cristóvão Tezza, Ninfa Parreira, Sônia Rosa, Milton Marques Júnior, Salgado Maranhão, Sérgio Luís e Renata Barcelos.

Entre os lançamentos de livros do dia estão o da escritora Francilene Cardoso, com “As cores do reggae”; Herbert de Jesus Santos com os livros “A segunda chance de Eurides”, “Antes que derramem a lua cheia”, “Um terço de memória, entre capela de onça e Anjo da Guarda (A história de fato e de direito do bairro Anjo da Guarda)”, entre outros lançamentos.

Serviço

O quê

Feira do Livro de São Luís

Quando

Até o dia 20 deste mês

Onde

Multicenter Sebrae - Cohafuma

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