Conflito

Ataque aéreo atinge carros que transportavam civis na Síria e deixa 10 mortos

Observatório Sírio para os Direitos Humanos informou que ao todo 26 civis morreram neste domingo (13) no norte da Síria. Ofensiva turca no norte da Síria entrou no 5º dia.

Agência Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Fumaça é vista na cidade de Tel Abyad, na fronteira com a Turquia
Fumaça é vista na cidade de Tel Abyad, na fronteira com a Turquia (Bombardeio)

Tal Abyad - O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) informou que 10 pessoas que estavam em um comboio que transportava civis e jornalistas morreram no norte da Síria. Ao todo, 26 civis morreram na região apenas neste domingo, 13, quinto dia de ofensiva militar da Turquia contra as forças curdas na região.

O observatório informou ainda que as forças turcas e grupos sírios aliados dominaram Tal Abyad, na maior cidade conquistada até o momento pela ofensiva de Ancara que teve início na quarta-feira.

Um novo comboio de tanques turcos chegou até a região norte da Síria e os disparos de artilharia continuaram pela manhã deste domingo. Segundo a CNN, forças turcas bloquearam a principal via que dá acesso a Kobani.

Em resposta aos ataques turcos, cerca de 300 projéteis das milícias sírio-curdas caíram em diferentes áreas do sul da Turquia, deixando 18 mortos e 100 feridos, todos civis, informam agências internacionais de notícias.

Autoridades curdas informaram que centenas de estrangeiros ligados ao Estado Islâmico fugiram do campo de refugiados de Ain Issa, que abriga cerca de 12 mil deslocados por causa do conflito. Entre eles, estão cerca de mil estrangeiros, como mulheres e crianças, com conexão com o grupo terrorista.

O número exato de fugitivos ainda não está claro: um grupo que monitora o conflito fala em 100, mas autoridades curdas dizem que esse número pode chegar a 800.

Preocupação europeia

O destino dos extremistas islâmicos que atualmente estão presos na Síria preocupa a comunidade internacional. Antes mesmo do início da ofensiva turca, as Forças Democráticas da Síria (FDS), integradas às principais milícias curdas da Síria, já tinham deixado claro que teriam que concentrar suas forças em se defender.

Neste domingo, a França manifestou sua preocupação depois que os familiares de extremistas fugiram do acampamento de refugiados e pediu à Turquia o fim de sua intervenção militar.

A chanceler alemã, Angela Merkel, também pediu ao presidente turco que pare a ofensiva, advertindo que ela pode favorecer "a desestabilização da região e um ressurgimento do Estado Islâmico".

130 mil pessoas em fuga

Mais de 130 mil pessoas deixaram suas casas nas cidades de Tell Abiad e Ras al Ain, no nordeste da Síria, desde o início da ofensiva.

Alguns deles foram recebidos por parentes em vários locais, mas muitos se refugiaram em escolas ou abrigos coletivos em cidades como Tal Amr, Hasakeh ou Raqa, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

A organização estima que cerca de 400 mil pessoas na região podem precisar de assistência e proteção nos próximos dias.

A ONU também alertou que os hospitais públicos e privados de Ras al Ain e Tell Abiad fecharam suas portas na sexta-feira (11), e que mais de 400 mil pessoas ficaram sem abastecimento de água na área de Hasakeh.

Autoridades de várias cidades perto do conflito decretaram o fechamento das escolas por pelo menos três dias, a partir desta segunda-feira.

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