Editorial

Prevenir e cuidar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

O câncer de mama é o tipo que mais acomete as mulheres no Brasil. Para este ano, foram estimados 59.700 casos novos, uma taxa de incidência de 51,29 casos por 100 mil mulheres, conforme informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Mas você sabia que amamentar diminui o risco de a mulher ter câncer de mama? Enquanto o bebê suga o leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do tecido mamário. Assim, se houver células agredidas, elas são eliminadas e renovadas durante o processo de amamentação.

Um estudo com mulheres de 30 diferentes nacionalidades, publicado pela revista científica The Lancet, em 2002, aponta que o risco de contrair câncer de mama diminui 4,3% a cada 12 meses de duração da amamentação.

Outro fato que talvez você não saiba é que a prática regular de atividades físicas poderia ter evitado 12% das mortes causadas pelo câncer de mama feminino no Brasil, afirma um estudo publicado pela Nature em 2018.

Durante todo o mês de outubro ações de prevenção e conscientização sobre o câncer de mama estão sendo realizadas no Brasil. A intenção é reduzir os números de casos da doença. O Outubro Rosa, reforça o trabalho feito durante o ano inteiro na área da saúde.

Muito se fala em cuidados para prevenir e, quando não há mais como fazê-lo, tratar os pacientes com a doença. O tratamento é complexo e requer uma gama de atenção. É importante lembrar, porém, que além dos sintomas físicos severos e os efeitos colaterais exaustivos dos medicamentos e procedimentos que auxiliam na batalha contra o câncer de mama, a saúde mental também é impactada com o diagnóstico.

É nela que moram os medos, a instabilidade emocional, e o possível centro de outras doenças, geradas pelo câncer, como a ansiedade e a depressão É preciso muito cuidado ao lidar com paciente recém-diagnosticado. O modo como a notícia é dada pelo médico é fundamental no processo de aceitação e de como a pessoa vai lidar com a condição.

A palavra "câncer", assusta e não tem como se pronunciá-la sem ser tomado pelo medo e negativismo. O paciente precisa lidar com questionamentos e pensamentos: o temor da morte, o sofrimento, o processo dos tratamentos, os efeitos dos medicamentos, a reação das pessoas e o impacto em sua vida. Para qualquer tratamento de câncer, o acompanhamento psicológico é fundamental para a cura do todo, e não apenas do órgão afetado pela doença. A abertura para o paciente falar e o trabalho em cima dos sentimentos são componentes importantes dentro do tratamento. Com isso, ocorre redução da ansiedade e do sofrimento e melhora da qualidade de vida do paciente.

O Outubro Rosa deve trabalhar também a pessoa que pode vir a ter um diagnóstico de câncer de mama, além de atuar na prevenção da doença. O apoio é necessário e indispensável. Não é só no pós-tratamento que o apoio psicológico é importante. Ele deve ser feito desde o diagnóstico, e pacientes com a doença mais avançada também devem buscar o apoio de um profissional. O suporte psicológico ajuda o paciente a elaborar as ideias e dá ferramentas para que ele crie novas estratégias, adaptando-o para o futuro, afinal cada paciente tem sua história de vida. O câncer, como qualquer doença grave, muda a vida de quem o tem e a atenção a isso deve ser imediata.

Outubro Rosa não deve ser apenas prevenir, é cuidar de quem já desenvolveu e fazer entender que a pessoa também terá o apoio necessário para se curar.


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