Artigo

Natureza e bondade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

A natureza não ameaça, aplaude a sua beleza em cada fenômeno unida de naturalidade e leveza, e suas formas espantam apenas os despercebidos que olham o que acontece como drama, e não como resposta dos efeitos da estupidez, e no futuro o resultado do declínio, e pensa-se sobre a capacidade das pessoas em armar e a destreza de atear fogo no mundo pelo vocábulo. Com palavras lançam o desconforto na audição, enquanto também ferem sem conjecturar o poder que há em cada coesão, coerência e incoerência. O risco da palavra lançada é que pode marcar matar e abrir feridas. Por isso, que a generosidade teria um lugar de destaque na vida, pois as diferenças humanas não têm o mesmo caminho de todos.

Por conseguinte se olharmos para frente, teremos pela passagem a obstinação dos marasmos, se olharmos para os lados e para trás podemos atrasar a finalidade. Bom seria que não olhássemos nem para trás, nem para a direita e nem para esquerda, mas sim, para cima. Aqui os semblantes expressam o sim e o não, mas ontem as falas e os aspectos mostravam a alegria e esperança de dias melhores. E a vida segue aqui, ali e até o fim.

Gladiar com o tempo seria impossível, mas podemos habituar-nos, vivendo cada dia com a compreensão, sem agonias. As muitas murmurações aliviam apenas aqueles momentos, mas não passam tão-somente de imediatismo egoísta e mal, pois a razão e o conhecimento contrariam os tais...

Comparáveis às fantasias e novelas, o mundo dividindo o materialismo e coisas perecíveis. De um lado os olhos e olhares coloridos esperando o que está por vir, fazem do tempo à doçura de cada momento vivido, do outro lado os olhos vêm tudo em preto e branco, talvez estejam indicando que as mãos e o coração precisam pintar a vida no que está apenas desenhado como grafite, avivando a rota certa para a saída do labirinto, e se foi feito para nos testar, teremos a direção precisa vinda do alto, seguindo a altura e relevos dos altos montes. Seremos guiados pelo auxílio bem presente na hora da incerteza e sofrimento.

As ideias e o enfrentamento em cada pano de fundo da vida, pena que os olhos não vêm às coisas com as mesmas finalidades, capazes de praticar o bem.

A fórmula da natureza corre num feitio a ensinar-nos que, se acreditarmos que tudo está sob um controle, e quando olharmos para o encanto das linhas perfeitamente traçadas, seguiremos o percurso do bem, tendo a mesma leveza de quando alguém em algum tempo pegou na nossa mão e nos ensinava cobrir as primeiras letrinhas, e quando o tempo passava nossas mãos aprenderam a deslizar no caderno as iniciais escritas depois escrevemos com a liberdade de contar o que queremos e seremos.

Cada um tendo um conto e alguns seguem reto, e outros procuram atalhos, muitos até voltam apenas porque ouviram conselhos, e alguém para no meio da passagem, gritam por socorro, muitos passam e não ouvem os gritos, e se vão.

As narrativas continuam das formas de cada um que passou pelo caminho. E cada dia que passa, temos a certeza do bem e do mal. Se percebêssemos que temos um alguém para suplicar e pedir, fica conosco! Então sua presença desfaz o medo, nos abraça, faz carinho e nos cura.

O universo proclama a bondade e quando percebemos que ao acordar temos motivos para agradecer, então todos se dobrarão perante Ele, e as forças do mal cairão, restando atitudes amáveis que demudam, lançando fora o medo e a fúria da destruição.

Aldinha Blume

Chanceler master, comendadora e Membro da Academia Arariense de Letras

E-mail: aldablume2@gmail.com

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