Opinião

Maria de Lourdes Tajra

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
A mãe, Carmelita Bello, era de tradicional família maranhense, o pai, Moisés Tajra, descendente de libaneses e empresário e proprietário dos cinemas Éden, Roxy, Rialto, Rival, Ritz e Rivoli. Benedito Buzar

Os que pertencem a minha geração, devem lembrar de Maria de Lourdes Tajra, de família importante de São Luís. Pela projeção política e econômica de seus pais na sociedade maranhense, no século passado, Lourdinha teve educação refinada, que fez dela uma mulher culta, poliglota, viajada e atualizada com o que acontecia no mundo, mas sem esquecer a província onde nasceu e foi criada.

A mãe, Carmelita Bello, era de tradicional família maranhense, o pai, Moisés Tajra, descendente de libaneses e empresário e proprietário dos cinemas Éden, Roxy, Rialto, Rival, Ritz e Rivoli.

Conheci Lourdinha nos idos de 1960, quando escrevia no Jornal do Dia a coluna social Passarela, junto com Gerd Phuegler, com quem casou, numa cerimônia que movimentou a cidade, lotando a igreja da Sé, numa manhã de verão, com as mulheres de chapéus e os homens em trajes alinhados.

Ao lado de Gerd, uma figura humana, também, versátil e criativa, Lourdinha formou um casal que durante bom tempo dominou a sociedade maranhense, promovendo festas com a presença de renomados atores do cinema e do teatro e shows com consagrados cantores, que faziam sucesso nas emissoras de rádios do Rio de Janeiro, eventos ainda hoje lembrados pelos que tiveram o privilégio de assisti-los ou de participar.

Depois de um período de inesquecível presença na cena social de São Luís, Gerd e Lourdinha mudaram-se para o Rio de Janeiro, onde tinham apartamento em Copacabana e montaram uma agência de viagens, que a princípio deu bons frutos financeiros, pelas promoções voltadas para o turismo internacional, mas não resistiu à concorrência com as agências de viagens instaladas em São Luís, cuja clientela era a classe média alta maranhense.

Com o fracasso da empresa de turismo, no Rio de Janeiro, e o desaparecimento do pai e do irmão, que dirigiam os cinemas, que fecharam com a chegada da televisão, Gerd e Lourdinha retornaram a São Luís, onde fixaram residência e tentaram reviver os tempos de uma época em que pontificaram como figuras fulgurantes da sociedade maranhense, mas esqueceram de que essa sociedade não era mais aquela em que reinaram como colunistas sociais, pois os valores, os ritos, os costumes e os padrões da vida mundana mudaram e tinham novos ícones e condutores.

Sem emprego e sem influência no mundo privado e público, o festejado casal, em idade avançada, passou a sofrer dificuldades financeiras, agravadas com o morte de Gerd.

Lourdinha, longeva e atacada por doença degenerativa, ficou só no mundo, mas teve a sorte de encontrar uma alma amiga e caridosa, que a colocou sob o abrigo do Asilo de Mendicidade, onde vive bem assistida, mas completamente alienada e sem saber que os dias que lhe restam são penosos, solitários e melancólicos.

Eu, já a visitei três vezes e em cada oportunidade que a vejo o meu pensamento não consegue deletar os tempos passados, nos quais ela não teve problemas existenciais, mas hoje, ao final da vida, padece de um sofrimento que não merecia, vivendo os dias que lhes restam num asilo de forma inconsciente, esquálida e à espera de um triste fim.

Hélcio Brenha

No final dos anos 1950, o Maranhão deu de presente ao Rio de Janeiro, um músico de excepcional qualidade: Hélcio Brenha, nascido em São Bento.

Em São Luís, estudou no Liceu e tornou-se um talentoso músico. Mudou-se para o Rio de Janeiro, sendo disputado, como saxofonista, por orquestras famosas e cantores que brilhavam na radiofonia brasileira.

Eu, como amigo e contemporâneo de Hélcio Brenha, lamento o seu falecimento no Rio de Janeiro.

Aviso aos maranhenses

Os incautos e desavisados maranhenses que pensam em trocar o Brasil por Portugal, que desistam desse projeto.

A revista Veja, desta semana, traz uma reportagem sobre brasileiros que partiram para Portugal, nos últimos anos, que relatam suas desilusões, dificuldades e dramas, na busca frustrada por uma vida melhor.

Diretoria da AML

Na segunda quinzena de novembro, na Academia Maranhense de Letras, se realizarão as eleições para a nova diretoria.

Os acadêmicos Carlos Gaspar e Lourival Serejo vão encabeçar a chapa, como candidatos a presidente e vice, para o biênio 2020 a 2022.

Outubro Cultural

No curso do mês de outubro, o Maranhão vai respirar cultura em diversos municípios.

Em Imperatriz, o SALIMP- Salão do Livro, com a presença de escritores da região sertaneja. No período de 11 a 20, a XIII Feira do Livro de São Luís, que este ano promete dar a volta por cima. Em São José de Ribamar, o Festival Literário, promovido pela Prefeitura em parceria com a Academia Maranhense de Letras, de 17 a 18 de outubro. Na cidade de Itapecuru Mirim, a AICLA- Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes, realiza a II FLIM - Feira Literária, de 24 a 26.

Adote um casarão

Merece nota dez o Governo Flávio Dino pela iniciativa de criar o projeto “Adote um casarão”.

De acordo com o projeto, onze imóveis do patrimônio do Estado foram disponibilizados a pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem fins lucrativos, interessadas em recuperar e utilizar gratuitamente esses casarões, a fim de instalar atividades, que possam gerar empregos, naquela área.

Com essa iniciativa, o Centro Histórico terá condições de se revitalizar.

Casas de Bolos

Se já era expressiva a quantidade de casas de bolos em São Luís, mais vulto ganhou com a novela da TV Globo, “A dona do pedaço”.

Raro é o bairro que não há uma casa de bolo, oferecendo ao consumidor um produto apetitoso e de variados sabores, mas sem os de tapioca, que quando bem preparados, são inigualáveis.

No Calhau, por exemplo, existem casas de bolos em quase todas as ruas.


A luta pela reitoria

Até pouco tempo, o professor Natalino Salgado era o pole position na corrida à sucessão de reitor da Universidade Federal do Maranhão.

De uns tempos para cá, a situação modificou-se e propiciou uma encarniçada luta política entre o senador Roberto Rocha e o deputado federal Hildo Rocha.

Enquanto o primeiro, batalha pela nomeação de Salgado, o segundo esgrima-se para nomear o professor João de Deus.

UDI e Rede d’or

A internação recente de um ente familiar no Hospital UDI, ofereceu-me condições para uma avaliação crítica de seu funcionamento sob o domínio da Rede D’Or.

Pelo que vi, melhoraram as instalações físicas e o atendimento na Emergência, mas, no tocante ao atendimento hospitalar, prestação dos serviços médicos, enfermaria e outros itens, deixam a desejar e precisam melhorar sensivelmente, registros que fiz questão de entregar à ouvidoria do hospital.

Ministério Público e Academia

Na manhã desta sexta-feira, 11 de outubro, o Ministério Público se reúne para homenagear a Academia Maranhense de Letras.

A solenidade será no Centro Cultural do MPMA e comandada pelo Procurador-Geral da Justiça, Luiz Gonzaga Martins.

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