Mapa da Violência

822 mortes violentas de janeiro a julho no estado do Maranhão, aponta pesquisa

Números foram divulgados ontem pelo Mapa da Violência, com média de 118 ocorrências por mês registradas no estado; no Brasil, nesse mesmo período, foram 24.379 homicídios

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
(Arma)

SÃO LUÍS - Um montante de 822 mortes violentas (homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte) ocorreu nos primeiros sete meses deste ano no Maranhão, ou seja, uma média de 118 ocorrências por mês, de acordo com os dados do Mapa da Violência, divulgado ontem. No mesmo período do ano passado os números foram maiores, com 990 assassinatos no estado.

Os dados foram divulgados pelo Monitor da Violência, criado pelo site noticioso G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento mostra, também, que de janeiro deste ano até julho ocorreram 24.379 mortes violências no país. Somente, em julho, foram 3.122 casos. A média no país é de um assassinato a cada 12 minutos.

Durante o mês de julho, no Maranhão foram 102 mortes violentas, sendo 97 homicídios dolosos, quatro latrocínios e um caso de lesão corporal seguido de morte. Em julho do ano passado ocorreram em todo o estado 126 mortes violentas, sendo 120 homicídios dolosos, quatro latrocínios e dois registros de lesão corporal seguido de morte.

Números altos

Maio é apontado como mês com maior número de mortes violentas no Maranhão. Foram 134 assassinatos, sendo 130 homicídios dolosos e quatro latrocínios. No primeiro mês do ano, ocorreram 111 mortes violentas, sendo 98 homicídios, 11 latrocínios e dois registros de lesão corporal seguida de morte. Desses, 33 casos foram registrados na Grande São Luís. Em fevereiro, foram 110, sendo 105 homicídios, um caso de latrocínio e quatro registros de lesão corporal seguida de morte.

Em março, foram 129 mortes violentas no estado, sendo 120 homicídios dolosos, oito casos de latrocínio e uma morte ocasionada por lesão corporal. Em abril, 114 mortes violentas, sendo 107 homicídios dolosos, cinco casos de latrocínio e dois registros de mortes por lesão corporal. Já em junho foram 122 mortes, com 115 homicídios, seis latrocínios e um registro de lesão corporal seguido de morte.

Crimes

No dia 15 de julho ocorreram no estado, uma execução, uma decapitação e um homicídio, este último por causa de uma fatia de melancia. Uma das vítimas foi Josenilson Gomes Barbosa, de 38 anos, que segundo a polícia, levou cinco tiros, um deles na cabeça, no bairro Retiro Natal. Ele morreu ainda no local e o caso é investigado pela Polícia Civil.

Em Davinópolis, na Região Tocantina, uma briga ocasionada por uma fatia de melancia resultou na morte de Josemir Costa de Amorim. O principal suspeito, Francisco Pereira dos Santos, foi preso em flagrante. Já no povoado Taboca, zona rural de Bernardo do Mearim, o vaqueiro Josinaldo Pereira foi decapitado, segundo a polícia, por um homem identificado apenas como Frank.

A vítima estava ingerindo bebida alcoólica com o acusado e um terceiro homem, que saiu e deixou os dois amigos. Minutos depois Frank e Josinaldo começaram a brigar e durante a confusão, o acusado desferiu um golpe de foice na cabeça do vaqueiro e fugiu. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda foi chamado, mas ao chegar já encontrou o vaqueiro morto.

Por último, no dia 13 de julho, o empresário Edvaldo Antônio Rodrigues foi assassinado a tiros e ainda teve o corpo queimado, em Buriticupu. A Polícia Civil realizou uma operação nessa cidade denominada Cobiça, nessa cidade, no dia 13 do mês passado, e prendeu os principais suspeitos desse crime, identificados como Alex Cardoso dos Santos, Andressa Carvalho Dias e Hidelbrando Alves Lima Torres.

Mais ocorrências

Os homicídios continuam ocorrendo este mês na Ilha. Na manhã de ontem, o ex-presidiário conhecido como Auro, de 52 anos, foi executado na Avenida dos Agricultores, na Cidade Olímpica, segundo a polícia, por dois homens que fugiram em um veículo preto.

A vítima foi abordada dentro do seu veículo, um Fiat Strada prata e levou tiros na cabeça e tórax. Ainda de acordo com a polícia, a vítima foi condenada a quatro anos de reclusão pelo crime de falsificação de moeda, em 2013. No dia 9 de fevereiro deste ano, ele voltou a ser preso com mais de 70 kg de maconha procedente do Mato Grosso, e havia deixado o Complexo Penitenciário de Pedrinhas no dia 27 de agosto, por meio de ordem judicial.

Ainda ontem, no Residencial Tiradentes, área da Cidade Olímpica, João Garcês de Almeida, de 35 anos, foi morto a tiros por dois homens, que fugiram de bicicleta.

Na noite de quarta-feira, 2, morreu Eduardo Ferreira dos Santos, de 22 anos, no Hospital Municipal de Imperatriz (HMI). A polícia informou que ele tinha passagem pelo crime de furto e foi baleado no último dia 26 de setembro, em Imperatriz, por faccionados. Nesse dia, mais três pessoas foram baleadas. Entre elas, duas morreram e foram identificadas como Fernanda Lopes de Oliveira e Dorian dos Santos Lopes. Somente no mês passado, 21 pessoas foram mortas a tiros ou por arma branca nessa cidade.

Entenda

Números da violência no Maranhão

Janeiro: 111 casos

Fevereiro: 110 casos

Março: 129 casos

Abril: 114 casos

Maio: 134 casos

Junho: 122 casos

Julho: 102

Fonte: Mapa da Violência

Número

822

foi o número de assassinatos ocorridos nos primeiros sete meses deste ano no Maranhão, segundo dados fornecidos pelo Mapa da Violência

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