COLUNA

O importante é o AST

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

Parte dos deputados federais do Maranhão reagiu à informação de remoção de famílias de comunidades quilombolas em Alcântara com a aprovação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST). Os parlamentares, claro, defenderam a importância econômica do uso comercial da Base de Alcântara para lançamento de foguetes e satélites.
No entanto, a questão social foi praticamente ignorada pelos deputados maranhenses. São priorizados pelos parlamentares a questão dos valores reais que Alcântara, Maranhão e Brasil podem receber com o AST, os valores gastos pela União para manter a base e ainda - mesmo sem ser explícito - os dividendos políticos pelo apoio à parceria comercial Brasil com os Estados Unidos.
Ficou em segundo plano, de forma clara, a questão social. Os deputados querem o Acordo, mas ignoram os problemas sociais que poderão ocorrer após aprovação do AST. A remoção de 800 famílias e a impossibilidade de acesso de civis ao alto mar também é um problema.
Mas, dos 21 parlamentares que compõem a bancada do Maranhão no Congresso Nacional, as questões sociais ficarão para depois.

Defesas
O coordenador da bancada, deputado Juscelino Filho (DEM), por exemplo, sequer comentou sobre a remoção das famílias nas comunidades quilombolas.
Ele somente defendeu a importância da aprovação do AST para o Maranhão e Brasil, já que insere o país no mercado bilionário da indústria aeroespacial.
Pedro Lucas Fernandes (PTB) até admitiu que expansões podem ocorrer, mas garante que não será neste momento.

Denúncias
O deputado estadual César Pires (PV) fez uma série de denúncias contra o Governo Flávio Dino (PCdoB) na área da saúde.
O parlamentar, na tribuna da Assembleia Legislativa, falou dos leitos para tratamento no Centro de Hemodiálise recém-inaugurado pela gestão Estadual, funcionando somente 14 cadeiras para o tratamento e não o total de 42 cadeiras como anunciadas pelo governador.
Falou ainda do Hospital de Traumatologia, que não conseguiria atender à demanda no estado.

Contestação
Para toda fala do parlamentar do PV, o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, em contato com a coluna, negou os dados apontados por Pires.
Segundo Lula, as 14 cadeiras em funcionamento são necessárias para as demandas atuais que têm cadastro no governo estadual.
Sobre traumatologia, Lula garante que a denúncia não tem razão de ser, porque são cerca de 400 cirurgias por mês no hospital estadual.

Contraditório
O senador Weverton Rocha (PDT) se posicionou na reforma da Previdência conforme a determinação da direção nacional da sigla.
Ele votou contra a reforma, garantindo o que fere os direitos dos trabalhadores.
Weverton Rocha fez exatamente o contrário do seu correligionário, deputado federal Gil Cutrim, que é defendido pelo senador para não ser expulso do PDT após voto contrário à decisão nacional.

Preocupação
Está marcada para amanhã, no gabinete do presidente da República, Jair Bolsonaro, reunião do deputado Hildo Rocha (MDB) com o comandante do país.
Tenta pegar carona na visita a superintendente da Funasa no Maranhão, Maura Jorge, que reclama de falta de espaço no órgão federal (a pão e água, como diz a ex-prefeita).
Além do espaço apertado, Maura Jorge vem sofrendo com a possibilidade de ser tirada do cargo federal antes de abril de 2020.

Negando
A hipótese de exoneração de Maura Jorge da Funasa não é considerada por seu indicador ao cargo, o senador Roberto Rocha (PSDB).
Segundo ele, não há previsão de exoneração da ex-prefeita de Lago da Pedra da superintendência do órgão.
Segundo Rocha, a reunião de amanhã de que Maura quer participar com Bolsonaro e Hildo Rocha tem relação somente com o PSL no Maranhão.

DE OLHO

3,8 mil focos de queimadas no Maranhão foram registrados de agosto a setembro deste ano mesmo.

E MAIS

• Resta saber por que Maura Jorge quer apoio de Hildo Rocha para chegar ao presidente Jair Bolsonaro para falar sobre questões partidárias.

• Claro que é público que Maura Jorge vai na contramão das decisões partidárias. É que, por muitas vezes, tentou “ficar” com o PSL no Maranhão.

• Os conflitos internos no grupo de possíveis candidatos a prefeito de São Luís pela ala do governador Flávio Dino parecem aumentar.

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