Assembleia Legislativa

Bate-boca entre Roberto Rocha e Simplício Araújo repercute na AL

Deputados estaduais falaram sobre a discussão de secretário com o senador sobre redução de impostos para cervejaria no Maranhão; governistas se solidarizaram com Simplício, que acusa Roberto de "agressões, calúnias e inverdades"

Gilberto Léda/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Deputada Helena Duailibe foi quem iniciou o debate na Assembleia
Deputada Helena Duailibe foi quem iniciou o debate na Assembleia (Helena Duailibe)

Repercutiu na Assembleia Legislativa, ontem, o recente bate-boca entre o senador Roberto Rocha (PSDB) e o secretário de Estado da Indústria e Comércio, Simplício Araújo (SDD), a respeito da política tributária do governo Flávio Dino (PCdoB).

Em entrevistas a rádios locais, o tucano disse que a Heineken desistiu de investir no Maranhão por conta da alta carga de impostos – enquanto um produto da concorrente Ambev recebe incentivo fiscal. O titular da Seinc reagiu, negou privilégios, e ambos travaram ríspida discussão em grupo de WhatsApp.

Membro do partido de Simplício, a deputada Helena Duailibe foi à tribuna da Assembleia prestar solidariedade ao secretário, vítima, segundo ela, de “agressões, calúnias e inverdades”.

“Ao desrespeitar a ele [Simplício Araújo] e a sua família, [Roberto Rocha] mostrou total destempero e desequilíbrio”, disse a parlamentar, citando nota oficial de Araújo anunciando ação na Justiça contra o senador por supostos ataques à honra da sua falecida mãe.

Integrantes da base aliada do governo, os deputados que comentaram o caso todos concordaram com a fala de Duailibe.

“O que aconteceu foi muito vil, foi muito baixo, foi muito torpe, foi muito desnecessário. Vindo de quem veio a agressão, se esperava uma conduta muito mais republicana em um fórum como aquele ali, que é um grupo desses de WhatsApp, que é uma rede que você tem aí até 256 dentro de um grupo para tratar de ideias específicas. Não é a forma de reagir quando a pessoa tem a sua ideia contrariada”, declarou Yglésio Moyses (PDT).

Para Fernando Pessoa, também do Solidariedade, Simplício foi tratado “de forma truculenta”. Ele defendeu que Roberto Rocha se retrate.

Até o presidente da Casa, deputado Othelino Neto (PCdoB), pediu um aparte ao discurso da deputada. Disse que acompanhou o caso pela imprensa e notou a “diferença entre um e outro”.

“Um equilibrado, outro destemperado”, declarou. E completou: “Fico triste e gostaria muito que o senador repensasse a forma como reage quando é criticado ou quando alguém discorda dele, porque aquilo envergonha o Estado. Eu me sinto mais à vontade ainda para criticar porque um dos votos que elegeram o Senador Roberto foi dado por mim, por isso eu fico especialmente frustrado quando vejo um dos três representantes do meu Estado agir daquela forma”.

Cadeia produtiva

No bate boca virtual com Roberto Rocha, Simplício Araújo confirmou que impostos estão sendo “usados para incentivar uma cadeia produtiva”, no caso, a da mandioca, usada na produção da cerveja Magnífica, da Ambev. E advogou a tese de que o senador, ao fazer alarde sobre o assunto, “torce contra o Maranhão e não gosta dos maranhenses”

Ele ainda acrescentou: “A haineken (sic) é produzida com trigo de outros países”, ao justificar o imposto mais alto para a “importada” – embora a cervejaria anuncie em sua composição apenas malte de cevada, água e lúpulo.

Em resposta, Roberto Rocha argumentou que a desoneração poderia ocorrer na cadeia da mandioca, não no produto final, como é feito.

Depois disso, Rocha acusou Simplício de haver desrespeitado sua família ao citar a derrota do tucano nas eleições de 2018 – quando ele esteve acompanhando um filho com câncer, em São Paulo -, e ameaçou agredir o secretário “se estivesse perto”.

Simplício, por outro lado, acusou o senador de haver desrespeitado a memória da sua mãe e anunciou que o acionará judicialmente. l

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