Editorial

Depressão e suicídio no país

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Um levantamento realizado pela Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado, mostra dados preocupantes e ao mesmo tempo alarmantes em relação à depressão e suicídio no país em 2019. Estudo realizado com mais de 1.500 entrevistados revelou que para 83,1% da população brasileira, a solidão é o mal do século, ainda que hoje haja uma superconectividade.

O problema é que essa conectividade muito mais virtual do que real. De realidade mesmo, diz a pesquisa, é que 80% dos brasileiros conhecem alguém que esteja atualmente sofrendo de depressão e 93,5% do total de entrevistados já escutou alguém dizer "isso é frescura" para uma pessoa com depressão e 47,1% concordam que o Instagram deixa as pessoas mais deprimidas.

Os números do Hibou mostram ainda que 92,88% acreditam que o melhor canal de ajuda para a depressão é o apoio de psicólogos ou psiquiatra; e que para 88,6% da população, dividir os problemas com os amigos também ajuda, além do auxílio médico. Pelo menos 93,7% das pessoas dizem que a família é essencial na busca da melhora enquanto que 51,1% dos entrevistados acreditam que só há melhoria da depressão com o uso de medicamentos.

E o mais alarmante: 99,81% das pessoas acreditam que a depressão pode levar ao suicídio no Brasil. E muitos já conhecem essa realidade pessoalmente ou por pessoas próximas. E ainda, 72,69% dos brasileiros conhecem alguém que já tentou ou cometeu suicídio. Entre esses, também foi revelado que conhecem em média entre duas e três pessoas que tentaram ou cometeram o ato.

Dos entrevistados que responderam conhecerem alguém que tentou cometer suicídio, 70% afirmaram que a pessoa não sobreviveu. Isso significa que 51% do total de entrevistados já perderam alguém vítima de suicídio.

Quanto mais se faz cortes na pesquisa, mais agravante se mostra esse quadro. A média da idade das pessoas que tentaram ou cometeram suicídio ficou entre 26 e 27 anos, sendo a maioria pessoas da família ou amigo próximo (54%), seguido de amigo de convivência (29,76%), familiar distante ou conhecido (29,33%), e colega de trabalho (16,09%).

Fica o alerta para as pessoas de que é preciso ficar atento aos sinais de que alguém está com um comportamento suicida. Segundo os entrevistados, 36% disseram que os suicidas demonstraram desinteresse total; 34,91%, que se afastaram de interações sociais; 27,16%, que ficaram mais silenciosas que o normal, e 20,43%, que começaram a dormir muito. O que dificulta a situação é que 25% disseram não terem notado nenhum sinal de comportamento suicida por parte da pessoa.

A pesquisa também questionou sobre fatores que podem ter contribuído para o aumento dos casos de depressão, sendo que 61,89% culparam a falta de perspectiva econômica e o desemprego, enquanto outros 60,09% atribuíram à falta de expectativa de vida, pois segundo eles, o excesso de informação gera confusão interna.

Já 51,81% afirmam como causa dúvidas existenciais e 51,68% ao aumento do uso de internet e redes sociais, enquanto para 45,27%, a questão das cobranças familiares. Pelo menos 28,77% justificaram o sedentarismo e falta de exercícios e 25,53%, queda na religiosidade. Motivos não faltam para justificar esse sério problema de saúde.

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