Bando criminoso

Desarticulada no São Raimundo quadrilha liderada por detentos de Pedrinhas

Sete pessoas acusadas homicídios, tortura e tráfico de drogas na região foram presas e cinco mandados cumpridos contra detentos que lideravam o grupo

Ismael Araújo

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Elizabeth Soares, Dulcilene, Núbia, João Vitor, Pablo, Wellington e Leone, presos ontem, no São Raimundo
Elizabeth Soares, Dulcilene, Núbia, João Vitor, Pablo, Wellington e Leone, presos ontem, no São Raimundo (Bandidos)

SÃO LUÍS - Uma organização criminosa, que segundo a polícia, coordenada por custodiados do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, acusada de praticar crimes de tortura, homicídio e tráfico de entorpecente no São Raimundo e bairros adjacentes, foi desarticulada ontem durante a operação Demolição. Doze mandados de prisão foram cumpridos durante a diligência, que contou com a participação de mais de 60 policiais civis e do helicóptero do Centro Tático Aéreo (CTA).

Os detidos na região foram João Vitor Araújo Barros, Pablo Felipe da Silva Ribeiro, Elizabeth Nogueira Soares, Dulcilene Rocha dos Santos, Núbia Cristiane Bezerra Lima, Wellington Sandro dos Santos Lima e Leone de Sousa Caxias. As outras ordens de prisões fazem referência a internos de Pedrinhas.

Os presos foram levados para a delegacia de Polícia Civil do São Raimundo onde foram ouvidos pelos delegados Henrique Mesquita, Murilo Lapenda e Carlos Alessandro de Assis, superintendente da Polícia Civil da Capital. Em seguida, os criminosos foram encaminhados à unidade prisional.

O delegado Carlos Alessandro informou que diversos crimes ocorridos nessa região da capital foram investigados ao longo de três meses e acabou identificando os principais suspeitos. As ordens de prisão foram requeridas e cumpridas ontem. “Durante a investigação foi possível fazer o levantamento das ações criminosas e identificar os acusados, inclusive, alguns deles estão presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas”, comentou Carlos Alessandro.

“Durante a investigação foi possível fazer o levantamento das ações criminosas e identificar os acusados, alguns deles, inclusive, estão presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas”.Carlos Alessandro de Assis, superintendente da Capital

Cerco

O cerco operacional contou com mais de 60 policiais civis de várias delegacias da capital e do interior do estado, com apoio do Centro Tático Aéreo. Os policiais, com as ordens de prisão e de busca e apreensão em mãos, invadiram o São Raimundo e bairros adjacentes, no início da manhã, surpreendendo os criminosos.

Foram montadas barreiras em vários pontos do bairro. Residências e veículos e as pessoas foram revistados. Nessa área foram presas sete pessoas, entre elas, quatro mulheres. Carlos Alessandro explicou que as detidas recebiam ordens do marido, que estão em Pedrinhas, para prosseguirem com o comércio de droga.

Um grupo de policiais se deslocaram até o Complexo Penitenciário de Pedrinhas onde cumpriram cinco mandados de prisão. O delegado informou que as diligências nessa região vão continuar por toda esta semana visando prender os outros integrantes dessa organização criminosa.

Outras ações

Ainda este ano, pelo menos três ações da polícia já ocorreram nessa localidade. Uma delas foi no começo deste mês, quando os policiais tentavam encontrar um cemitério clandestino. Outro cerco ocorreu no dia 18 de julho, que resultou na prisão dos faccionados Wenderson Escócio Feitosa, Luiz Henrique Lima Fernandes e Nathanael Felipe da Silva e Silva, o Satan.

A polícia informou que eles foram presos em cumprimento de uma ordem judicial expedida pela Central de Inquéritos de São Luís após investigação realizada pelo 15º Distrito Policial, no São Raimundo, que constatou que os acuados faziam parte de uma facção com base no Rio de Janeiro. Eles, inclusive, teriam torturado um morador do São Raimundo e exibiram essa ação criminosa na rede social.

As principais vítimas desse grupo são os faccionados rivais e moradores na região que não apoiam as ações cometidas por eles. Esses criminosos são acusados, também, de uma série de homicídios na área e ocultação de cadáver.

A outra ação da polícia foi no dia 8 de junho que prendeu Layane Santos Santana, Luís Henrique Fernandes Filho, o Luzinho e Alexandre Santos Silva, o Xande, acusados de homicídio e ocultação de cadáver durante o Carnaval deste ano, no São Raimundo. A vítima foi Marcelo Alves dos Reis.

De acordo com a polícia, a vítima teria sido atraída por Layane e outra adolescente não identificada, para o bairro São Raimundo durante o período carnavalesco. Marcelo Alves seguiu com duas jovens, já que segundo as investigações, ele teria um relacionamento com a adolescente.

Ao descobrirem que a vítima estaria no bairro, Luís Henrique Fernandes e Alexandre Santos tramaram uma emboscada para o jovem. Marcelo Alves foi dominado por várias pessoas armadas e levada para uma área de matagal na região do bairro Tirirical, onde foi torturado e morto. Após o crime, os suspeitos enterraram o corpo em uma cova clandestina.

Rivalidade

A polícia informou, também, que rivalidade entre faccionados resultou na morte de Pablo Ricardo Neres Moraes Silva, de 24 anos, no São Raimundo, no dia 20 de julho deste ano. A vítima foi morta a pedradas e tijoladas por um grupo criminoso em via pública. O caso ainda está sendo investigado pela delegacia do bairro como ainda Superintendência de Homicídio e Proteção a Pessoas.

Número

12

foi o número de criminosos presos ontem na região do São Raimundo, durante a operação Demolição desencadeada pela Polícia Civil, com apoio do GTA

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