Avaliar ''resposta'' a ataques

Secretário de Estado dos EUA viajará à Arábia Saudita hoje

Mike Pompeo viajará para Riad nesta quarta-feira,18; EUA atribuem autoria de bombardeios a Teerã

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Mike Pompeo durante visita do príncipe Salman bin Hamad al-Khalifa, de Bahrein, à Casa Branca
Mike Pompeo durante visita do príncipe Salman bin Hamad al-Khalifa, de Bahrein, à Casa Branca (Reuters)

RIAD e WASHINGTON — O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, viajará para Riad na quarta-feira para avaliar uma "resposta" aos ataques contra duas das principais instalações de produção e processamento de petróleo da Arábia Saudita . Os Estados Unidos atribuem a autoria dos bombardeios à Teerã, que nega qualquer envolvimento.

O anúncio da viagem foi realizado pelo vice-presidente dos EUA, Mike Pence, durante um discurso na Fundação Heritage. Ele reiterou as afirmações feitas pelo presidente Donald Trump de que o Irã “parece ser” responsável pelas ações .

"Como disse o presidente, não queremos ir para a guerra com ninguém, mas os Estados Unidos estão preparados", afirmou. "Os Estados Unidos da América tomarão qualquer ação necessária para defender nosso país, nossas tropas e nossos aliados no Golfo. Vocês podem contar com isso".

Segundo Pence, o governo americano está avaliando as evidências que sugerem que o Irã estaria por trás dos ataques às instalações petroleiras sauditas. Se a República Islâmica tiver conduzido os ataques de sábado com o objetivo de pressionar Washington para aliviar as sanções contra Teerã, esta estratégia irá falhar, disse o vice-presidente.

No domingo à noite, via Twitter, o presidente americano já havia anunciado que os EUA estão "com armas preparadas" para retaliar aos ataques, mas enfatizou que não queriam uma guerra.

Ontem, 17, fontes do governo dos EUA afirmaram à Reuters que os bombardeios, que envolveram drones e mísseis de cruzeiro, teriam se originado no sudoeste do Irã. O ministro de Energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, contudo, disse que Riad ainda não sabe quem está por trás dos ataques e qual seria sua motivação.

O governo iraniano rejeitou categoricamente qualquer possibilidade de encontro entre Hassan Rouhani, presidente da República Islâmica, e Trump à margem da Assembleia Geral da ONU. Trump, por sua vez, disse a jornalistas que preferiria não se encontrar com seu par iraniano, mas não descartou a hipótese.

EUA estão 'em negação'

A República Islâmica, por sua vez, nega estar por trás dos ataques de sábado , que interromperam metade da produção de petróleo da Arábia Saudita e fizeram o preço do barril disparar no mercado internacional.

Ontem, 17, 18, após Trump sugerir que Teerã estaria por trás dos ataques, o líder supremo do país persa, aiatolá Ali Khamenei, descartou a possibilidade de retomar as negociações sobre o acordo nuclear.O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, adotou um tom similar, afirmando que os Estados Unidos estão "em negação" sobre os ataques.

"Os EUA estão em negação se acham que os iemenitas que são, há quatro anos e meio, vítimas dos piores crimes de guerra não fariam qualquer coisa para retaliar", tuitou o chanceler. "Mas culpar o Irã não vai mudar isso".

Ainda na noite de domingo, funcionários do governo americano divulgaram uma série de imagens de satélite que mostram o que afirmam ser ao menos 17 pontos de impacto em diversas instalações de produção e processamento de petróleo sauditas. Segundo Washington, as fotografias mostrariam que o ataque teria se originado no Irã ou no Iraque, e não no Iêmen, onde os rebeldes houthis assumiram responsabilidade pela ação, segundo eles realizada com dez drones equipados com explosivos.

Três especialistas ouvidos pela emissora CNN, entretanto, apontaram que, embora as imagens de satélite confirmem a precisão dos ataques, o que indicaria que eles tiveram apoio de algum Estado, elas não permitem conclusões sobre a trajetória ou origem geográfica dos projéteis usados.

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