Oposição a Maduro

Guaidó poderá tentar representar a Venezuela em Assembleia da ONU

Diálogos que eram mediados pela Noruega foram abandonados por Nicolás Maduro; oposição pensa em ir à ONU depois que líder chavista desistir de viajar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Montagem com fotos de protestos de opositores e chavistas em maio de 2019
Montagem com fotos de protestos de opositores e chavistas em maio de 2019 (AFP)

CARACAS - Um representante do líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, nos Estados Unidos, afirmou ontem, 16, que o político, que se autoproclamou presidente, pensa em representar o país na Assembleia Geral da ONU em Nova York neste mês. A ideia é pressionar o líder chavista Nicolás Maduro, mas a oposição ainda não se decidiu.

Se ele de fato viajar, será a sua segunda viagem desde janeiro, quando declarou que a reeleição de Guaidó de 2018 era ilegítima, e que ele mesmo era o presidente, de acordo com a Constituição venezuelana.

“Não nos decidimos. É uma opção”, disse Carlos Vecchio, o representante de Maduro em Washington.

Maduro afirmou na quinta-feira,12, que não viajará a Nova York para a Assembleia Geral da ONU, uma reunião anual de líderes globais. Ele disse, no entanto, que enviaria dois representantes, que iriam denunciar as sanções impostas pelos EUA.

A oposição da Venezuela comunicou no domingo,15, que um diálogo mediado pela Noruega para tentar resolver uma crise política terminou, seis semanas depois de o governo do presidente Nicolás Maduro suspender a participação.

As conversas, realizadas principalmente em Barbados, começaram depois que o líder opositor Juan Guaidó comandou um levante militar fracassado contra Maduro, que é acusado de violar direitos humanos e ser responsável por um colapso econômico que levou milhões a fugirem, em abril.

Os representantes de Maduro abandonaram as conversas em agosto em repúdio ao endurecimento das sanções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o país-membro da Opep. Membros da coalizão opositora que eram críticos do diálogo argumentaram que Maduro estava negociando de má fé e usando as tratativas para ganhar tempo.

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"O regime ditatorial de Nicolás Maduro abandonou o processo de negociação com desculpas falsas", disse o escritório de Guaidó em um comunicado. "Depois de mais de 40 dias durante os quais eles se recusaram a continuar, confirmamos que o mecanismo de Barbados acabou".

O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário.

Apesar do revés, diplomatas noruegueses continuam preparados para auxiliar, disse Dag Nylander, que lidera os esforços internacionais de paz e reconciliação do Ministério das Relações Exteriores da Noruega.

"A Noruega está facilitando o processo de negociação na Venezuela a pedido dos principais atores políticos do país, e reitera sua prontidão para continuar neste papel enquanto as partes o considerarem útil e avançar na busca de uma solução negociada", escreveu em uma rede social Nylander ontem, 16.

Reconhecimento de Guaidó

Guaidó, que comanda a Assembleia Nacional controlada pela oposição, foi reconhecido como o líder legítimo da Venezuela por dezenas de países, inclusive os EUA e o Brasil.

Maduro qualifica Guaidó como um fantoche golpista de Washington e se manteve no poder mesmo com uma desaceleração econômica profunda e um isolamento internacional crescente. Os militares não o abandonaram, apesar dos apelos repetidos da oposição para que o fizessem, e ele ainda conta com o apoio da Rússia e da China.

Negociadores da oposição disseram que os representantes de Maduro não estavam dispostos a debater sua maior prioridade: uma nova eleição em condições livres e justas.

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