A bancada de oposição na Assembleia Legislativa do Maranhão denunciou na sessão de ontem a demissão em massa de funcionários do setor de saúde do Estado e o sucateamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital e de municípios do interior.
Adriano Sarney e César Pires, ambos do Partido Verde (PV), demonstraram preocupação com a situação das unidades de saúde e da deficiência no atendimento ao paciente nas UPAs.
Adriano afirmou que participou de uma reunião na Secretaria de Estado da Saúde (SES) na última segunda-feira, 9, para tratar da demissão de funcionários e cobrou respostas do Executivo. De acordo com ele, mais de 128 profissionais de São Luís e de municípios do interior, entre eles motoristas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, foram demitidos, sem qualquer justificativa.

Alerta
“Não é a primeira vez que eu subo nesta tribuna para relatar o descaso com a saúde no estado do Maranhão. Então, nós temos aqui, na UPA da Vila Luizão, mais de 10 funcionários demitidos; na UPA do Itaqui/Bacanga, mais de 30 funcionários e servidores demitidos, e muitos deles sem ao menos terem acesso ao que lhes é de direito, o FGTS e as férias. Mais de 100 demitidos nas UPAs do interior do estado, um verdadeiro descaso, um verdadeiro absurdo com a saúde pública”, disse.
Adriano também falou sobre o sucateamento nas unidades e a queda na qualidade do atendimento das UPAs.
“Nunca o estado do Maranhão passou por uma crise maior na saúde do que está passando agora. Antes, nós íamos às UPAs e preferíamos até mesmo as UPAs às clínicas privadas, aos hospitais privados, porque ali havia atendimento de primeira, havia remédios, havia estrutura, era limpo, era bem-feito, mas hoje, quando nós vamos às UPAs de São Luís, vemos um verdadeiro descaso. Agora, infelizmente, mais essa triste informação de cerca de 130 profissionais sendo demitidos das UPAs do Estado do Maranhão. Um verdadeiro absurdo. Vamos continuar cobrando”, completou.

Municipalização
César Pires também criticou a gestão da Saúde no Estado e falou da municipalização das UPAs construídas pelo governo que antecedeu Flávio Dino (PCdoB).
“Na questão da saúde, aqui eu não quero também culpar o nosso querido secretário [Carlos] Lula, mas é onde reside e abriga o maior celeiro de incompetência do Estado do Maranhão. UPA de Codó está sendo remetida ao Poder Municipal, para depois não passar nenhum centavo e com um fracasso anunciado, de igual modo também a de Coroatá. Caminha esse mesmo rumo da municipalização a de Lago do Rodrigues, a de Morros, a de Paulino Neves, que depois entrega às ambições dos prefeitos e não dá a contrapartida do estado. Volto a dizer, é um fracasso anunciado, simplesmente, para tirar dos seus ombros a responsabilidade na saúde que ele não tem”, disse.
Pires afirmou que o desmonte da estrutura das UPAs prejudica o atendimento à população.
“Agora, é um desmonte dado ao seu fracasso abissal, um dos mais profundos, ausência de ajuste fiscal, que nós vivenciamos no Maranhão nos últimos tempos. Incompetência de gestão pura. Senhor governador está mexendo com seres humanos, com UPAs fechadas, destruídas, com a ausência de trabalho, não pagamento de médicos, não tendo insumos para poder trabalhar o paciente, não tendo leitos adequados, mas tem recursos para poder pagar pedagogo de R$ 40 mil, mas não tem para pagar os funcionários que são demitidos”, disse Pires. l

SAIBA MAIS

O Estado entrou em contato com o Governo do Maranhão para obter uma resposta sobre a demissão de servidores da Saúde, mas até o fechamento desta edição não houve respostas.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.