Tributação

Governo Bolsonaro apresenta estudo sobre alíquotas de "nova CPMF"

Segundo o estudo, a cada saque e depósito em dinheiro, o contribuinte deve ser taxado em 0,40% do valor; há ainda outra taxa para débito e crédito

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Maia e Alcolumbre organizam reforma tributária na Câmara e Senado
Maia e Alcolumbre organizam reforma tributária na Câmara e Senado (Rodrigo Maia)

BRASÍLIA

O secretário-adjunto da Receita Federal, Marcelo de Sousa Silva, apresentou ontem as alíquotas em estudo pelo Governo Federal do imposto sobre pagamentos, que vem sendo comparado à antiga Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Segundo ele, cada saque e depósito em dinheiro deverá ser taxado com uma alíquota inicial de 0,40%. Cada operação de débito e de crédito deve ser submetida a uma alíquota de 0,20%.
A proposta foi apresentada durante o Fórum Nacional Tributário, organizado pelo SIndifisco Nacional.
A ideia da equipe econômica é que a contribuição sobre pagamentos substitua gradativamente a contribuição patronal sobre salários (folha de pagamentos), a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e, também, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
"É uma alíquota de 0,20% no débito e crédito para poder desonerar parcialmente a folha em algo equivalente a um FGTS [7%]", disse o secretário-adjunto ao final do evento.
A área econômica do governo avaliou que a tributação atual sobre a folha de pagamentos (patrão e empregado juntos), que soma atualmente 43,5%, é “muito acima” de outros países da região, como México (19,7%) e Chile (7%), representando um “desestímulo à contratação de mão de obra”.
Por outro lado, o secretário-adjunto da Receita Federal afirmou que a reforma proposta pelo governo deve propor benefícios como ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), e o reembolso de impostos às pessoas com baixa renda.
A reforma tributária a ser apresentada pelo governo também deve prever a unificação de impostos. O novo imposto deve se chamar Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e unificará PIS, COFINS, CIDE e IPI.
Pela proposta divulgada ontem pela Receita Federal, a unificação seria gradual e começaria pela unificação de PIS e Cofins. O novo tributo teria um regime não cumulativo por valor agregado com uma alíquota única de 11%.

Congresso tem proposta de reforma tributária

Há duas propostas de reforma tributária em discussão no Legislativo, uma na Câmara e outra no Senado. A sugestão do governo, quan­do apresentada, deve ser incluído no texto em discussão na Câmara. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já declarou que o governo e o Congresso devem tentar elaborar, em conjunto, uma proposta de reforma tributária.
Em linhas gerais, os textos propõem simplificar a cobrança de tributos com a unificação de vários impostos. A carga tributária, porém, seria mantida. O que muda seria a forma de cobrança, que passaria a ser no consumo e não na produção, além da redistribuição dos recursos arrecadados.
No entanto, como as mudanças atingem vários setores e os impactos variam conforme as regiões do país.

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